25 de outubro de 2021
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS & VARIEDADES
Por Bruno Leo Ribeiro
TECLA SAP?
No episódio que sai essa semana, nosso time completo debate sobre as diferenças entre os álbuns e os singles. Será que ainda faz sentido lançar um disco inteiro em 2021? Pra mim, não só faz muito sentido, como eu acho necessário.
Os singles são legais como teasers pra uma obra completa. É legal ter um grande hit ali pra chamar a atenção, mas os artistas realmente bons, mostram fôlego e consistência lançando discos inteiros (aguardem o debate do episódio que tá muito bom).
Mas e o meio termo entre os discos e os singles? Os famosos EPs são uma boa opção, inclusive sendo resgatado pelos grupos de K-Pop (eles chamam de Mini Álbum).
Um dos EPs mais famosos que tive contato pela primeira vez foi o maravilhoso SAP do Alice in Chains.
Logo depois do Facelift fazer muito sucesso com os hits Man in The Box e We Die Young, a banda entrou em estúdio e gravou algumas músicas em versão acústica e resolveram lançar esse EP chamado SAP (nome que veio de um sonho do baterista Sean Kinney), sem divulgação nenhuma. Simplesmente jogaram o EP nas lojas pra ver o que ia rolar. Foi um sucesso.
O EP traz o Jerry Cantrell no vocal principal na música de abertura, “Brother”, e a Ann Wilson da banda Heart, canta junto com o Layne Staley e o Jerry Cantrell nos refrões das músicas “Brother” e “Am I Inside”. No EP também temos a participação do Mark Arm do Mudhoney e do Chris Cornell do Soundgarden, que dividiram os vocais com o Layne Staley e o Jerry Cantrell na sensacional “Right Turn”, chamada carinhosamente de “Alice Mudgarden”, um super grupo do grunge de Seattle.
Esse EP é maravilhoso e funciona demais como complemento do Facelift. Além do SAP, a banda também lançou mais pra frente outro EP chamado Jar of Flies, mas vou segurar pra falar dele e do Acústico MTV da banda em uma outra Newsletter. Curta esse aí por agora :).
Por Vinícius Cabral
UM ESQUECIMENTO, UMA LEMBRANÇA E UMA NOVIDADE
O episódio de Gales não passou sem algumas gafes. Uma das maiores foi eu não ter mencionado o falecimento do David R. Edwards, a mente brilhante por trás da Datblygu. O artista faleceu em junho deste ano, momento em que a pesquisa sobre o episódio já estava avançada e a informação se perdeu diante de um roteiro já carregado demais de informação (mas é pra isso que servem nossas newsletters também, não é mesmo?).
Ainda que o luto não tenha sido mencionado no episódio, acredito que fiz justiça ao legado do artista, ao apontá-lo (corretamente) como uma das mentes mais influentes e seminais do indie Galês. Sua obra segue encantando e influenciando artistas do país. Uma prova cabal disso foi demonstrada no novíssimo videoclipe, lançado dia 12 de outubro (um dia antes do nosso episódio sair), da já moradora desse espaço, Cate Le Bon. A artista lançou um single de seu próximo álbum (com data prevista para fevereiro de 2022), com direito a um videoclipe que, descaradamente, presta homenagem à um dos primeiros videoclipes da Datblygu, lançado quando a banda buscava penetrar em uma audiência um pouco maior, em divulgação do álbum Libertino. Não deu muito certo (comercialmente, a banda seguiu totalmente obscura). Mas, se influenciou artistas como a brilhante Cate Le Bon, já cumpriu um papel importantíssimo.
Bom, assistam os clipes e comparem. Ao chegar no da Cate, porém, já cheguem sabendo: é a melhor música lançada em 2021, e um dos clipes mais instigantes do ano (ainda mais considerada a clara referência).
Assista primeiro Ugain I Un, de Datblygu aqui
Assista na sequência Running Away, da Cate Le Bon
Por Márcio Viana
ESTE NÃO É UM TEXTO SOBRE LITERATURA
Até porque, se fosse, seria um fiasco, já que estou nas primeiras páginas do livro em questão, e pelo que verifiquei antes de começar a escrever, não cheguei ainda nem ao que propõe a sinopse oficial publicada no site da editora, o que fez com que eu levasse um baita spoiler, como se fosse uma pancada no meio das fuças. Deixe estar, diria Paul McCartney.
Este não é um texto sobre literatura, mas poderia ser, já que esta é parente próxima da música, e ambas caminham lado a lado, isso é inegável. Tampouco é um texto sobre poesia, embora – admito – isso aqui esteja ficando bastante poético, principalmente porque estou há dois parágrafos enrolando pra contar sobre o que quero dizer com estas palavras.
A partir daqui, fica ainda mais contraditório, já que revelo que o tal livro, escrito por Alejandro Zambra, chama-se Poeta Chileno. E não é um livro de poesia, mas de prosa, ainda que o mote seja a história de um aspirante a poeta.
Pois bem, e onde entra a música nesta história? Na vida amorosa dos personagens, que dançam, namoram, ouvem discos. Entre eles, o disco que me fez escrever este texto, que poderia ser sobre literatura – e de certo modo é, mas é mais sobre música.
Corazones, clássico álbum do grupo chileno Los Prisioneros, o tal disco, é por si só uma trama digna de livro, novela e o que mais for possível, já que guarda em si uma história real de triângulo amoroso, envolvendo o baixista e vocalista Jorge Gonzalez, o guitarrista Claudio Narea e sua esposa Claudia Carvajal, a quem Gonzalez enviou cartas de amor, logo descobertas por Narea, o que gerou um clima conturbadíssimo na gravação do disco e na continuidade da banda. A isso se sucederam idas e vindas nos relacionamentos e na banda, propostas indecentes e até uma tentativa de suicídio. E no fim, um clássico.
Tirando a parte digna de tablóide, o disco, além das letras que versam sobre amores possíveis e impossíveis, traz uma sonoridade interessantíssima: parcialmente gravado em Los Angeles, sob a batuta do produtor argentino Gustavo Santaolalla, mergulha fundo na mistura do rock oitentista com sons eletrônicos, influenciado especialmente pelo que fazia à epoca o New Order no álbum Technique.
Lançado em 1990, Corazones é um dos álbuns mais vendidos da história do Chile, o que não foi suficiente para manter o grupo em pé, diante de uma situação tão complexa em relação aos sentimentos de seus integrantes. Mais de 30 anos depois, aí está seu legado: uma obra inspirada em uma história real, embalando os relacionamentos de personagens fictícios dentro de uma outra obra.
Este não é um texto sobre literatura, nem sobre poesia, mas se quiser, pode ser.
Por Brunno Lopez
ENTÃO É NATAL (JÁ?)
Sim. E não estamos falando da nossa adorada Simone. Ao menos, não nesse momento. O fato é que o Train lançou em 2015 um álbum chamado Christmas In Tahoe e agora, em 2021, o canal Hallmark decidiu criar um filme de Natal baseado nesse disco.
O longa vai estrear no já tradicional “Countdown to Christmas”, uma contagem regressiva feita pelo canal com diversos títulos natalinos em exibição. O mais legal de tudo isso é que, além de ter um filme inteirinho baseado na obra do grupo, o vocalista Pat Monahan também aparece nas gravações, inclusive cantando algumas das canções.
Para esse momento, uma música inédita foi lançada: “Mittens”. E é com ela que deixo todos vocês nesse espírito de Natal em pleno outubro.
Não Train pra ninguém!
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana