12 de Abril de 2021
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS & VARIEDADES
Por Bruno Leo Ribeiro
TAYLOR SEM MEDO DE SER GIGANTE
Que gravadoras e selos podem ser canalhas a gente já sabe. Tivemos um caso bem escancarado que aconteceu com a Taylor Swift, mas felizmente ela tá conseguindo sair dessa.
Pra resumir muito o que aconteceu, vou tentar explicar de uma maneira bem simples.
Quando a Taylor Swift tinha 13 anos ela assinou um contrato de 6 discos com uma gravadora chamada Big Machine Records. Essa gravadora basicamente foi formada durante a assinatura desse contrato de 6 discos.
A Taylor gravou seus 6 primeiros discos e prosperou e ficou imensa. Depois que o contrato de 6 discos terminou eles sentaram pra conversar pra assinar um novo contrato. A Taylor queria assinar, mas queria readquirir os direitos das gravações das músicas e aí começou o caos.
Então em 2019 ela assinou com uma nova gravadora pra lançar seus próximos discos, deixando o Big Machine. Basicamente a Taylor é dona das músicas, mas as gravações são da gravadora. Em 2019, a Big Machine Records foi comprada pela Ithaca Holdings, que é dirigida por Scooter Braun, um empresário da indústria musical. O preço da compra dessas gravações foi de cerca de 300 milhões de dólares.
A Taylor Swift condenou o negócio, sugerindo que a administração da Big Machine havia negado a ela a oportunidade de adquirir seu próprio catálogo.
Resumindo, as gravações não são delas e essa galera não vai querer vender. O que a Taylor fez foi genial.
“Então beleza! Vou regravar minhas músicas e lançar de novo! Fodace!”
Ela anunciou que iria gravar todos os 6 discos pra fazer uma versão dela. Mesmas músicas, anos depois, mais maturidade e sim, controle da gravação.
O primeiro disco regravado por ela foi o Fearless, ainda da sua fase um pouco mais Country.
Mas será que a ideia é realmente boa? Os fãs já mostraram resultados e estão dando play apenas na versão nova. Ela não tem como tirar as versões antigas do ar, então resolveu substituir.
Ela tem bala na agulha pra fazer isso e tem fãs suficiente (eles fizeram até uma thread de Twitter pra ensinar como que faz pras versões originais começarem a sumir do algoritmo do Spotify e não tocarem quando estiverem no shuffle – veja aqui), pra fazer isso de uma maneira sensacional. Se por exemplo um filme ou um comercial quiserem usar uma das suas músicas ela pode simplesmente negar o uso da versão original e só autorizar a nova versão, afinal as músicas são dela (ela ainda tem essa vantagem por sempre compor suas músicas. Imagina se as músicas não fossem dela? Iriam explorar ela ainda mais).
O disco tá impecável na produção. Fazia tempo que não ouvia uma mixagem tão bem feita. A voz da Taylor tá bem mais madura e ela domina bem melhor suas emoções. A voz tá mais quentinha e gostosa de ouvir. Muitas das músicas são basicamente um cover original, mas outras tem alguns detalhes adicionais. Ela conseguiu juntar quase todo mundo da produção pra ficar o mais fiel possível, até porque tem o elemento sentimental dos fãs quererem ouvir aquelas músicas do jeito que elas eram.
Achei a jogada genial e não vejo a hora de ouvir os outros 5 discos que vem por aí. Talvez a Taylor seja uma das poucas no mundo que podem fazer isso. Infelizmente.
Enquanto isso, vamos ouvir as 26 novas gravações.
Ouça aqui a Taylor’s Version de Fearless
Por Vinícius Cabral
LIL NAS X: ATIVISMO QUEER?
No final de março Lil Nas X lançou seu último hit avassalador, Montero (Call Me By Your Name). A canção, acompanhada por um vídeo extremamente gráfico e até caricato, tem forte acento homossexual. Lil Nas seduz o próprio demônio, vestido apenas com uma cuequinha samba-canção e botas de salto alto.
Até aí, nada de diferente, especial ou propriamente polêmico. O que me chamou mais atenção em todo o processo foi a reação de veículos de imprensa, influenciadores e intelectuais, que passaram a afirmar que o rapper de 21 anos está “empreendendo uma guerra cultural”, e “desafiando a extrema direita”. Exagero midiático, claro. Mas não sou cínico o suficiente para não reconhecer que artistas da Geração Z como o Lil Nas X estão, sim, desafiando os padrões absolutamente mofados da sociedade capitalista atual. São jovens que inauguram novos processos produtivos, e estruturam suas ideias e pensamentos de formas, definitivamente, muito diferentes. Temos que ficar de olho.
Ouça Montero (Call Me By Your Name) aqui
Por Márcio Viana
PRINCE TEM ALGO A DIZER SOBRE A AMÉRICA. E VOCÊ VAI QUERER OUVIR
Em março deste ano, o Silêncio no Estúdio preparou o episódio #121 – Lendas da Música – Prince, em que Bruno Leo Ribeiro e Vinícius Cabral fizeram um belo registro sobre a carreira do gênio de Minneapolis. Se você ainda não ouviu, clica aqui, que tá imperdível.
Mas a notícia que trago nesta newsletter é sobre o próximo lançamento do artista. Cinco anos após a sua morte, começam a surgir gravações inéditas, e uma delas é a que vê agora a luz do dia, sob o título de Welcome 2 America.
O tal lançamento, cuja faixa-título foi disponibilizada nas plataformas de streaming esta semana, traz um Prince usando de toda sua sagacidade numa canção crítica aos Estados Unidos e à cultura das celebridades e das corporações, como o Google e a Apple. Gravado em 2010, o material ainda incluiu – em sua versão deluxe – a gravação de um concerto realizado no ano seguinte, no The Forum, em Inglewood, na Califórnia. Inclui ainda um livreto de 32 páginas, além de posters e adesivos. Coisa fina.
A se avaliar pelo single disponibilizado, dá pra se dizer que será algo que faz jus à qualidade artística de Prince. Ouça e comprove.
Por Brunno Lopez
AS FLORES NA PAREDE VOLTARAM A CRESCER
Quase uma década depois de lançarem seu sexto álbum, o The Wallflowers aparece com o sétimo: Exit Wounds. Previsto para o dia 19 de julho, o disco já mostra um pouco de sua atmosfera com o primeiro single “Roots and Wings”.
Produzido por Butch Walker (Taylor Swift, Weezer) e mixado por Chris Dugan (Green Day), o álbum também apresenta a cantora e compositora Shelby Lynne em quatro faixas, junto com outros músicos convidados, que o cantor e compositor Jakob Dylan queria tocar com ao longo dos anos.
Segundo Jakob, ele continua sendo o mesmo escritor que sempre foi. Tanto que esteve escrevendo em uma época em que o mundo parecia que estava desmoronando e isso mudou a maneira como ele abordou até as coisas mais simples. O motivo?
“Porque você tem pânico em sua mente o tempo todo. Você tem ansiedade. E você também tem esperança. E está tudo aí.”
Quase 30 anos desde o seu disco de estreia, em 1992, “Exit Wounds” mostra a banda ainda produzindo algumas das suas histórias mais dinâmicas, refletindo tudo ao seu redor.
“Exit Wounds” é uma ode às pessoas, tanto como um coletivo mas também como indivíduos, que passaram por situações inesperadas e únicas.
Mas sabemos que é muito mais do que isso.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana