Besta é quem não tá nessa batalha

Battle Beast duela com o próprio metal num dos melhores e mais acessíveis trabalhos da banda finlandesa

Quando lhe disserem que o bater de asas de uma borboleta no Brasil pode causar um furacão no Texas, acredite, mas mude apenas o país. A tempestade de vento acontece na Finlândia e tem seu fluxo destruidor pelas cordas vocais de Noora Louhimo. A poderosa cantora do Battle Beast brinca com os limites da natureza e poderia tranquilamente reconstruir muitos ecossistemas apenas abrindo a boca. E nem é Teoria do Caos, é prática mesmo.

Em Steelbound, era de se esperar que sua performance tivesse nível alto e, de fato, teve muito. Ao lado de seus virtuosos companheiros de banda, eles escalam a montanha do metal sem os equipamentos que o headbanger está acostumado. Por isso, o local que chegam é muito mais raro e sem a segurança que outros grupos do gênero estão acostumados a acampar.

Mesmo com guitarras que pesam como mochilas de alpinistas e a bateria perfurando a superfície da encostas auditivas, eles conseguem equilibrar teclados com atmosfera ABBA e incluem um acessório pop que acaba por convidar mais pessoas no processo de subida.

Quem olha de longe pode não compreender como temas épicos ficam confortáveis com essa roupagem, mas a verdade é que até mesmo os dragões precisam de uma faixa em suas cabeças e alguma maquiagem nos olhos. “Angel of Mifnight” tem essa atmosfera, como se seres místicos estivessem na fila para uma noite no The Troubadour.

Mas a melhor experiência de todas está em “Twilight Cabaret”, flertando com Lady Marmalade no meio de alguma taberna revendedora de hidromel adulterado. É absolutamente inimaginável não amar essa música com todas as forças, sejam elas do bem ou do mal.

O metal pode se divertir e colocar uma bandeira no cume de todos.


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