O que a pausa do Angra tem a ver com o Maestrick?

Como o hiato anunciado da banda de Rafael Bittencourt e cia podem impulsionar o novo disco do grupo progressivo de São José do Rio Preto


Quando se fala de metal nas terras brasileiras, as bandeiras levantadas costumam ser sempre as mesmas. Ou a mesma. E isso causa um grande problema de percepção, afinal, um número significativo de potenciais fãs deixa de conhecer trabalhos excelentes pela falta de conexão dessas bandas com a banda nave mãe – o tão cobiçado Angraverso.

No caso do Maestrick, isso até não se aplicaria, uma vez que o vocalista Fábio Caldeira foi responsável pela história de Vera Cruz, álbum solo de Edu Falaschi lançado em 2021. Por ser um encontro relativamente recente, a banda rio-pretana não teve tempo (ou vontade) de explorar essa figura para impulsionar seu nome dentro da cena.

Na ativa desde 2004, o grupo já tem sua própria identidade com trabalhos que impressionam pela versatilidade de composições e sonoridade. O debute Unpuzzle! de 2011, mostrava um oceano ainda não navegado pelo prog metal brasileiro. Canções como ‘Aquarela’ e ‘H.U.C’ pavimentaram o caminho para o ambicioso disco que viria 7 anos depois: Espresso Della Vita: Solare.

A obra-prima de 2018 merecia mais holofotes do que recebeu na época. Felizmente, é um disco em duas partes, e a segunda sai agora em 2025.

É aqui que o Angra entra. Ou melhor, sai. Após o excelente Cycles of Pain, um acústico primoroso na Ópera de Arame e uma turnê bem sucedida de aniversário de 10 anos do Temple of Shadows, a banda anuncia o desligamento de amplificadores e deixa o espaço para novos lançamentos ocuparem essa ribalta.

O Espresso Della Vita: Lunare pode ser apreciado em 3 singles disponibilizados, sendo que o mais recente, ‘Lunar Vortex’, tem a participação de Roy Khan (ex- Kamelot) e mostra que o passeio de trem será mais sombrio dessa vez.

Chegou a hora do sucesso passar na estação do Maestrick.



Assista ao vídeo de Lunar Vortex: