Newsletter Vol. 218

25 de setembro de 2023

25 de setembro de 2023

Bom dia, boa tarde boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.  


RECENT PLAYS

Por Bruno Leo Ribeiro

TEMPOS DE GRAÇA

Killswitch Engage's Adam D to play Times Of Grace UK shows

Semana passada, fiz a transição do Tidal para o Apple Music (não é publi). Uma das coisas que mais gosto no Tidal é a qualidade do audio, mas o Apple Music já tem músicas Lossless, com qualidade bem melhor. Então a mudanção foi bem mais por questões monetárias pelo aumento do Tidal do que qualquer outra coisa. Mas não me arrependi ainda.

Assim que abri o App da Apple, vi que tinha uma Playlist chamada Bruno’s Station. Então resolvi dar play e ver o que iriam me recomendar. A primeira recomendação foi a música “Willing” do Times of Grace. A música acabou e fui direto pro disco de 2011 “The Hymn of a Broken Man”. Acertou demais, Apple.

Assim que saiu em 2011, escutei esse disco demais. Pra quem não conhece o projeto Times of Grace, é um projeto paralelo do guitarrista do Killswitch Engage, o Adam Dutkiewicz. Quando tava rolando uma tour da banda, ele teve que fazer uma cirurgia de emergência nas costas e durante seu tempo no hospital, ele compôs basicamente o disco todo.

Então foi assim que ele convidou o ex-vocalista do próprio Killswitch Engage, Jesse Leach, pra escrever letras e gravar os vocais, enquanto o Adam D gravou todos os outros instrumentos e alguns vocais. O álbum foi gravado, mixado e um pouco adiado, mas saiu em janeiro de 2011. Foi muito legal ouvir um disco com o Jesse cantando novamente com o Adam D e começou a expeculação se o Howard Jones, atual vocalista do Killswitch Engage (na época) iria sair.

No ano seguinte, o Howard acabou saindo mesmo do KSE e o Jesse voltou pra banda depois de 9 anos fora. Mas esse disco da volta dele, eu conto em outro email.

O que vale mesmo é que o Times of Grace é um projeto que tem aquela fundação do KSE, mas é mais que isso. É uma mistura de Metal, Rock, Pop Shoe gaze e Punk. É um disco fenomenal. E fiquei ouvindo em loop esse dias.

Obrigado, Apple Music por me recomendar um disco que eu já amava, mas não lembrava que precisava ouvir de novo tanto quanto ouvi. A vida é assim. A gente abre o guarda roupa, vê um monte de camisa e diz que não tem o que vestir. De vez em quando a gente precisa de alguém pra falar, “e que tal essa?”. Sim! Obrigado.

Ouça aqui


Por Vinícius Cabral

DIVINE BREEDERS

O assunto por aqui ainda é The Breeders. Isso porque 4 dias depois da nossa última newsletter, foi lançada, no 22 de setembro, a edição comemorativa dos 30 anos do Last Splash. A melhor notícia do relançamento fica por conta da remasterização, que melhorou sensivelmente alguns probleminhas do lançamento original.

A faixa melhor beneficiada pela remasterização é Divine Hammer, que na edição original entrava muito mais baixa do que as demais (em termos de volume mesmo). A nova versão da canção está bem regulada, e com o cantarolável solo de Kelly Deal na oitava “certa” (como sempre foi na execução da música ao vivo).

Outra excelente notícia do relançamento é que ele veio acompanhado por duas faixas bônus: a incrível Go Man Go, que já tinha sido lançada anteriormente com direito a um videoclipe inédito, e uma versão “perdida” de Divine Hammer pelas mãos do sensacional J Mascis, da Dinossaur Jr. A versão, mais lenta e mais pesada, foi carinhosamente apelidada de Divine Mascis, e ganhou um videoclipe simples e bem criativo.

Para completar o revival necessário dos Breeders, a banda acompanhará Olivia Rodrigo em datas da nova turnê da artista pop. Com certeza o evento vai introduzir a uma garotada a banda das irmãs Deal, que irá, com o perdão do trocadilho, levar um pouco do real Deal do indie rock para muito adolescente desavisado.

Ouça Last Splash (30th Anniversery Edition) aqui


Por Márcio Viana

NA FORÇA DO ÓDIO

Algumas coisas são intrigantes. Você observa essa meia dúzia de sujeitos de camisa florida e talvez não imagine que eles produzam um som pesado, com vocais guturais.

Mas é isso mesmo, estes são os integrantes do Agabas, banda norueguesa de deathjazz (!), que sim, mistura guitarras pesadas com saxofone e levadas cadenciadas. Ainda que o rótulo até faça jus, não é só isso: nessa fusão de jazz com som pesado, além do death metal, dá pra observar um quê de hardcore.

O clipe do single Evneveik dá uma mostra do que se pode esperar.

O resultado total disso você confere em A Hate Supreme, recém-lançado, que sucede o disco de estreia Voluspå, de 2021. A banda também tem um EP homônimo, lançado em 2019.

Não sei bem se sou o melhor pra classificar, mas acredito que quem curta bandas como Meshuggah e Gojira pode se encantar com os noruegueses do Agabas. Ouçam e me digam se é por aí.

Ouça A Hate Supreme aqui


Por Brunno Lopez

EM CIMA DO TEMPO

Anoitece em Tiradentes depois de uma tarde extenuante com passeios de turista, bares carregados de doguinhos, artesanatos em forma de balão, convites imprevisíveis para cachoeiras e muitos licores de doce de leite com preços não tão açucarados quanto seu conteúdo. Da janela da pousada, avistamos uma pizzaria atraente principalmente pela curta distância. Em poucos passos, atravessamos a rua na faixa de pedestres que é pintada na cor vermelha e já estamos acomodados nas mesas de madeira rústica entre a decoração quase pitoresca do local.

Suspiramos de felicidade quando descobrimos que o cardápio não é apenas um pedaço de acrílico com um QR-CODE. Sendo assim, é mais um motivo para não precisar perder a atenção no celular e nos concentramos no ambiente novo enquanto os pedidos não chegam.

Entre conversas animadas da mesa ao lado e brindes discretos na parte de fora do restaurante, uma canção chama a atenção no som ambiente. A voz não é estranha, porém, com todos os estímulos sonoros acontecendo ao redor, ainda estava difícil de identificar.

Shazam?

Não. Férias existem para que nos lembremos de nossas próprias capacidades naturais. Decidi esperar um pouco mais, provavelmente o refrão traria a resposta sem precisar do aplicativo.

E, de fato, ela veio. Ou melhor, ele veio. Afinal, estando em Minas Gerais, seria uma ofensa não ser embalado pela voz de alguém tão icônico daquela cena. Flávio Venturini, contanto suas verdades tão saborosas quanto a marguerita que chegaria logo depois.

Era tudo o que precisávamos pra ter certeza de que seria uma boa noite.

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana