Newsletter Vol. 238

Na newsletter desta semana nosso time destaca lançamentos que têm feito suas cabeças. A coluna também permanecerá em aberto para que nossos colaboradores possam trazer pautas livres, caso o ritmo de lançamentos não seja satisfatório. 


LANÇAMENTOS/PAUTA LIVRE

Por Vinícius Cabral

LISTA DE COISAS QUE ACONTECERAM NO MEU CARNAVAL

  • Fingi que nada estava acontecendo na sexta feira. Vi uns filmes, dormi.

  • Fingi que nada estava acontecendo no sábado. Fui pro clube, voltei ardido.

  • Fingi que nada estava acontecendo no domingo, mas me puxaram para um bloco. No bloco:

    1. não vi o bloco;

    2. não ouvi o bloco;

    3. enfrentei uma multidão alucinada de pessoas alteradas;

    4. encontrei minhas amigas (ponto positivo!);

    5. pisei no vômito;

    6. fiquei na fila do banheiro químico;

    (Em função de todas estes acontecimentos, provavelmente ficarei uma década sem voltar a um bloco)

  • O resto dos dias passei acometido por um cansaço absoluto, ou por algum tipo de virose desconhecida – não, não é Covid, nem Dengue, nem Codemgue (uma variante exclusiva gestada durante o carnaval de BH).

  • Na quarta feira de cinzas, que é o maior dia de merda de todo o ano (quer você goste ou não de carnaval), ouvi o disco novo de Roberto Carlos Lange, o Helado Negro. PHASOR é um álbum bastante promissor. Com duas audições, já me parece tão bom quanto sua obra fundamental (o This Is How You Smile, de 2019). As texturas estão até mais “profundas” neste novo trabalho, embora o Roberto tenha aquela identidade melódica bem marcada e “reta”, que não muda tanto (o que no caso dele, vejam, é um elogio). Claro que estamos no começo do ano, e muita coisa mudará, inclusive minha opinião, mas por ora meu veredito é que estamos diante de um dos grandes discos deste novo ano*.

Não vou comentar nada, agora, sobre os singles do Vampire Weekend lançados na sexta pós-carnaval. Bora correr que o ano começou!

*A Raíssa, que compartilha da minha opinião sobre o PHASOR, lançou uma braba na newsletter dela, quase, quando. Tem dicas fenomenais, incluindo Helado Negro e a genial Juana Molina. Mas o mais legal, é claro, é o texto super bem construído. Não deixem de ler – estou rodeado pelos espectros que o texto alugou na minha cabeça.

Ouça PHASOR aqui


Por Márcio Viana

ONDE ESTAMOS, PARA ONDE VAMOS?

Where we’ve been, Where we go from here é o álbum de estreia do Friko, duo de Chicago, formado por Niko Kapetan (guitarra e voz) e Bailey Minzenberger (bateria), e o nome parece trazer um bom resumo do que ele entrega: nota-se influências de indie folk e rock alternativo, mas trazendo também algumas novas nuances e experimentações harmônicas e melódicas. O disco abre suave e vai crescendo ao longo das nove faixas que o compõem.

Também as letras merecem algum destaque, já que cumprem aquele velho papel de satisfazer aos corações indie amargurados com frases como “não melhora, fica duas vezes pior” em Get Numb to It ou “estou sentado aqui escrevendo a mesma música triste” em Crimson to Chrome.

No release, o Friko alega transformar cada música em um momento de catarse coletiva. Parece fazer sentido, principalmente pela presença da velha fórmula de se alternar calmaria e explosão. Costuma dar certo.

Parafraseando Raulzito, talvez o Friko não saiba onde está indo, mas certamente sabe que está em seu caminho. Ouça dando play no Bandcamp aí embaixo ou na sua plataforma favorita:

[bandcamp album=3311079325 size=large bgcol=ffffff linkcol=333333 artwork=small transparent=true]

Ouça na sua plataforma favorita


Por Bruno Leo Ribeiro

AS AMAZONAS DA ÁFRICA

Les Amazones d'Afrique - Real World Records

Muito tempo que não ficava tão fascinado por um disco. E quando acontece eu fico muito feliz em poder ouvir sem parar em loop. E foi assim com o “Musow Danse”, terceiro disco do supergrupo africano chamado “Les Amazones d’Afrique”.

Les Amazones d’Afrique é um supergrupo de world music contemporâneo formado no Mali em 2015. Eu não conheci esse grupo até receber a dica no meu amigo Daniel Motta.

O disco é uma mistura de Afrobeat, Electro-pop, funk e soul e foi produzido pelo experiente produtor e engenheiro de mixagem Irlandês Jacknife Lee, conhecido por trabalhos com o R.E.M, Weezer, U2 e até Taylor Swift.

É um disco cheio de groove, irreverência e ótimas melodias. É um disco com aquela aura visceral que soa quase como um ritual raiz e tribal com seus toques modernos.

Amei! Esse tem que dar play e curtir e esperar aparecer na minha lista de melhores de 2024. Esse certamente vai entrar. Não tem nem como.

Ouça aqui


Por Brunno Lopez

LANÇAMENTO OU CLÁSSICO?

Remasterizações tem sido cada vez mais comuns no cenário industrial da música contemporânea. Em alguns casos, é a grande oportunidade de fazer discos que já eram bons se tornarem ainda melhores.
O Unpuzzle! vem nessa esteira de novidades obrigatórias para quem não teve a chance de ouvir na época esta que é uma das melhores bandas de prog do país.

Falar do Maestrick é sempre um prazer e uma batalha pois é muito difícil furar a bolha já brutalmente nichada do metal tupiniquim. Mesmo sendo um dos responsáveis por todo o trabalho de pesquisa e arranjos temáticos dos últimos trabalhos de Edu Falaschi, Fábio Caldeira ainda não possui o holofote merecido por seu trabalho como vocalista e compositor em sua banda.

Deem uma chance para esse álbum perfeito do começo ao fim, com transições de muito bom gosto, técnica apurada e uma orquestração adorável de se ouvir por vezes a fio.

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana