22 de agosto de 2022
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Por Bruno Leo Ribeiro
TURNÊ DE CONFISSÕES
Esses dias foi aniversário da rainha Madonna, e ao contrário do que tentam falar mal dela, acho que ela tem crédito pra mais 200 anos de erros e comentários quaisquer. Não que ela viva fazendo isso, mas numa época que lacrar em causas importantes não dava likes na internet e sim, prejudicavam a carreira, ela sempre foi firme e fez o que acreditava que tinha que fazer.
Em homenagem ao aniversário da última semana, dei play em vários discos dela. Ray of Light, True Blue (que é meu favorito), Erotica, Confessions on a Dace Floor e finalmente o disco ao vivo da turnê do Confessions.
Esse disco ao vivo sublime, está na lista de maiores ao vivo na minha humilde opinião. Se junta ao Alive do Kiss, o Made in Japan do Deep Purple, o Live After Death do Iron Maiden, o Arethan in Paris e o Live at Fillmore West da Aretha Franklin, o Unleashed in the East do Judas Priest e o No Sleep ’til Hammersmith do Motörhead.
Além de um set list primoroso, os arranjos dos grandes hits da Madonna ficaram ótimos na linguagem de Disco Music (que ela fez bem antes mesmo de virar modinha hoje em dia). Pra mim a versão de Erotica desse disco é a versão definitiva. Se puder ver o DVD, veja. É maravilhoso.
Então fica aqui minha dica. Ouça sempre Madonna. Principalmente seus registros ao vivo. Inclusive saiu uma compilação na última semana com seus 50 maiores hits número 1. Uma aula de hits.
Ouça aqui o novo disco de 50 maiores hits e Ouça também o Confessions Tour
Por Vinícius Cabral
O TRIPLEX CHILENO
De todas as bandas latino americanas que tenho escutado nesta imersão nos anos recentes de nossos vizinhos, a banda (na ativa) que mais explodiu minha cabeça foi, sem dúvida, a Niños Del Cerro.
Não exatamente explodiu. O quinteto chileno alugou foi um triplex lulista dentro da minha cabeça (e o metro quadrado lá dentro anda bem caro, então isso não é pouca coisa). Por falar em triplex, 2022 verá o terceiro álbum da banda vir ao mundo – e eu já não aguento mais esperar.
Dos dois LPs prévios do grupo, o Nonato Coo, de 2015, e o Lance, de 2018, só posso dizer o seguinte: o primeiro é promissor, mas irregular, enquanto o segundo é simplesmente o melhor disco do ano de 2018.
É sério isso.
Se eu houvesse descoberto o álbum no ano de seu lançamento, essa eleição estaria registrada para a posteridade em nosso site. Mas, infelizmente, a américa latina não pode existir e blá-blá-blá. O importante é que eu finalmente conheci Lance, e a grandiosidade geral dos chilenos, a tempo. No seu segundo trabalho a banda já abre uma caixa de ferramentas que nos obriga a fazer algumas associações ousadas.
Animal Collective vem à mente, e eu fiquei muito feliz quando descobri alguns fãs e críticos evidenciando a relação. Na canção Flores, Labios, Dedos, por exemplo, uma das melhores do disco, fica claro o uso de loops em melodias ousadas e visceralmente bonitas (a lá Avey Tare), em um conjunto luxuoso, simples e groovado. Mas eu poderia também falar da perfeita El Sueño Oesa, ou de Las Distancias, ou da faixa de abertura, Sufre. Não há faixa ruim aqui, e quanto mais eu ouço o disco, mais ele se afasta das referências gringas. A real é que a banda é latino americana para um caralho. Tá tudo ali, nas letras, melodias e ritmos que, de primeira, às vezes soam folclóricos e regionais, mas que só existem para sustentar os climas que podem até descambar para algo mais ambient e experimental (como em Javier Y Los Vientos).
Como se não bastasse o Lance ser perfeito assim, em 2020 a banda deu mais um gostinho de sua evolução com o EP Cuauhtémoc, de apenas 4 faixas – que são tão gigantescas que precisaria de um outro texto inteiro para descrever. Para completar uma sequência, até aqui, impecável, a banda já adiantou 4 faixas de seu próximo disco, que deve sair agora no segundo semestre, e é uma melhor que a outra. Tentempié, o primeiro single, é a melhor música do ano.
É sério isso.
Conheço os Niños a muito pouco tempo, mas já os considero, simplesmente, a melhor banda do planeta.
E, sim: é sério isso.
Por Márcio Viana
VALLE A PENA
Não tenho muito a falar desta vez, mas tenho escutado bastante o álbum Valle, do boliviano Vadik Barrón.
O álbum, com sete faixas, traz sons que passeiam pelo rock and roll, o folk e a música popular da Bolívia.
O destaque, a meu ver, fica nas faixas com presença da guitarra, como por exemplo Lienzo (Tríptico), mas a real é que todo o disco pode ser ouvido sem pular faixas.
Achei muito pouca informação sobre o artista, que tem uma carreira extensa, com muitos álbuns lançados. O som e o discurso de Valle são ótimos, mas confesso que queria conhecer mais sobre o artista.
Por Brunno Lopez
O PANIC! VOLTOU
Não tenho muito o que dizer além de desafiar a capacidade de repeats de um disco. Em outros tempos, eu até fazia uma dosagem saudável daquele ponto que fica entre o prazer da novidade e o perigo de enjoar, mas agora, tanto faz.
O novo trabalho de Brandon e cia está absurdamente bom e leva os fãs para uma mistura bem temperada de seu álbum de estreia e alguns momentos do Vices&Virtues.
É evidente que farei uma resenha bem detalhada e teatral mais pra frente, pois esse lançamento está com um nível poderoso de disco do ano. Porém, por agora, só posso fazer o que um farmacêutico faz todos os dias: recomendar.
As doses? Cavalares, ladies and gentleman.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana