Não são todas as experiências pessoais de artistas que geram bons discos, mas às vezes uma conjunção de fatores ajuda bastante. jasmine.4.t tinha sua história para transformar em canções, e teve o fortúnio de encontrar o trio boygenius (Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker, se é que a essa altura alguém não as conhece).
Bem, ter o disco de estreia produzido por um supergrupo não é para qualquer um. Some-se a isso a origem da cantora e compositora, a cidade de Manchester, e o peso que isso carrega, dada a infinidade de grupos que a cidade viu surgir em tempos passados.
Feito o preâmbulo, temos em You Are The Morning o relato de todos os acontecimentos posteriores ao autorreconhecimento da artista enquanto mulher trans, e a importância de uma rede de amizades para suportar os efeitos do que se sucedeu.
You Are The Morning, ao iniciar com Kitchen, dá a impressão de nos trazer mais um disco de folk, mas o que vem daí para frente é bem maior, por vezes apresentando traços mais marcantes da produção do trio, mas também deixando aparecer referências como Badly Drawn Boy, Bon Iver, Pavement, Flaming Lips e até um pouco de emo.
O ponto alto está em canções mais elétricas, como Guy Fawkes Tesco Dissociation (potencial enorme de virar clássico) e Elephant. Mas independente disso, as canções mais acústicas também são muito fortes e conectadas entre si.
Há muito por vir neste 2025 que se inicia, mas até o momento, o disco tem todas as características para encabeçar algumas listas de melhores do ano. Os próximos meses dirão.
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