Na newsletter desta semana nosso time destaca lançamentos que têm feito suas cabeças. A coluna também permanecerá em aberto para que nossos colaboradores possam trazer pautas livres, caso o ritmo de lançamentos não seja satisfatório.
LANÇAMENTOS/PAUTA LIVRE
Por Vinícius Cabral
O MELHOR ÁLBUM DE 2024
Já temos.
E não é o da Kim Gordon, que é espetacular e já está virando cabeças ao contrário por aí. É fato que 2024 anda super quente, mas nenhum disco me despertou a vontade incontrolável de sair correndo e gritando pela rua tanto quanto este petardo da banda Mannequin Pussy, chamado I Got Heaven.
O disco, lançado pela Epitaph (selo clássico do hardcore punk) já começa na porradaria, mas com um aceno indie incontestável. Lá pela segunda faixa, quando a vocalista “Missy” Dabice grita “A loud bark, deep bite” em um crescente (acompanhado pela magnífica cozinha da canção), eu já estava entregue.
Mas o álbum surpreende por não apostar numa nota só. Alterna porrada e melodia na primeira metade (com algumas canções mais etéreas e melódicas como a incrível I Don’t Know You – uma mistura magnífica entre algo como Carole King e Smashing Pumpkins) mas, depois da perfeita Sometimes, o disco privilegia canções mais pesadas (como OK? OK! OK? e Of Her). No geral, a banda constrói o disco de forma perfeita, alternando porrada e melodia em uma medida muito equilibrada.
Irresistível.
E nem tenho muito mais a falar. É um disco curto, sem tergiversar. Rock alternativo clássico que esbarra no hardcore, no grunge, no punk e em tantos outros sub-gêneros, refletindo aquilo que de melhor tem sido feito na cena. Aproveitem.
Por Márcio Viana
RT COMENTADO
Não é incomum, e é até frequente a convergência de ideias aqui neste espaço e no podcast. Por isso, às vezes a gente consegue se sentir representado pelo texto de um dos companheiros deste staff, e resta pouco a dizer que não seja “leia o texto acima”. É o caso hoje do texto do Vinícius Cabral, que tive o privilégio de ler ainda no rascunho desta newsletter, e coincidiu com a audição que eu vinha fazendo ao novo álbum do Mannequin Pussy, I Got Heaven.
Eu havia escutado uma vez o álbum, e percebi que precisaria parar e digerir com calma essa sonoridade. E foi o que eu fiz durante o último final de semana, então é inevitável repetir aqui o discurso do texto do Vini e cravar que até o final do ano tem chão, muita coisa excelente vai surgir, mas este disco por enquanto tá no topo da lista.
E nesse caso específico, RT é endosso, sim.
Ouça mais uma vez I Got Heaven aqui
Por Bruno Leo Ribeiro
INQUEBRÁVEL E INVENSÍVEL
Judas Priest lançou mais um disco que não tem nada demais. Mas é justamente por isso que amei.
Desde a volta do Rob Halford, o Judas errou muito pouco. Até os discos meio equivocados, como o Nostradamus, tem coisas muito boas ali, mas foi com o Firepower de 2018 que a banda alcançou a sua fórmula direta, rápida e extremamente Heavy Metal. O Firepower é um Mini-Painkiller e o novo disco Invincible Shield é um Mini-Firepower.
Apesar do disco não ter nenhum super hit como a banda fazia nos anos 80, esse disco é quase uma homenagem ao Glenn Tipton, que mesmo com Parkison, ainda consegue participar das gravações e veio cheio de riffs maravilhosos.
Além dessa linda força com a participação do Glenn Tipton, que não toca mais ao vivo, esse disco pra mim representa também a maior força que o Heavy Metal pode ter.
Pra quem não lembra, em 2021, o guitarrista Richie Faulkner durante o solo de Painkiller num show teve um ataque cardíaco e não errou NENHUMA nota.
Não existe nada mais Heavy Metal que isso.
O Invincible Shield é sobre isso e muito mais. É um disco que no dicionário estaria escrito do lado “Heavy Metal puro”.
Por Brunno Lopez
LEGENDARY MESMO SÃO OS B-SIDES DO NEW JERSEY
Ano novo, disco novo. Bon Jovi conta os dias para o décimo sexto álbum da banda com um single que parece não pertencer ao tempo em que estamos. Não seria estranho se a canção fosse a faixa 3 do Lost Highway ou até mesmo um bônus track do Crush – claro, com muitos tons abaixo do nível do Jon de outrora, porém, com muito mais integrantes na capa do disco.
O fato é que ‘Legendary’ flerta perigosamente com algumas opções genéricas de trilha sonora que o Artlist oferece em seu catálogo. E nem podemos dizer que a culpa dessa composição apenas confortável é por culpa da ausência de Richie Sambora pois Jon escreveu Blaze of Glory e Destination Anywhere.
Forever tem uma responsabilidade alta de comemorar um aniversário importante do grupo que já teve fôlego pra lançar hits em seus momentos mais turbulentos. No momento atual, acredito ser bem difícil tal feito, por razões que vão além da qualidade de seus integrantes e a transformação da voz de seu frontman.
Enquanto o álbum não chega, a referência que temos de algo lendário está nos últimos relançamentos da banda com surpresas deliciosas. A mais saborosa delas é a faixa ‘Love Hurts’, uma demo do New Jersey que deveria ter sido trabalhada até como single do clássico disco.
Bons tempos.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana