04 de Maio de 2020
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Bruno Leo Ribeiro
SEU MINUTO, MEU SEGUNDO.
Nesses últimos dias tenho tentado ouvir coisa que me acalmam. Dizem que recordar é viver. Então resolvi ir numa memória bem boa da minha vida lá pelos anos de 2006.
Tenho que confessar que eu cobro demais do Rock Nacional. Gosto de bastante coisa, mas sempre acho que falta alguma coisa. Seja na produção, seja na personalidade, seja as composições. Acho que de certa forma, algumas bandas brasileiras pecam por produções um pouco preguiçosas ou talvez por produtores que são mais coachings do que realmente músicos. (Vamos falar bastante de produção musical no episódio dessa semana. Aguardem).
Principalmente as baterias das produções brasileiras me incomodam. Parecem que foram gravadas numa sala de madeira toda mofada. Consigo até sentir o cheiro :D.
Mas Bruno? Qual é seu ponto? Bem meu ponto é que pra um disco Brasileiro entrar na minha lista de disco maravilhosos, ele tem que ser diferente. Ter personalidade. Composição boa e acima de tudo, não tentar simular o que os gringos fazem. Aqui é Brasil!
Em falar em Brasil, fico com pena de uma das bandas que mais gostava ali por 2006 foi a banda Gram de São Paulo. No segundo disco, Seu Minuto, Meu Segundo, a banda estava em alto nível demais.
Melodias cativantes, letras inteligentes e um rock bem produzido e com personalidade.
Esse é um desses discos que precisam entrar na lista de discos mais subestimados da história da música Brasileira. Está no mesmo nível do Isopor do Pato Fu, o Ventura do Los Hermanos, o Dois do Legião, e … você já entendeu. 🙂
Se o Gram passou batido pela sua vida em 2006, talvez se lembre do Hit “Você Pode Na Janela” que é do disco anterior, mas o Seu Minuto, Meu Segundo é bem melhor. Depois a banda mudou o vocalista e lançaram um disco em 2014 que não foi tão bom assim, mas vai por mim… Solta o play nesse disco que to indicando e me conta se você gostou :).
Vinícius Cabral
… I WON’T SHUT UP
Só há uma coisa a ser ouvida nesse momento: Fiona Apple – Fetch The Bolt Cutters.
Ouça Fetch the Bolt Cutters Aqui
Márcio Viana
O FILME DA VIDA DE TONY ALLEN
Com a notícia terrível do falecimento de Tony Allen, lendário baterista parceiro de Fela Kuti e junto com ele criador do afrobeat, uma espécie de mistura de sons africanos com o jazz e o funk – se é que podemos resumir dessa forma um ritmo tão grandioso -, passei o final de semana revisitando um pouco de sua obra, sobretudo seu álbum Film of Life, de 2014.
O décimo álbum do músico atualiza o diálogo do afrobeat com a música pop, trazendo em algumas faixas o próprio Allen com seu canto falado dividindo espaço com cantores convidados. Entre eles, um grande parceiro do baterista, o líder do Blur, Damon Albarn, com quem Tony Allen tocou no projeto The Good, The Bad and The Queen, aqui fazendo os vocais em Go Back e Tiger’s Skip, esta com alguns instrumentos menos frequentes na obra do artista, como por exemplo a escaleta.
Além de Film of Life, vale conferir seu sucessor, The Source, para ficar nos mais recentes, mas é uma boa pedida também revisitar a obra de Allen ao lado de Fela Kuti. Para se ter uma ideia da grandiosidade do baterista, Kuti precisou incluir quatro percussionistas em seu grupo depois que Tony Allen seguiu rumo a outros projetos.
Posso assegurar que os álbuns do baterista ainda vão permanecer por um bom tempo nos meus recent plays.
Ouça Film of Life, de Tony Allen
Brunno Lopez
A BANDA QUE ME GANHOU COM DOIS SINGLES
Química é uma daquelas palavras pretensiosas e às vezes preguiçosas quando usadas para definir a concepção de uma banda e suas respectivas canções. Mas, ainda assim, existem momentos mágicos que algumas delas alcançam e conseguem fazer a difícil conversão de um simples ouvinte para um fã apreciador.
Se olharmos as duas recentes músicas do Creeper e compararmos com o som que eles faziam no trabalho anterior, a impressão que temos é que se tratam de bandas diferentes.
Saíram de um post punk bem executado para um alternative pop de considerável bom gosto.
O visual atual do grupo até poderia transportá-los para um emo de décadas atrás. Mas a sonoridade é moderna – ainda que em alguns leves momentos me lembre um pouco daquela banda Fun.
Apesar do vocalista Will Gould cantar evidentemente a maior parte das canções, deixo aqui meu destaque e paixão para a incrível tecladista e backing vocal – e às vezes lead singer – Hannah Greenwood. Suas capacidades estonteantes podem ser percebidas na música “Crickets”, presente no disco de estreia, o “Eternity, In Your Arms”.
Mas isso já é passado. Agora, com potencial para entrar já nos meus melhores discos de 2020, com apenas duas músicas já reveladas, o vindouro “Sex, Death & The Infinite Void” estreia sua versão completa no próximo dia 29 de maio.
Até lá, sugiro que vejam o lyric video recente da música Annabelle e provavelmente se encantem com a última frase que é dita no refrão:
“you gotta live a little when the world just wants you sad”
Isso me ganhou.
Espero que vocês também.
Assista ao video aqui
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana