Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 50

06  de Julho  de 2020


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção. 


NOTÍCIAS

Bruno Leo Ribeiro

ANIVERSARIANTES ESPECIAIS
Nas últimas semanas tivemos aniversários de artistas sensacionais e que preciso comentar sobre eles. Além do genial Gilberto Gil, que fez uma live em comemoração que emocionou muita gente, Marisa Monte e a dona da minha vida Debbie Harry da Blondie também completaram mais uma primavera.

Gilberto Gil é aquele artista que adoro, mas nunca entrei de cabeça na obra dele. Acho que Caetano e Chico Buarque sempre me tocaram mais de certa maneira, mas o Gil é visionário que merece todo carinho por mais um aniversário. O Gil faz parte daquele Brasil que deu certo e a gente quer morar.

Outra aniversariantes das últimas semanas foi a Marisa Monte. Minha relação com a Marisa é de amor absoluto por alguns disco e outros que simplesmente ignorei depois de ouvir uma vez. Acho ela maravilhosas, mas tem alguns discos que não me emocionam de maneira nenhuma. Não acho ruim, mas não consigo gostar como gosto do “Mais” ou o “Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão”. 

Já a outra dona da minha vida (rainha da minha vida) Debbie Harry completou 75 anos! Isso mesmo. Uma mulher que tava ali entre o “punk” (entre aspas) e o new wave, mudou a música com sua imagem e sua atitude.

Debbie Harry, que nasceu Angela (nome da minha filha), mas mudou de nome quando foi adotada, teve uma jornada admirável. Apareceu pro Mundo com a Blondie, teve carreira solo e depois participou de mais de 60 filmes. Apesar de achar a carreira dela na Blondie mais consistente (tem que ouvir tudo!), o primeiro disco solo dela “Koo Koo”, que muita gente acha horroroso, eu acho bacana. Então fica aqui minha recomendação dentro dessa homenagem aos aniversariantes das últimas semanas.

Ouça tudo da Blondie aqui

E ouça o disco Koo Koo da Debbie Harry


Vinícius Cabral

NOVOS SONS É NOVIDADE, SIM!
Sei que o espaço desta seção não é reservado para os plays recentes, e sim para notícias. Mas, como eu falo pouquíssimo de sons brasileiros que me emocionem ou que eu considere “novos”, resolvi utilizá-lo para exaltar uma descoberta absolutamente acidental, mas muito feliz. 

Foi pelo Instagram, divulgando a peça absolutamente “zoada” do meu projeto The Innernettes (o, já infame, “comuna“) que vi um dos nossos seguidores postando um som nosso e, logo em seguida, uma banda estreante de SP, chamada PLUMA. Ouvi o single deles, Esquinas e, preciso dizer que me impressionou o suficiente para eu abrir esse espaço aqui pra falar da música. 

Como um misto acidental – embora certeiro – entre Radiohead, Stereolab e Erasmo Carlos, a música me pegou de primeira, com uma progressão “fechadinha” de dissonância certa na hora certa. Um arranjo simples meio Dream Pop, com um duo masculino-feminino na performance vocal – item que talvez mais tenha me impressionado na canção – . É o som de uma garotada, na casa de seus 20 e poucos e, talvez por isso, soe tão despojado e novo. É um som que não deve nada a ninguém e, mesmo que convide a diversas analogias e referências, também não deve nada a elas. 

Eu sempre acho que o Rock brasileiro realmente “voa” quando não se prende a precisar de qualquer “carimbo” regional ou maneirismo temporal pra simplesmente se soltar em sua estética própria. 

PLUMA surge, em pleno 2020, como uma novidade que vale a pena acompanhar. Abaixo link para o belo videoclipe … mas o single também está em todas as plataformas. 

Ouça PLUMA- Esquinas aqui


Márcio Viana

QUANDO ENTRAR SETEMBRO E A BOA NOVA ANDAR NOS CAMPOS

Como praticamente tudo na vida, a pandemia do Covid-19 interferiu também no Record Store Day de 2020, de modo que as edições do tradicional evento, um dos mais importantes da indústria da música. Normalmente acontecendo em abril, desta vez foi dividido em três meses, a começar por agosto e continuando pelos dois meses seguintes.

O segundo mês de lançamentos, de setembro, reserva uma expectativa especial: os membros remanescentes do Soundgarden se reuniram para uma homenagem ao vocalista Chris Cornell em um registro com versões dos clássicos Black Hole Sun e Searching with My Good Eye Closed em vinil de 12″. Para a gravação, os membros contaram com a cantora de Seattle Brandi Carlile, junto com seus habituais colaboradores, os gêmeos Phil e Tim Hanseroth.

No ano passado, a cantora compartilhou em uma postagem no instagram uma cena dos bastidores da gravação, com Kim Thayil executando um solo. Também do ano passado, é possível ver no YouTube Brandi dividindo o palco com os integrantes do Soundgarden, os gêmeos Hanseroth e Peter Frampton, no tributo a Cornell.

Meu pitaco sobre o tributo é: que bom que os integrantes do Soundgarden resolveram convidar uma cantora com características diferentes de Cornell. Não seria nada agradável ver um imitador do cantor à frente da homenagem.

Marque na agenda: o disco sai em 26 de setembro de 2020.

Aqui embaixo compartilho um pouco dos trabalhos solo de Brandi Carlile:

Ouça Brandi Carlile cantando “God Only Knows” dos Beach Boys

Ouça “The Story” de Brandi Carlile

Ouça Brandi Carlille cantando “Creep” do Radiohead


Brunno Lopez
PICK ME UP OFF THE FLOOR
Apesar do nome do álbum pedir para todos nós levantarmos nossos pés do chão, a música de Norah Jones sempre me faz querer ficar nele. É uma sensação de fixação, da razão falando através da canção e fazendo compreender que é preciso se situar, entender onde se está e aproveitar a brisa da realidade.

E convenhamos, nossa realidade não inspira o melhor dos ventos, mas a cantora aproveitou o cenário para se distanciar um pouco da atmosfera jazzística de seu último álbum (Day Breaks) e enveredar num blues de adorável cor pastel.

Em Pick Me Up Off The Floor, nos deixamos escorrer pela forma emotiva e profunda que Norah discute perdas, mentiras, arrependimentos e angústias ao mesmo tempo que dá também um tom de protesto e contestação.

Tantas reações seriam o resultado de algo que impactou a cantora nos últimos 4 anos?
Bem, pode ser apenas coincidência que tudo isso apareça tão alinhado com o ciclo eleitoral dos Estados Unidos. De qualquer forma, letras nebulosas são a tônica não apenas das canções, mas também de todos os nossos dias.

E já que é para embalar lamúrias e descontentamentos, que seja com a voz dela.

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana