Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS & VARIEDADES
Por Bruno Leo Ribeiro
O HEAVY METAL VENCEU E TÁ MUITO VIVO!
“Uma coisa inédita! Uma banda de Heavy Metal com ópera!” Assim falou Galvão Bueno comentando a abertura das Olimpíadas de Paris 2024. Então… O nosso querido Galvão Bueno inventou o Nightwish. Mas esse não é o ponto.
Quando foi anunciado que o Gojira, banda de Metal do sudoeste da França, mais precisamente de Ondres, participaria da cerimônia, fiquei sem saber o que esperar. Só de saber que a banda tocaria em algum momento já me mostrou que a França soube valorizar uma das maiores bandas de Metal do momento. Uma grande moral para um gênero que é completamente esquecido.
Na abertura dos jogos em Londres, lembro que pensei como seria se tivessem, pelo menos, colocado alguma referência ao Iron Maiden ou ao próprio Black Sabbath, mas não aconteceu. Mas o que os franceses iriam aprontar? Só se sabia que seria uma colaboração com a cantora de ópera Marina Viotti.
Mas foi muito mais legal do que qualquer projeção que eu poderia imaginar. Durante toda aquela história sobre a França e a cidade, houve uma transição de uma das pinturas mais famosas da revolução francesa, com a monarca decapitada começando a cantar. Quando pensamos que isso não poderia ficar melhor (mostrar como se trata a monarquia), acontece uma explosão e o Gojira faz uma versão metal da famosa música da revolução ‘Ah! Ça Ira’.
Com a banda espalhada pelas sacadas da Conciergerie, local famoso da prisão dos monarcas durante a revolução, houve um show de fogos, explosões e muita energia. A banda parecia liderar a revolução novamente. Depois de alguns segundos de riffs pesados, entra a cantora Marina Viotti e eles misturam Metal com Ópera.
Foi lindo. Veja:
Para quem ainda não conhecia o Gojira tão bem, com certeza despertou curiosidade. Se você quiser saber um pouco mais, tive o prazer de narrar um Raio-X sobre a banda.
Foi bom demais ver uma das minhas bandas favoritas de metal com tanto destaque e mostrando que eles são incríveis.
Só para não dar palco para maluco, o mais legal foi ver o chorume da galera chamando o evento de satanista. O Gojira, banda conhecida por defender o planeta e falar sobre o meio ambiente, ser considerada banda satanista, só mostra que o metal está mais vivo que nunca! É para isso que eu vivo. We are so back!
Por Vinícius Cabral
POLEMIQUINHA
Postaram. Apagaram. Não sei por que, na realidade, sendo um take tão importante. Concordo, afinal, com tudo o que tá escrito. O ponto da polêmica, no entanto é; tudo bem ser low profile. Queria DEMAIS poder ser low profile. Mas o que o contexto e a indústria têm colocado não é bem isso. É fácil ser low profile tendo um selo/chancela maior por trás.
São várias as questões. Eles não pedem, então, para os seus artistas terem “presença nas redes”? Isso não é o pré-requisito geral?
No fim, fica a minha provocação: eu tô até agora na dúvida.! É pra eu fazer dancinha no tiktok pra “promover minha música” ou não?!
Por Márcio Viana
TOUMANI DIABATÉ
Tomei conhecimento hoje do recente falecimento de Toumani Diabaté, artista malinês de 58 anos, vítima de insuficiência renal, no último dia 19 de julho.
Diabaté é conhecido por incorporar seu instrumento, o kora, uma espécie de harpa, à música pop de artistas ocidentais como Björk, Damon Albarn, Béla Fleck, além do conterrâneo guitarrista Ali Farka Touré.
Além destes, Diabaté lançou um disco em parceria com Edgard Scandurra e Arnaldo Antunes, chamado A Curva da Cintura. Há um documentário da MTV Brasil (saudades!) sobre a criação e gravação do disco, disponível na íntegra no YouTube.
O disco, como não poderia deixar de ser, traz a mistura de virtuosismo musical de Diabaté e Scandurra com o lirismo de Arnaldo Antunes.
Toumani Diabaté vem de gerações que popularizaram e elevaram seu instrumento a um nível mundial, e seu legado precisa ser lembrado para sempre.
Por Brunno Lopez
CELINE
O xará já deu a letra falando do Gojira, um momento histórico com o metal ocupando o seu lugar num evento de proporção mundial. Que orgulho.
Um pouco mais tarde, pra encerrar a abertura das olimpíadas francesas, a diva máxima da voz fez uma apresentação emocionante. Celine Dion, retumbante, mesmo vivendo períodos turbulentos com sua saúde, parecia flutuar pela Torre Eiffel, talvez até mais alto que a própria chama olímpica suspensa por um balão.
Você entende a grandiosidade de um artista quando quase todas as outras cantoras do mundo falam a seu respeito e aplaudem sua existência. Se emocionam com uma lenda viva que ousa voltar aos palcos e cativar novas gerações.
Quem bateu o primeiro recorde em Paris 2024 não foi uma atleta, mas foi uma francesa.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana
