Newsletter Vol. 249

Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.  


NOTÍCIAS & VARIEDADES

Por Bruno Leo Ribeiro

TODOS GANHARAM

SLIPKNOT confirm former SEPULTURA member ELOY CASAGRANDE as new drummer |  Revolver

Que o Eloy entrou no Slipknot, todo mundo agora já sabe. Depois de ser basicamente o primeiro integrante a ser anunciado oficialmente pela banda, o Eloy chegou. É do Brasil! Eloy Casagrande é um baterista conhecido por sua habilidade excepcional e presença marcante na hora de meter a porrada na bateria. Poucos bateristas têm a sua técnica, raça e precisão. Ele é um monstro mesmo. Sua trajetória até se tornar o baterista do Slipknot é quase um conto de filme da Disney.

Por onde passou, ele deixou sua marca. Seja no programa da Adriane Galisteu ou no programa do Faustão. Ele chega e tudo muda. E com o Sepultura não foi diferente. O Quadra, último disco da banda, me trouxe de volta para a banda. Certamente sua contribuição não precisa de gratidão. Foi uma vitória e foi bom para os dois lados. E no Slipknot também não será diferente.

Muita gente fala que o Slipknot já era e tal, mas eu discordo muito. Eu tenho quase certeza que o Shawn “Clown” Crahan, percussionista e visionário da banda, viu o que o Eloy é capaz de fazer e pensou: “A gente precisa desse cara aqui”. E minha teoria é que ele já estava negociando quando a banda, de uma maneira bem questionável, demitiu o baterista Jay Weinberg, mas isso é um papo que em breve vai ter episódio sobre.

Todo o conceito do Slipknot, desde suas roupas com códigos de barra e numeração para cada integrante, faz parte da ideia de que todos eles ali são parte de um produto. Até existe uma crítica social forte sobre isso, mas no fundo, o Shawn sabe que o Eloy iria dar um gás na banda. E não é para menos. Nos últimos anos, o Eloy foi considerado um dos melhores bateristas do mundo por muita gente do mercado.

Nada melhor do que contratar o melhor. Igual a uma empresa de Design. Você tem um design director que é bom e segura a onda, mas você vê que o assunto do momento é outro ou outro design director. O que as empresas fazem? Tentam contratar essa pessoa. E não foi diferente.

Sobre a saída do Eloy do Sepultura em uma tour de despedida não há o que se discutir. Um jovem de 33 anos cheio de gás para dar se vê na oportunidade de entrar em uma das bandas mais influentes do Metal da história, o que é meio que irrecusável. Ninguém deve gratidão por oportunidade quando a empresa fala que vai fechar as portas em alguns anos.

Estou muito feliz com o Eloy e passei a semana inteira vendo os vídeos dos gringos reagindo aos shows que o Eloy já fez com a banda. Está todo mundo encantado.

Inclusive, muitos desses canais estão vendo o Eloy tocando as músicas do Sepultura e todos elogiando e surpresos com a qualidade do Sepultura atual. Certamente isso vai ajudar a banda na tour no exterior também.

Todos ganham. Ainda mais quem gosta de uma bateria bem tocada e os fãs do Slipknot. Voa, Eloy! Você merece demais.


Por Vinícius Cabral

ALGUÉM SABE ME DIZER SE ESSA IMAGEM É REAL?

É. De uma foto tirada em 2009. Mas isso não importa, porque a imagem não significa nada. É uma não-notícia.

Publico isso aqui em protesto à banalização da problematização na
”nova sociedade do espetáculo”, baseada no fluxo ininterrupto de imagens que não significam nada, mas que prometem carregar cartilhas de comportamento.

Madonna não é uma sionista genocida. Sei que nossos leitores aqui entenderão meu propósito.


Por Márcio Viana

NÃO ERA MAIS O MESMO, MAS ESTAVA EM SEU LUGAR

Tenho sentimentos dúbios no que diz respeito a revivals. Ao mesmo tempo em que acho que formações clássicas são superestimadas, também acho que algumas bandas não sabem a hora de parar.

Não sei em que categoria o Sublime se encaixa. Talvez em nenhuma delas. Após a morte acidental por overdose de seu líder, o inigualável Bradley Nowell, em 1996, pouco antes do lançamento do álbum que os lançaria ao estrelato tardio, os membros remanescentes Eric Wilson, baixista, e Bud Gaugh, baterista, relutaram por um tempo em seguir em frente com a banda, e formaram o Long Beach Dub Allstars. Um pouco depois, se deram por vencidos e se juntaram em 2009 ao cantor e guitarrista Rome Ramirez, tocando as canções do grupo sob a alcunha de Sublime with Rome (em 2011 o baterista acabou por desistir da empreitada, mas o projeto seguiu em frente).

Corta para 2024: Jakob Nowell, filho único de Bradley, que mal conheceu o pai (tinha 11 meses quando o perdeu), junta-se aos membros do Sublime, a quem chama de “tios” para alguns shows, incluindo o renomado festival Coachella. O Sublime está de volta. Já o Sublime with Rome tem alguns shows a cumprir, e não se sabe com que formação se apresentará. Rome Ramirez manifesta a intenção de se apresentar apenas como Rome, mas questões contratuais o impedem. Há uma troca de farpas entre os envolvidos.

Alheio a isso, no palco, Jakob se mostra um ótimo cover do pai, ainda que não tenha a mesma habilidade de decorar as letras e de reproduzir os solos de seu genitor, talvez por isso a presença de um segundo guitarrista nas apresentações.

Na medida do possível, tudo vai bem, mas eu me pergunto o que credencia a banda a deixar de ser o Sublime with Rome, voltar a ser o Sublime e não Sublime with Jakob, já que uma, tal qual a outra, reproduz o repertório composto pelo vocalista original? Herança genética?

Duas semanas antes deste texto chegar ao leitor, Carlos Maltz e Augusto Licks, integrantes da formação clássica dos Engenheiros do Hawaii, se juntaram em uma Porto Alegre pré-apocalíptica para executar canções da banda, sem a presença do cantor e compositor Humberto Gessinger, hoje em carreira solo e nada interessado em reviver o trio encerrado há trinta anos. Para completar a formação, os remanescentes contaram com a presença de dois integrantes da banda cover Engenheiros sem CREA. Não sei o que comentar.

Veja o Sublime tocando “Santeria” no Coachella 2024


Por Brunno Lopez

HAPPY BIRTHDAY, JAMES


Não existe equilíbrio no mundo caótico. A paz de um lado é a guerra de outro e assim seguiremos até o fim dessa existência. No meio de tudo isso, temos a imagem que muitos nunca acreditavam que seria possível ver novamente.
Depois de cavar a vaga de Mangini dentro da banda fundada por Mike Portnoy, James Labrie recebe os parabéns efusivos do próprio baterista, no comeback mais aguardado do mundo progressivo.

A dica que fica é: perdoe seus amigos, pague suas dívidas, reconsidere suas decisões. A vida – diferente de qualquer música do Dream Theater – é muito curta.

É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana

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