17 de Novembro de 2020
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Bruno Leo Ribeiro
AZUL VERDADEIRO
A minha dica dessa semana pra nossa Newsletter feita com muito carinho é uma mistura de Clássicos com Recent Plays. Sempre bom quando a gente mistura as duas coisas. Eu ando meio nostálgico e revisitando a discografia completa de muitos artistas que gosto pra entender melhor todos os contextos e histórias. Tudo pra entender a evolução da música pra trazer mais informações pros episódios do nosso podcast.
Andei revisitando discografias do Prince, Stevie Wonder, Simple Minds, U2, AC/DC, Bruce Springsteen entre outros. Quando cheguei na discografia da Madonna eu parei no disco True Blue e escutei 3 vezes repetidas. É desses discos que você escuta e pensa, “Peraí! Deixa eu ouvir de novo!”.
Esse disco só confirmou o que já achava. Um disco perfeito da discografia quase impecável da Rainha da porra toda do Pop mundial.
O True Blue (1986), que era pra ser chamado Live to Tell, é um disco sobre abuso, emoções, amor, sofrimento e inovação. É um disco que a Madonna dedicou ao seu então marido da época Sean Penn (que depois não deu tanto certo assim por ciúmes e relatos de agressões).
A música Live to Tell foi um acontecimento por si só. A parte instrumental da música foi feita pelo compositor Patrick Leonard pra ser trilha de um filme, mas não foi aceita. Ele mostrou a música pra Madonna que escreveu a letra na hora e gravou uma voz demo. Depois de co-produzir a música, todo mundo decidiu que o vocal original gravado em 1 take como demo era a performance perfeita. É dessas baladas que marcam nossas vidas (confesso que já dancei muita dança da vassoura nas festinhas Americanas quando eu era criança).
Além dessa obra de arte chamada Live to Tell, o disco ainda conta com os clássicos Papa Don’t Preach, La Isla Bonita, Open Your Heart, Where’s the Party e True Blue.
É um disco pra viajar no tempo, dançar, refletir e se emocionar.
A letra de Live to Tell é muito atual. Fique com ela:
“A man can tell a thousand lies
I’ve learned my lesson well
Hope I live to tell
The secret I have learned, ’til then
It will burn inside of me”
Vinícius Cabral
¿ÍDOLOS O QUE?
É foda falar dos plays recentes sem dar spoiler de lançamentos ou episódios, mas vou aproveitar que a pauta rock argentino tá quente em nossas conversas pra dizer que, a alguns meses já, estou imerso nesse vórtex sinistro, do qual não conseguirei sair a menos que alguém me arranque.
Pra aprofundar a obsessão, descobri recentemente que o Charly García (a pedra fundamental da história toda, o dono da porra da bola), guarda algumas semelhanças bizarríssimas…comigo!! Charly nasceu no mesmo dia que eu (em um 23 de outubro, mas de 1955), e também é Libra, com ascendente em Aquário.
Bom, eu enlouqueci.
Comecei a revisar meus discos, canções e entrevistas favoritas desse maluco, até chegar em uma parte de sua carreira que eu não conhecia tão bem, a superbanda Serú Girán, formada ali no meio dos anos 70 só com feras: Charly, Pedro Aznar, David Lebón e Oscar Moro (que apesar do sobrenome, não é ladrão). A carreira toda deles é curta e essencial, mas eu bati em um disco que me atingiu feito uma pedra no estômago. A primeira obra prima da banda, e provavelmente a primeira de Charly, já que ele compõe mais da metade do disco, sozinho ou em parceria com Lebón (que inclusive é ex-integrante da Pescado Rabioso, que já passou por aqui).
É daqueles discos que te fazem pensar: que porra que eles colocam na água lá em Buenos Aires, hem?!
Que pedrada minha gente. Eu fico emocionado, mas vou parando por aqui pra não fazer textão.
La Grasa De Las Capitales é um escândalo!
*tive que colocar link para playlist de YouTube, porque no todo poderoso Spotify o disco está incompleto.
Ouça La Grasa De Las Capitales aqui
Márcio Viana
UM DISCO EM CAIXA-ALTA
Quando ouvi o primeiro single de EVEN IN EXILE, segundo disco-solo de James Dean Bradfield, lançado em agosto deste ano, eu questionei a necessidade dele existir como álbum paralelo, uma vez que não representava ruptura sensível à sonoridade dos Manic Street Preachers. THE BOY FROM THE PLANTATION (sim, em caixa-alta, como todas as demais faixas do disco) não faria feio se integrasse o disco mais recente dos Manics, Resistance Is Futile (2018).
Mas aí eu fui procurar saber um pouco mais sobre as motivações do disco, e tudo mudou. EVEN IN EXILE foi composto por Bradfield com base em poemas de Patrick Jones, irmão do baixista dos Manics, Nicky Wire. Os escritos de Jones versam sobre a vida e obra de Victor Jara, artista e ativista chileno torturado e morto pela ditadura do general Augusto Pinochet.
Sabendo da história, o disco ganhou para mim ares de trilha sonora de documentário e me trouxe inclusive o interesse em conhecer o trabalho de Victor Jara.
Sonoramente, as composições de Bradfield se aproximam discretamente da obra do chileno, mas é possível encontrar alguma semelhança em canções mais puxadas para o folk, como THE LAST SONG, por exemplo. A menção direta fica por conta de LA PARTIDA, reinterpretação de um tema instrumental de Jara, presente em seu disco El Derecho de Vivir Em Paz, de 1971.
A presença de temas instrumentais, aliás, como UNDER THE MIMOSA TREE, deixa o álbum com mais clima ainda de pano de fundo para um documentário, o que poderia muito bem acontecer.
Voltando então ao meu questionamento inicial, EVEN IN EXILE era realmente necessário? Eu mesmo respondo: não, este álbum não era necessário. Era INDISPENSÁVEL!
Ouça a obra de Victor Jara no Spotify
Brunno Lopez
SAMBORA CONTRA O FIM DO MUNDO
Em 2012 as profecias apocalípticas não se cumpriram. O planeta continuou girando e os discos continuaram a sair.
Nessa leva, saiu o álbum que tenho escutado por esses dias. “Aftermath of the Lowdown” era o tão aguardado terceiro disco do ex-guitarrista do Bon Jovi, o versátil Richie Sambora.
Na época, apesar da crítica dizer que não se tratava de um álbum tão bom quanto seus dois primeiros trabalhos, a mesma também argumentava que esse material era mais interessante que os próprios discos do Bon Jovi.
A verdade é que “Aftermath of the Lowdown” apresenta um rock contemporâneo, com Richie cada vez mais imponente nos vocais e em suas linhas de guitarra já clássicas.
Ouçam sem medo, do começo ao fim, mas saibam que “Seven Years Gone” vão fazer vocês flertarem com as lágrimas.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana