Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 6

2 de Setembro  de 2019


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca notícias e lançamentos que têm feito suas cabeças, em recortes editoriais livres. 


LANÇAMENTOS/NOTÍCIAS

Bruno Leo Ribeiro

TOOL TOOL TOOL TOOL TOOL!!! AHHHHH!
Demorou 13 anos, mas finalmente chegou. O tão esperado “Fear Inoculum” está nos streamings! O Tool é uma banda que nem todo mundo gosta, mas quem gosta, realmente gosta. Talvez seja a banda de rock progressivo mais “pop” do mundo. Principalmente nos Estados Unidos. Mas banda é rotulada como metal alternativo, art rock, metal progressivo, rock progressivo e muitas outras coisas. Eu diria que Tool é Tool.

Sobre o novo disco, o quarteto com Adam Jones, Danny Carey, Maynard James Keenan e Justin Chancellor, estão em sua melhor forma. A produção e mixagem estão perfeitas. O disco com 7 faixas e uma final só com barulhinhos, tem apenas 1 música com menos de 10 minutos. Músicas longas, que parecem 3 ou 4 músicas em uma só. Melancólico e pesado. Arrastado e com ritmos malucos, como o Tool sabe fazer. É um disco muito Tool, mas somando tudo de bom que eles sabem fazer. Talvez ainda seja cedo pra dizer que é um dos melhores discos da banda, mas na minha humilde opinião, sim. É um dos melhores discos da banda e também, um dos melhores discos do ano. Valeu a pena esperar 13 anos.

Ouça aqui

Vinícius Cabral

VMA’s E O NOVO MAINSTREAM

Não sou muito de premiações, mas de vez em quando acho bom, pelo menos, acompanhar para compreender as tendências. Ainda mais no caso do VMA, que vez ou outra acaba destacando alguns artistas que, apesar da veia pop, trazem alguma novidade. E, para mim, estamos chegando a um “ponto de não retorno” em relação ao pop mainstream. Lil Nas X vence com “Música do Ano”, Billie Eilish é a “Artista Revelação”, e Rosalía, além de ganhar “Melhor Música Latina” faz uma apresentação antológica. Isso sem contar na já consagrada Cardi B levando o prêmio de “Clipe do Ano”. Até Ariana Grande, eleita “Artista do Ano”, já não é mais a mesma de alguns anos atrás, tendo lançado um disco bem interessante com um “colorido” de trap music em 2019. O que há em comum entre todos esses artistas? Não seguem as regras tradicionais da indústria, não moldam seu som, experimentam novas estéticas. Talvez o pop tenha mudado pra sempre mesmo. E isso é bom!

PINCELADA DE LANÇAMENTOS 
Os últimos meses, para o meu gosto pessoal, não foram tão ricos assim em lançamentos. Destaco, portanto, algumas poucas obras que ainda nem ouvi com atenção, mas que precisam entrar logo na fila. Primeiro o Bon Iver, com o novo álbum, I, I. Adepto das grafias e nomes estranhos, e dos discos introspectivos e densos, o artista Justin Vernon segue sua onda como Bon Iver, com um trabalho já bastante elogiado por crítica e público. Na sequência destaco o lançamento do grupo BROCKHAMPTON, a auto-proclamada boyband que deixou todo mundo de queixo caído com uma trilogia impecável de 2017. O novo disco, GINGER, não me parece na mesma energia de “novidade” que caracterizou a ousada estréia da banda, mas merece a audição. Por último, destaco o disco já mencionado em nossa newsletter retrasada, o So Much Fun, do maravilhoso Young Thug. Em um ano em que o Trap parece não ter um type beat específico, com os artistas tradicionais do subgênero se alimentando de outras referências e estilos, o infalível Thugger continua seguindo sua onda, mostrando toda a sua ousadia vocal. 

Ouça Bon Iver aqui

Ouça BROCKHAMPTON aqui

Ouça Young Thug aqui

Márcio Viana

BARÃO VERMELHO – VIVA
Fui surpreendido por este disco novo do Barão. Capitaneada pelos fundadores Guto Goffi e Maurício Barros (que volta a ser membro efetivo da banda, após anos atuando como músico de apoio), a banda ainda manteve o guitarrista Fernando Magalhães, integrante desde o disco Na Calada da Noite e incorporou o vocalista e guitarrista Rodrigo Suricato, com a dura missão de suceder Roberto Frejat (que já teve esta mesma missão quando assumiu os vocais no lugar de Cazuza).

Eu tinha muito pouca expectativa por este disco. Em 2019, ainda precisamos de um álbum do Barão Vermelho? Não sei. O que sei é que a produção é muito honesta e tem pontos altos que há tempos não se via. Posso dizer que é melhor do que seu antecessor, chamado apenas Barão Vermelho, último registro de estúdio com Frejat.

Os destaques ficam por conta de Por onde eu for, Jeito, o single A solidão te engole vivo e Pra não te perder, esta um dueto com a cantora Letrux.

Pode até causar certo incômodo a semelhança do timbre de Suricato com o de seus antecessores, mas é interessante perceber que sua entrada trouxe um vigor diferente à banda, e isso refletiu bastante nas composições, inspiradíssimas. Vale o play, para quem gosta de boas canções.

Ouça aqui
 

Brunno Lopez

FLYING COLORS – THIRD DEGREE
Quando a gente adora uma banda é muito difícil esperar o álbum todo para cravar que vale a pena morar pra sempre em nossos fones de ouvido. Então, perdoem minha precocidade nesta indicação, pois, apesar desse disco ser lançado apenas no dia 4 de outubro, as duas primeiras canções já disponibilizadas (inclusive com clipes) me deixaram deveras otimista.

Pra quem não sabe, o Flying Colors é um daqueles supergrupos que a gente agradece por existir. Até porque, com um line-up que conta com Mike Portnoy, Dave LaRue, Casey McPherson, Neal Morse e Steve Morse, não dá pra sair nada menor que o extraordinário.

Após dois álbuns de estúdio e um ao vivo, eles voltam inspirados com as influências de prog metal que todos nós amamos acompanhar, com pitadas vanguardistas e contemporâneas – pelo menos foi o que pude notar na faixa de lançamento More e na recente balada crescente lançada na semana passada, a bela You Are Not Alone.

Como as duas músicas são relativamente longas – 6 e 7 minutos – já vale um play seguido aí com a atmosfera estimulante dessa banda com tantos integrantes fodas. E as músicas, claro, mais ainda.

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana