
O duo natural de Yorkshire já era capaz de segurar a atenção apenas por suas próprias forças. As primeiras canções lançadas antes de ‘Five More Seconds’ são magnéticas de cara e mostram o quanto o Seafret se arrastou pra fora das porteiras campestres e se incorporou ao ritmo urbano, criando uma identidade, digamos, refrescante.
‘Wait’, por exemplo, apesar de ter aquela atmosfera dos melhores momentos de Of Monsters Of Men, soa revigorante pelo timbre melodioso de Jack Sedman, deixando a canção mais iluminada, cruzando a fronteira do estilo com leveza e bom gosto. Quem é do folk ama. Quem não é para pra escutar e, quando vê, está procurando o valor de aulas de banjo online.
Daí pra ‘River of Tears’ é um caminho arborizado sem volta. Aqui ele e Harry Draper elevaram tudo o que aprenderam com ‘Be My Queen’ e criaram uma combinação dançante/pulsante que faria o organizador das prateleiras de estilos pedir afastamento por síndrome de impostor. Não dá pra definir, as raízes saíram da floresta e foram criar o cimento das calçadas por onde pisam pessoas que se encantam por música desrotulada.
Com tudo isso na mesa, chegava o momento de um single que pegasse toda essa musicalidade folk, rock e pop e transformasse em identificação instantânea. Aí, a KT Tunstall entra. E onde ela entra, os hits entram junto.
Composta em estúdio, ‘Five More Seconds’ tem uma construção simples, viciante e uma letra que vai de encontro aos maiores suplícios da existência humana: o “E se?”. Talvez parar pra pensar seja uma revolução em tempos de viver o hoje pra se arrepender amanhã.
A faixa tem aquele ar de abertura de seriado maratonável que virará cult num futuro próximo. Será os hoo hoo’s do começo? A linha de storytelling do primeiro verso? O refrão que ousa quebrar padrões com a adição de um trecho impensado?
Entre tantas perguntas, a única que importa é:
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