09 de maio de 2021
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS & VARIEDADES
Por Bruno Leo Ribeiro
ROCK AND ROLL HALL OF FAME
Saiu a lista de artistas e bandas que vão entrar pro Rock and Roll Hall of Fame de 2022 e pra vitória do próprio Hall of Fame, o Judas Priest foi finalmente indicado por excelência musical.
Esse ano, Dolly Parton, Duran Duran, Eminem, Lionel Richie e Carly Simon vão pro Hall of Fame. Junto com eles, Pat Benatar. O Judas Priest e Jimmy Jam & Terry Lewis por excelência musical e Harry Belafonte e Elizabeth Cotten por influência. Na categoria veteranos da indústria musical, tivemos Allen Grubman, Jimmy Iovine e Sylvia Robinson.
Já debatemos bastante sobre esses prêmios e reconhecimentos. No fim das contas, eles fazem diferença. Não é exatamente uma confirmação de sucesso, mas um reconhecimento pelo trabalho.
Com isso dito, Judas Priest ter entrado esse ano, foi um alento pro meu lado fanboy, que torceu bastante o nariz com algumas das indicações no início do ano. Não vejo a hora de saber quem vai fazer o discurso e ver a banda no palco tocando como ninguém. PS: Será que o KK Downing vai aparecer de penetra?
Por Vinícius Cabral
CAFÉ, TV, E ISOLAMENTO
Uma das pérolas de 1999 é o nem sempre reverenciado 13, do Blur. Em conversa recente, nossa infalível mesa lembrou do clipe antológico de Coffee & TV, uma das músicas mais importantes, talvez, da carreira do grupo.
Na verdade, o frisson em torno da música (e de seu videoclipe inesquecível) foi tamanha, que isso quase ofuscou para mim a potência da composição. Assinada pelo Graham Coxon, a letra parece uma trágica premonição.
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So give me coffee and TV, history
I’ve seen so much, I’m going blind
And I’m braindead virtually
Sociability is hard enough for me
Take me away from this big bad world
And agree to marry me
So we can start over again
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Em 2022, estamos todos em estado de morte cerebral virtual, amargando as consequências absurdas de um período de isolamento forçado. Se a sociabilidade sempre foi difícil demais para os jovens indie ocidentais, vítimas evidentes de um triste processo de atomização e alienação social e política, hoje esta parece ser a principal vantagem do sistema sobre as pessoas, generalizadamente. Mesmo as mais extrovertidas se emaranham, por vezes, nas bolhas que criam em torno de si mesmas.
Que Coffee & TV era um clássico, eu já sabia. Que a canção continuaria descrevendo nossa realidade mais de 20 anos depois, aí já não dava pra saber. Coxon, o gênio às vezes esquecido da banda, intuía isso, e nos presenteou com uma letra eterna e uma performance de guitarra que ficará para a história como uma das exibições mais simples, certeiras e esquisitas do rock alternativo. Por falar nisso, para os guitarreiros de plantão, o mestre explica neste vídeo, ao final da entrevista, como compôs o solo e a guitarra base da canção.
Por Márcio Viana
SOBRE AS COISAS QUE NUNCA SERÃO IGUAIS
Uma notícia recente me despertou algumas reflexões: em uma entrevista para The Palm Beach Post, da Flórida, o baixista Jason Newsted revelou ter recebido um convite de ninguém menos que Alex Van Halen para se juntar a ele, David Lee Roth e Joe Satriani para uma turnê em homenagem ao irmão Eddie Van Halen, em uma nova configuração do grupo que já teve Michael Anthony e Wolfgang Van Halen como baixistas, além de Sammy Hagar e Gary Cherone como vocalistas.
A pergunta é: mesmo com o caráter de um tributo, é justo reunir uma banda sem seu líder e grande ícone? Por mais que Joe Satriani seja fenomenal, vale a pena sujeitar-se a tentar reproduzir os riffs e solos tão simbólicos? E mais: é justo com os ex-integrantes a inclusão de novos elementos na banda que ajudaram a criar?
Por outro lado, se pensarmos pela visão de Alex Van Halen, é claro que ele tem o direito de seguir em frente como músico (até porque a banda também tinha o sobrenome dele, obviamente). O caso é que, ainda que tenha dividido esse nome com o irmão (e também com o sobrinho, por algum tempo), sabe-se que a grande força da banda se dava a partir da personalidade e ideais do guitarrista, falecido em outubro de 2020.
Talvez esta reflexão seja o que fez Jason Newsted declinar do convite para participar do projeto, o que leva a especulações sobre quem aceitaria a missão, uma vez que Michael Anthony aparentemente ainda tem questões não resolvidas com Alex e David Lee Roth, e parece não ser cogitado seu retorno. Por sua vez, o jovem Wolfgang Van Halen segue a vida com seu Mammoth WVH, no qual homenageia o pai de modo diferente, num projeto que olha para frente, não para trás.
Ouça o episódio “Lendas da Música” sobre Eddie Van Halen
Por Brunno Lopez
O MELHOR DISCO DE 2022 SAIRÁ EM PRIMEIRO DE JULHO
Ser clubista na música é uma reação natural quando a banda que admiramos anuncia material novo. E não é qualquer banda nem qualquer material.
O The Dear Hunter sempre soou como um grupo que enxerga o prog metal para horizontes mais distantes do que o próprio rótulo, mergulhando em aventuras criativas de álbum pra álbum.
Dessa vez, depois de um EP conceitual lançado no ano passado, o Indigo Child – que funcionou como um prólogo com muitas perguntas a se responder – eles finalmente revelaram Antimai, um registro poderoso e enigmático do que está por vir.
Segundo Casey Crescenzo, “Antimai é uma espécie de atlas da última metrópole remanescente de um mundo fictício, explorando sua hierarquia social de fora pra dentro”. Um roteiro um tanto quanto futurista, não é mesmo?
Explorar diferentes universos em seus trabalhos é um dia comum de trabalho no The Dear Hunter. E, a julgar pelo single “Ring 7 – Industry”, o cotidiano impressionante da banda continua inspirador e irresistível.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana