Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 65

19 de outubro  de 2020


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.  


RECENT PLAYS

Bruno Leo Ribeiro

O LADRÃO DE ABACAXI

Eu não sei você, mas tem muita banda que eu acabo descobrindo quando um integrante de uma banda que eu gosto acaba saindo e entrando em outra banda. No caso de hoje, estou falando do baterista genial (que citamos no episódio O Ritmo dos Bateristas) Gavin Harrison, que ficou mais conhecido tocando com a banda de Prog Rock Porcupine Tree.

O Gavin é desses bateristas precisos e cheios de técnica que todo mundo quer ter na banda. E é esse jeito desde 1986 quando ele começou sua carreira gravando como baterista profissional com muita gente. Já tocou com Iggy Pop, King Crimson e muitos outros até entrar na banda maravilhosas Porcupine Tree.

Depois de ser convidado pra tocar em alguns shows, ele acabou entrando oficialmente em 2018 na banda da Inglaterra de progressivo melancólico chamada The Pineapple Thief.

Eu não conhecia a banda até saber da notícia do Gavin ter entrado oficialmente na banda. Escutei uma vez e acabou passando batido com o tanto de coisa que foi lançada nos últimos 2 anos, mas semana passada resolvi ouvir com carinho o disco que eles lançaram esse ano chamado “Versions of the Truth”.

Fiquei encantado. Pra quem gosta de Pink Floyd da época mais espacial e melancólica, ou gosta das músicas mais espaciais do Porcupine Tree, vai amar. Ouvi o disco umas 3 vezes em sequência no repeat e nem senti o tempo passar. Um disco sensorial que você vai sentindo e aos pouco se vê cantarolando as melodias.

É impressionante como algumas bandas tão aí na ativa e eu nunca tinha parado pra prestar atenção. O The Pineapple Thief já tem 13 discos de estúdio e agora eu vou ter que voltar na discografia e ouvir aos poucos pra tirar o atrasado. 

Uma banda que foi uma adorável surpresa desse ano maluco que estamos vivendo. Melhor ainda sabendo que podemos ter cada vez mais versões da verdade. É o que estamos precisando. Garanto que você vai gostar. 🙂

Ouça o Versions of the Truth aqui


Vinícius Cabral

EI, PHOEBE, COMO VAI?

Só nessa última semana eu ouvi mais ou menos umas 5 vezes – em repeat mesmo, obsessivamente – o disco novo da Phoebe Bridgers, Punisher. É um disco que já tinha batido demais quando ouvi a primeira vez, perto do lançamento, mas que eu sabia que precisava de mais tempo para “deglutir”, devidamente. Aguardem: ainda falarei muito dele. Por ora, eu vou só quebrar o protocolo e deixar uma frase bem sucinta e direta pra marcar minha indicação da semana:

 Phoebe Bridgers entre na minha casa, coma o meu cú e o de toda a minha família. bjs

Ouça Punisher aqui


Márcio Viana

OS NÓS EM PINGO D’ÁGUA DE GUILHERME HELD

Talvez o nome de Guilherme Held não te seja familiar. Mas saca só a lista de artistas com quem ele já trabalhou/gravou: Criolo, Tulipa Ruiz, Juçara Marçal, Mariana Aydar, Filipe Catto, Curumin, Fernando Catatau , Kiko Dinucci, Iara Rennó, Maria Gadú, Juliana Perdigão, Ná Ozzetti, Jards Macalé, Lanny Gordin e Milton Nascimento, entre outros.

Muitos destes aparecem em seu primeiro disco solo, Corpo nós, ao qual dediquei minha audição neste final de semana. De cara, saquei a influência inegável de Clube da Esquina na faixa de abertura, Tempo de ouvir o chão, e fui sacar: a música foi composta pelo guitarrista nos intervalos das gravações da série do Canal Brasil Milton e o Clube da Esquina, em que o cantor mineiro repassa os sons do famoso álbum com alguns convidados, e do qual Held fez parte da banda de apoio. Cantada por Juliana Perdigão e Rômulo Fróes (principal parceiro dele no álbum), a canção encaixaria perfeitamente no repertório do Bituca, especialmente pelo som de guitarra com fuzz que remete ao trabalho de Beto Guedes no disco do coletivo mineiro, mas que na verdade prepara o ouvinte para a maior influência do disco.

Outros destaques são Laço de Fita, parceria com Criolo, e Pólvora, com Tulipa Ruiz.

Mas o que ecoa bastante no disco é a referência de Lanny Gordin, que aparece no álbum como co-autor de Pingo d’água, música em que ambos dividem as guitarras psicodélicas.

Não sei dizer ainda se é o caso de entrar na lista de melhores discos nacionais do ano, mas tem muito potencial para tal feito.

Ouça o disco Corpo nós aqui


Brunno Lopez

UFORIA

Algoritmo erra quase sempre, mas quando acerta é preciso ter a humildade de reconhecer.
Mais do que isso, tem que colocar no fav logo e vida que segue!

E nessa aleatoriedade feliz, chega uma banda alternativa de Hard Rock, diretamente do Canadá, para repousar triunfante nos meus repeats recentes.

Segundo a quase pretensiosa bio da própria banda “Enquanto nós fazemos nosso melhor pra abraçar a nova geração e suas sensibilidades pop modernas, a gente recusa a renunciar de um som com estrondos contundentes, distorcidos e alucinantes. Vamos de Rush a Floyd e de Incubus a Billy Talent, buscando carregar o legado do rock que formou nossos estilos criativos”.

Não sei se o single revela toda essa viagem de influências, mas é um excelente registro viciante que cairá como um hit na playlist de vocês!

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana