23 de Novembro de 2020
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS
Bruno Leo Ribeiro
PRA LEVANTAR O ASTRAL
Eu não sou muito de musicais. Não gosto de gente cantando falas. Quando é um filme com falas normais e músicas durante o filme, como Noviça Rebelde ou os filmes da Disney eu consigo curtir, mas quando os atores cantam as conversas me dá uma gastura. É pessoal. Sei que tem gente que adora. E pra quem adora, o genial Spike Lee, está comandando um projeto pra lá de curioso.
Segundo as notícias, o diretor Spike Lee vai dirigir e co-escrever um filme baseado em um artigo da Esquire de 2018 intitulado “All Rise”, que narra a descoberta e da droga chamada citrato de Sildenafil, o famoso Viagra. Ele tá co-escrevendo o roteiro com o britânico Kwame Kwei-Armah e as músicas sendo feitas pelos compositores Stew Stewart e Heidi Rodewald, que já trabalharam como o Spike Lee. Será que esse musical conseguirá levantar o astral de todo mundo? Aguardemos.
FINAL DE SEMANA NO FIM DE SEMANA DO SUPER BOWL
E outra notícia que vi e muita gente comentando (polemizando claro) foi a o anúncio do artista que tocará na final do Futebol Americano da NFL, o famoso Super Bowl (seria mais legal se fosse Super Cumbuca!) de 2021.
Prince, Bruce Springsteen, The Who, Lady Gaga e muitos outro já fizeram parte desse grande evento no intervalo da partida. No meio do tempo eles montam o palco em 5 minutos, a galera desce da arquibancada e o artista tocar por 15 minutos e 5 minutos depois o jogo começa. É bizarro de tão profissional.
Mas Bruno, quem é que vai tocar no intervalo?
A próxima atração do Super Bowl será o The Weekend.
Eu não sei o que sentir, até porque não acompanho tanto a carreira pra saber se ele é “grande o suficiente” pra um show desses. Mas vamos dar os créditos. Esse ano ele lançou um disco bem gostosinho de ouvir chamado After Hours. Vamos ver como que será essa Final em tempos de Coronavírus. Mas fica aí a dica pra ouvir o The Weekend :).
Vinícius Cabral
SOBRE SHOWS E PLATAFORMAS
Uma das notícias mais legais do mundo da música pra mim nas últimas semanas é a da nova plataforma de shows via streaming pelo Bandcamp, com direito a venda de ingressos online. A plataforma já havia anunciado a função de assinaturas (uma espécie de apoia-se para bandas), permitindo com que elas disponibilizem conteúdos exclusivos para assinantes, e agora resolveu estender uma mão para todos que estão sem as já parcas receitas das apresentações ao vivo.
Sem fazer propaganda de empresa, porque eu não sou publicitário e não recebo salário pra isso, é inegável dizer que o Bandcamp é provavelmente o único site de streaming de música que pode bater no peito pra falar que valoriza os criadores.
Pena que no brasil ainda temos nosso dinheiro drenado por bancos e por um sistema tributário regressivo, e não sobra nada para apoiarmos bandas independentes.
(Contra o capital, vote Vinícius Cabral)
Márcio Viana
O NOVO EP DO GRUPO QUE NÃO É O GREEN DAY (MAS É)
Em 2003, o sexteto The Network lançou um profético álbum chamado Money Money 2020. Agora, 17 anos depois e bem no momento em que a suposta previsão tem a chance de se concretizar, o grupo volta para lançar a segunda parte, Money Money 2020: Part II: We Told Ya So!, prometido para 4 de dezembro.
Ocorre que o grupo formado pelos seis integrantes mascarados e auto-intitulados Fink , Van Gough, the Snoo, Balducci, Captain Underpants e Z é, segundo rumores, um projeto paralelo do Green Day com seus músicos de apoio, fato preguiçosamente negado pela banda, deixando várias brechas para provar que sim, é um projeto paralelo.
Antecipando o lançamento do álbum, o The Network-que-não-é-o-Green-Day soltou o EP Trans Am, com 4 faixas. Além da faixa-título, as outras músicas são Flat Earth, Fentanyl e Ivankka is a Nazi.
A sonoridade do projeto é inspirada na new wave (o que não é incomum no Green Day, já que o álbum mais recente, Father of All Motherfuckers, tem canções influenciadas pelo estilo), e em muitos momentos soa como Gary Numan ou The B52’S, o que não é nada mau.
O Green Day, por sua vez, vai continuar negando sem negar a relação com o The Network, porque faz parte do discurso.
Brunno Lopez
OBRIGADO, BANDCAMP
O nobre amigo Vinny Cabral já fez as honras para a talvez mais democrática plataforma de distribuição de música autoral independente.
E, por acaso ou não, uma das melhores coisas que ouvi nesse ano foi lançada recentemente aqui, nesse oásis musical que sobrevive entre o deserto industrial de Spotify e adjacências do streaming.
Não é de hoje que enalteço a arte apaixonante da cantora Greta Morgan. Porém, ela nunca havia lançado uma canção sob seu próprio nome.
Antes disso, ela sempre esteve presente em diversos projetos, incluindo Springtime Carnivore, Gold Motel e a zero defeitos The Hush Sound. Ainda há pouco, ela fez parte do Vampire Weekend em apresentações ao vivo.
Existe também um projeto delicioso dela com a exuberante Katy Goodman, que trarei em breve.
Por enquanto, a americana de Oak Brook nos presenteou com “When The Sun Comes Up, que é de uma fervura melancólica e refinamento tão brutais que praticamente sincronizam a tempestuosidade de 2020.
“I’m not afraid of seeing ghosts in the night
I’m not afraid of the boogeyman running his hands down my spine
I’m only afraid of the kind of darkness that doesn’t end when the sun comes up”
Preciso dizer que estará entre minhas melhores músicas do ano?
Acho que não.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana