Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 37

06 de Abril  de 2020


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.  


RECENT PLAYS

Bruno Leo Ribeiro

VENDENDO A INGLATERRA POR LIBRA
Já dando um semi-spoiler sobre um episódio que vem em breve, andei ouvindo as origens desse gênero que vamos fazer mais um episódio do “O que é?”. E nessa pesquisa, resolvi parar e ouvir com mais calma um disco que tenho muitas lembranças de quando eu era crianças, já que meu irmão tinha uma cópia desse vinil em casa e eu ouvia de tabela.

Estou falando aqui dos incríveis músicos do Genesis. Uma banda que teve tanta formação e mudanças, que é difícil até de lembrar (talvez meu amigo Márcio “Enciclopédico” Viana possa me ajudar), mas o disco que estou falando aqui é Selling England by the Pound de 1973. 

A formação desse disco maravilhoso de prog rock é a que tenho em mente quando penso na banda: Peter Gabriel, Tony Banks, Steve Hackett, Michael Rutherford e nosso querido Phil Collins tocando bateria, antes de fazer baladinhas que viraram covers da Mariah Carey. (Inclusive, o Phil Collins merecia uma menção honrosa no nosso episódio dos bateristas e demos essa vacilada! Perdão!).

O disco tem uma sequência de abertura sensacional. Amo as 3 primeiras e recomendo ouvir em ordem: 1. “Dancing with the Moonlit Knight”, 2. “I Know What I Like (In Your Wardrobe)” e 3. “Firth of Fifth”.

É um disco fundamental de Rock Progressivo dessa banda sensacional que influenciou muito as bandas que vamos falar em um episódio em breve. Fiquem ligados e entrem no clima.

Ouça o Selling England by the Pound aqui


Vinícius Cabral

SUPER GIRO DE LANÇAMENTOS
Peço licença aos amigos para fazer um super giro do que têm sido lançado. Não que eu já tenha dado meu play em tudo (apesar de quarentenado continuo igual um equilibrista tentando arrumar tempo), mas já dá pra criar uma “fila” bacana de coisas pra ouvir em tempos complicados. Vale lembrar que não mencionarei, por enquanto, algumas coisas que quero aprofundar nos reviews

De cara, os mestres Childish Gambino e The Weeknd com lançamentos badalados. O primeiro já tem tido, como costumam dizer, “mixed reviews”, e não gostei tanto do que ouvi. Mas o álbum do The Weeknd, pelos singles prévios, parece mais animador. O universo do Pop também teve lançamentos recentes de Dua Lipa (honestíssimo) e dos mestres latinos J Balvin e Bad Bunny (esse último sensacional … ouvi e recomendo demais).

No Hip Hop, excelentes trabalhos também. O produtor e rapper Jay Eletronica, depois de décadas de carreira nos “bastidores”, finalmente lança seu debut. Um belo disco, com participações de Jay Z em quase todas as faixas. A ser degustado com mais calma! Isso sem contar o novo do Lil Uzi Vert, que ainda não processei totalmente, mas que me parece o trabalho mais coeso do artista. 

Dito tudo isso, é Rock Alternativo que vem, mais uma vez, imperando nos meus plays e na cena musical como um retorno à forma: crítico, nervoso, angustiado. Os discos novos de Waxahatchee e Porridge Radio são obras que merecem um mergulho no futuro próximo. Assim como o disco de estreia da banda de Detroit, Dogleg. Deixo aqui um gostinho dessa última só pra instigar um pouquinho os fãs de Hardcore-Emo e Indie Rock. Essa é uma das bandas que vejo que pode agradar vários gostos diferentes dentre os membros dessa nossa comunidade. 

Veja o Clipe de Kawasaki Backflip Aqui


Márcio Viana

ANDO OUVINDO COISAS

Como eu disse na edição passada desta newsletter, ando concentrado em encontrar sons que me ajudem na criatividade e foco no trabalho remoto. Acontece que tenho um jeito atrapalhado de procurar por sons, não sou muito de pegar as sugestões dos aplicativos, vou tentando me lembrar sozinho, na base da tentativa e erro. Tenho que dizer que ultimamente ando (a meu ver) acertando, como na escolha que fiz por Ouro Negro, compilação do saudoso multi-instrumentista Moacir Santos, em que o artista regrava algumas de suas famosas Coisas, temas que ele gravou, todos com este mesmo nome, numeradas, porém distribuídas aleatoriamente ao longo do álbum de mesmo nome. Em Ouro Negro, o grande destaque fica para a incrível Nanã, que abre o disco, mas há momentos maravilhosos com participações de Milton Nascimento, João Bosco e Gilberto Gil, entre outros.

Outra coisa que me ocorreu nesta fase de isolamento foi a lembrança de uma coletânea que havia em casa na minha infância, chamada Fantásticos, com artistas variados. Num papo com os integrantes do podcast sobre o áudio documentário que conta a história do Enigma de Lewis, me lembrei da presença de um artista francês na tal coletânea, do qual nunca mais tinha ouvido falar. A música que constava na compilação tinha estrofes e refrão em francês, seguidas de citações de canções de Grand Funk Railroad, Beatles, Beach Boys e Rolling Stones. Após uma busca em alguns sites, pude constatar que a canção se chama Rockollection, interpretada por um certo Laurent Vouzly. Pude ainda descobrir que ele está na ativa ainda nos dias de hoje. Eu não sei bem o que justificava a presença do tal artista ali naquela coletânea, mas deduzo que tenha algo a ver com alguma artimanha de gravadora, dando um jeito de citar canções famosas do rock sem precisar se preocupar com os royalties, Ainda assim, a música é bem boa, e a lembrança fez com que a canção tenha tocado bastante no meu player. Valeu pela nostalgia.

Ouça Ouro Negro, de Moacir Santos, aqui

Ouça Rockollection, de Laurent Vouzly, aqui


Brunno Lopez

SAVE THE DATE
Em outra semana de reclusão social e total readaptação de trabalho indoor, a música se tornou um elemento ainda mais salvador do que já era normalmente.

Com tantas mudanças, é menos angustiante percebermos que, graças aos artistas que seguem produzindo e espalhando suas novas versões musicais, conseguimos nos abraçar nesse conforto sonoro desses lançamentos preciosos em meio ao isolamento social.

E que orgulho poder escutar o décimo terceiro disco dessa banda que teve que se reposicionar no cenário Hard Rock após perder seu vocalista talentoso e carismático num trágico acidente. Quem poderia imaginar que um caminhão desgovernado bateria numa série de motos estacionadas e arremessaria uma delas na direção de Steve Lee?

Após esse terrível acontecimento do dia 5 de novembro de 2010, o grupo se viu sem sua voz.
Coube ao novo vocalista, Nic Maeder, colocar o Gotthard de volta a ativa. E eles voltaram muito bem.

Com discos consistentes desde então – destacando o excelente “Firebird” de 2012 – fomos presenteados com o recentíssimo “#13”.

Eles continuam escrevendo canções com ótima cadência e de fácil assimilação, é o rock pulsante com  refrões que viciam sem enjoar.

Porém, minha indicação imediata e apaixonante é o título desse texto: SAVE THE DATE.

É a música que mais escutei nessa segunda semana de quarentena. E, mesmo depois que sairmos dela, SAVE THE DATE vai continuar tocando no meu coração.

Ouça ela aqui!


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana