07 de fevereiro de 2022
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Por Bruno Leo Ribeiro
QUESTÕES…
Sexta-feira saiu novo disco do Korn chamado Requiem e depois de muitos anos não me emocionando com a banda, o disco me pegou. Gostei demais, mas essa newsletter não é sobre essa novidade, mas sim sobre uma revisão de carreira.
Depois de ficar impactado com esse lançamento do Korn, fui ouvir os discos antigos pra ver se eles envelheceram bem. Fui lá pro primeirão, depois Life is Peachy, o ótimo Follow The Leader até chegar no Issues de 1999.
Nele eu parei e ouvi duas vezes por esses dias. É um disco que me levou pra 1999, com casaco de três listras da Adidas e calça jeans largadona.
Talvez seja equivocado afirmar, mas pra mim, é o melhor álbum da banda. Falling Away from Me, Trash, Beg For Me e Make me Bad são hinos do Nü Metal que faz qualquer um bater cabeça.
Nunca tive preguiça de Korn, mas também nunca fui super fã, mas agora com o lançamento do Requiem e essa viagem ao passado com os 4 primeiros discos da banda, acho que gosto mais de Korn hoje do que quando eu tinha 18 anos.
Por Vinícius Cabral
O INDIE LÁ … E AQUI
A banda brasileira Terno Rei
Dando um tempo dos CDs, mas nem tanto, tenho aproveitado o tempo abençoado sem uma avalanche de lançamento toda semana, para ouvir algumas novidades bem selecionadas e prestar mais atenção em sons antigos, que eu tinha deixado meio que de lado.
Começo pelo Crizin da Z.O, brasileiro que faz uma espécie de funk experimental com letras super políticas e uma performance bem foda. Seu novo trabalho, Alma Braba, é uma pedrada de 27 minutos. Imperdível.
Daí vou direto para a Inglaterra, com a magnífica Nilüfer Yanya. Eu já tinha visto que a artista estava para lançar disco novo este ano, e os singles me arrebataram completamente. As duas músicas prévias do disco são espetaculares: stabilize e midnight sun. Esta última, uma obra prima, que chega a lembrar Beck nos tempos áureos. Encantando com os singles, resolvi dar uma chance para seu primeiro LP, de 2019, o Miss Universe, que é bem promissor, realmente, como já havia alertado nossa querida Maria Caram em seu projeto 365 Girls in A Band (prestem atenção sempre às dicas dela … não falha quase nunca). O disco todo é legal, e a canção In Your Head merecia um prêmio à parte.
Para finalizar, outra novidade nacional incrível: o single novo da Terno Rei, acompanhado por um clipe foda até dizer chega. A canção, Dias da Juventude (e seu clipe que mira em Spike Jonze dos 90, enquanto acerta em Él Mató a Un Policía Motorizado), revela o que de melhor a banda paulista é capaz. Em um ponto de amadurecimento lírico e estético bastante instigante, Terno Rei nos mostra que, apesar da Balaclava, existe indie de qualidade no Brasil. Aliás, as semelhanças com Él Mató, que tem sido bastante citada neste espaço, não se restringem ao videoclipe. Acho que as bandas se aproximam em estilo, timbre e arranjos.
Sons e imagens para se ficar de olhos bem abertos neste início de 2022!
Por Márcio Viana
SEE YOU TONITE
O nome de AJ Lambert pode não soar familiar até que seja mencionado a qual família a cantora pertence: ela é filha de Nancy Sinatra, e consequentemente, neta de Frank Sinatra, o que talvez explique o início tardio de sua carreira na música (embora tenha mais a ver com uma dependência de álcool, superada há alguns anos).
Eu mesmo não tinha conhecimento algum sobre a cantora até semana passada, quando entrei em contato com sua regravação inusitada para uma música de um disco igualmente inusitado.
Em 1978, o Kiss resolveu inovar em seus lançamentos, colocando no mercado simultaneamente quatro discos-solo, um de cada integrante. Entre os quatro, o disco de Gene Simmons trazia uma sonoridade diferente da praticada pela banda, com influências como Beatles, arranjos de cordas e corais. Deste disco, um dos destaques é See You Tonite, canção bastante simples com letra minimalista.
E é essa faixa que aparece agora, regravada pela neta de Sinatra (ainda que ela interprete canções do avô nos shows, seu som é bem diferente, muito mais voltado ao pop).
Por Brunno Lopez
DARLING, IT’S OVER
Quando apareceram ao mundo num distante 2013, mais precisamente no seriado Glee, o duo A Great Big World provavelmente não imaginaria fazer uma parceria com Jason Mraz.
E muito melhor do que o hit daquela ocasião, a track “This Is a New Year”, a canção de 2022 carrega aquela atmosfera que abre braços quilométricos e envolve o ouvinte. Mesmo com a temática melancólica de término, “Darling, It’s Over” é uma borrifada de beleza que certamente frequentaria as mesmas construções lindamente trágicas de City and Colour.
Para um domingo à noite que precede uma semana dura, ou talvez a própria segunda-feira chuvosa com carros jogando água em você enquanto espera um ônibus atrasado, a faixa é uma garantia de introspecção necessária em tempos automáticos e pouco compreensíveis.
O restante do EP do grupo também vale a audição, mas essa música carrega toda a grandiosidade desse material que abre o ano num nível bem alto, mesmo que seja pra te deixar pra baixo.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana
