Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 66

26  de Outubro  de 2020


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção. 


NOTÍCIAS

Bruno Leo Ribeiro

CARTINHA PRA VOCÊ DOCUMENTADA

Sexta feira passada saiu o novo disco do Bruce “The Boss” Springsteen. Não vou falar muito desse disco ainda, só adianto que é perfeito. 

No mesmo dia que saiu o disco, saiu um documentário no Apple TV sobre as gravações do Letter To You. O documentário mostra o processo criativo de um dos maiores talentos do Rock e a sua amada banda que está novamente reunida. As músicas do disco, que tem algumas composições dos anos 1970, são impecáveis e como é bom ver a Street Band completa depois de 6 anos.  O disco foi gravado ao vivo depois vários anos e gravaram tudo em apenas 4 dias. O Bruce e a Street Band é uma das maiores maravilhas do mundo da música. Assista o documentário e ouça o disco. Como disse antes, vou segurar as emoções que senti ouvindo esse disco mais pro final do ano no nosso episódio de melhores discos de 2020. Enquanto isso, vai se acostumando aí e se emocione com o documentário. 🙂 (Veja o Trailer aqui)

Ouça o Letter To You aqui


Vinícius Cabral

“ENVELHECEU ANTES DOS NOSSOS SONHOS” *

A MTV Brasil fez 30 anos em 20 de outubro de 2020. 

Envelheceu tão mal que acabou. Semana passada, enquanto pipocavam especiais, documentários e matérias, me vi perdido na retrospectiva do Luiz Thunderbird, uma das mais fiéis à trajetória do canal de 1990 a 2013. De certa forma o ex-VJ esteve lá quase em todas as etapas, e é um narrador privilegiado dessa trajetória triste – de utopia jovem à mero objeto de consumo completamente deslocado e redundante. 

Quando o canal chegou ao país em 1990, vivíamos um momento único de nossa história, que pode ser resumido pela dicotomia entre o extremo desejo por uma virada progressista (encarnado pela constituinte de 88) e a extrema dificuldade de avançar com tantas amarras oligárquicas e conservadoras. Esse movimento se revela na própria contradição vivida então pelo audiovisual brasileiro: enquanto surgia a MTV, em estúdios improvisados e com 100% de liberdade criativa para os (também improvisados) VJs, Collor desmontava a Embrafilme, promovendo a primeira grande morte do cinema brasileiro. Havia uma insurgência de videoartistas, inventivos e inquietos, que de certa forma foram atraídos por aquela utopia informacional e estética trazida meio que por acidente pelo canal (como Tadeu Jungle e tantos outros, que passaram a dirigir programas e videoclipes). Isso sem contar, é claro, na enorme avenida que se abria para que uma turma muito moderna mesmo (Gastão, o próprio Thunder, Zeca Camargo, Cuca, Astrid) pautasse novidades, ajudando a construir a identidade de uma nova juventude urbana no país. Sim, a MTV foi importante nesse nível (não custa lembrar que no Rio, por exemplo, a MTV passava no sinal aberto, invadindo literalmente todas as casas)!

Todo esse fenômeno se esgotou, e nem quero gastar os olhos de vocês com a descrição detalhada do quê exatamente deu tão ruim. Basta dizer que lá pelos idos de 2008/2009, já não sobrava muitas informações, pautas e estéticas vanguardistas na emissora. Com exceção, talvez, de Gaía Passarelli, Kid Vinil e um ou outro programa, a MTV já era muito mais um reflexo da “cosmética” da cultura jovem, caricatural e besta, que passou a dominar. Como comentei outro dia mesmo aqui, em relação ao MTV Miaw: uma espécie de Capricho distópica, misto de programa de auditório retardado com reality adolescente. Isso a Nickelodeon e a Disney já faziam … com muito mais “propriedade”. 

 A MTV Brasil é mais uma das utopias dissolvidas na realidade mais cruel, bruta e desanimadora do capitalismo tardio. 

* Tomo o título emprestado do clássico Brigitte Bardot, de Tom Zé. Música que tira um sarro incrível da superficialidade da sociedade do espetáculo. 

Ouça Brigitte Bardot aqui, pensando na MTV    


Márcio Viana

VAN OSBOURNE

Fazendo uma ponte entre um episódio recente do Silêncio no Estúdio, o Lendas da Música – Eddie Van Halen e o episódio que chega na próxima quarta-feira, o Especial Black Sabbath, esta semana uma notícia curiosa surgiu: em uma edição recente do programa Ozzy Speaks, pela rádio online SiriusXM, Ozzy Osbourne contou que um belo dia estava em sua casa e recebeu uma ligação do guitarrista do Van Halen, nosso já saudoso Eddie, convidando-o para se juntar à banda. O fato teria ocorrido um tempo depois da saída de Sammy Hagar, e segundo o Madman, Eddie parecia um tanto embriagado. “Todos nós já demos uma dessa, ligar às quatro da manhã para alguém”, disse o cantor.

Situação inusitada à parte, Ozzy relembrou no programa os shows em que o Van Halen fez a abertura para o Black Sabbath em 1978, e de como o guitarrista era impressionante: “Quando você acha que já viu tudo… do nada alguém sai com uma maneira revolucionária de tocar. Ver Eddie na guitarra era como se suas mãos se transformassem em uma aranha. Ele era notável. Sempre fez parecer que era fácil tocar”.

Isso, aliás, é algo que Ozzy já tinha dito no início do mês ao site da Rolling Stone, num emocionado depoimento. Nesse depoimento, o cantor ainda confirma algo que falamos no nosso especial: “Uma coisa que adorei em Eddie é que ele sempre tinha um grande sorriso no rosto e parecia que estava aproveitando cada segundo que passava lá. Fosse isso uma besteira do showbiz ou não – acho que não -, ele sempre parecia estar se divertindo muito lá em cima”.

Ouça See You on The Other Side de Ozzy Osbourne aqui

Ouça Right Now do Van Halen aqui


Brunno Lopez*

UMA HOMENAGEM AO BRUNNÃO EM SEUS ÚLTIMOS DIAS DE FÉRIAS

Ele quer muito essa jaqueta. E o Jon Bon Jovi postou isso aí pra dizer que quer muito que todo mundo vote nas eleições estadunidenses. Que seus desejos sejam ordens.


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana