26 de julho de 2021
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Por Bruno Leo Ribeiro
DUAS DÉCADAS DE LOVE METAL
Antes mesmo de mudar para a Finlândia há 10 anos, eu já tinha uma certeza… A melhor banda de Rock / Hard Rock / Metal da Finlândia é o HIM.
Pra quem não tá familiarizado com a banda, provavelmente você já ouviu a versão deles de Wicked Game do Chris Isaak, que fez a banda ficar conhecida.
Ela é mais uma dessas bandas que na Europa e nos EUA ficaram bem grandinhas, mas no Brasil não pegou muito. Quem conhece, é bem fã mesmo.
Em 2017 a banda resolveu se aposentar. Inclusive eu fui no último show da carreira deles por aqui. Foi bem legal e não tão legal assim. Não é todo dia que a gente vê uma banda em sã consciência falar que vai acabar totalmente. Ainda mais em um bom nível e ainda fazendo discos excelentes.
Sempre ouvi falar que o segredo de uma boa arte não é saber como começar, mas sim, saber a hora de parar. O HIM começou bem e parou bem. Só nos resta a saudade.
De tempos em tempos eu pego e escuto a discografia da banda completa, mas na última semana, consegui depois de 5 meses de espera, o único vinil da banda disponível que não custe um rim, o XX – Two Decades of Love Metal. Essa coletânea com XX músicas, tem o melhor da banda sem tirar nem pôr.
Então se você quiser conhecer a banda de uma maneira geral antes de entrar nos detalhes e nuances dos seus incríveis discos, ouçam o Two Decades of Love Metal.
Ouça aqui o Two Decades Of Love Metal
Por Vinícius Cabral
REGGAE ALL NIGHT
Em 20 de janeiro de 2020 eu disse, no espaço desta newsletter, que o Reggae foi criado por Lee “Scratch” Perry em 1968, com o single People Funny Boy. Não é verdade. Foi preciso mais de um ano de pesquisa para ver que eu estava enganado. Na verdade, independente do que o próprio maluco do Perry diga, a realidade é que não dá pra explicar o surgimento do estilo com apenas um single, que é parte de um processo que se inicia antes, e que vai terminar depois. Mas essa história é, realmente, assunto para anos de pesquisas e conversas, e será melhor desenvolvido logo mais (aguardem!).
Por ora basta dizer que a mais ou menos uma semana eu me encontro em um loop de Reggae-Dub visitando discografias, singles, histórias e playlists. Por falar em playlists (e, claro, em Lee “Scratch” Perry), uma das portas de entrada mais interessantes nos gêneros jamaicanos que existem atualmente é a Blue Arc no GTA V. A lista conta com uma seleção especialíssima com curadoria do próprio Lee, e é de uma uma diversidade ímpar. Ali encontramos desde Reggae tradicional, roots (Dennis Brown, 1972, Junior Delgado, 1977, e o próprio Lee com músicas dos anos 70 como Disco Devil), até dubs clássicos (Joe Gibbs & The Professionals, 1978, o próprio Lee com I Am a Madman, 1986), e canções mais recentes que exploram Ragga, Dancehall e demais variações (Protoje, 2012, Konshes, 2012, Chronixx, 2012 e Tommy Lee, 2012, etc). Há ainda espaço na playlist para o clássico Nobody Move, Nobody Get Hurt, de 1983, com o icônico Yellowman.
Só não há espaço, claro, para Bob Marley. O mundo é um lugar pequeno demais para Lee Scratch Perry e Marley juntos … o impacto do encontro não pode ser absorvido pelos nossos sentidos mais superficiais. Por ora, deixo a playlist linkada aí no texto para quem já quiser começar a se aventurar por esse universo. E, claro, pra quem joga GTA V a melhor pedida é, sempre, roubar um carro de algum playboy de Los Santos e sair por aí ao som de I Am a Madman.
Por Márcio Viana
A COMPOSIÇÃO É UM RITUAL
Sem que tivéssemos combinado algo, calhou que o primeiro episódio da série Hinos da Música, em que o Bruno Leo Ribeiro falou sobre a canção In My Life, com participação da jornalista Liv Brandão, acontecesse na mesma semana em que eu iniciei um curso online de composição baseado na análise das canções dos Beatles, pelo Sesc Catanduva. Ocorre que por conta disso, eu tenha por obrigação que reouvir as músicas da banda, desta vez prestando atenção na estrutura de cada uma delas. Guiado então por uma playlist, que inclui também a já citada In My Life, passei a prestar atenção em outros artistas, também fazendo esta análise. Na própria playlist, há exemplos de artistas que influenciaram os Beatles, desde Elvis (no início), passando por Bob Dylan (especialmente ali em Rubber Soul), mas também nomes como Cole Porter e até Tony Bennett. A playlist, que deixarei ao final do texto, abrange somente esta primeira fase da banda, até o Rubber Soul, portanto outras devem chegar.
Acontece porém que eu não parei por aí, e Beatles me levaram a Beach Boys, à minha recente aproximação à obra de Harry Nilsson e aos discos solo dos ex-Beatles. Pensei então na prática de composição e nas suas motivações. No álbum Imagine, por exemplo, John Lennon contou com a participação de George Harrison fazendo slide guitar numa canção composta provavelmente inspirada pela força do ódio, How Do You Sleep?, recado claro ao ex-companheiro Paul McCartney.
Acabei então por ouvir algumas bandas mais contemporâneas, como a subestimada Fastball, em especial a canção Warm Fuzzy Feeling, do álbum All the Pain Money Can Buy, que traz ainda o hit The Way.
A tarefa final é compor uma música baseada nas estruturas estudadas, então quem sabe daqui a um mês eu não volto aqui com uma canção para mostrar?
Por enquanto, vou com essa inspiração: Eu e Julio no Pátio da Escola – Dario Julio & Os Franciscanos
Eu vou ensinar como se faz uma canção
Toque um sol maior aberto
Melodia e ritmo na mesma direção
Dó é o que está mais perto
Seja livre para escrever o que quiser
O amor ou a sua verdade
Não se importe quando o sucesso vier
A música pop é uma fraude
E agora a vida cruza a ponte
Todos nós queremos chegar lá
Onde separam meninos de homens
Prepare o coração
A gente finalmente chega à hora “h”
Eu, você e quem quiser cantar
Este é o refrão
Eu já posso ouvir a voz da multidão
Ela se arrepia e canta junto
Sonha que está mudando o mundo
Não vá se esquecer
Se até eu faço
Qualquer um pode fazer
Esta parte é especial
Tente se surpreender
A harmonia faz você se decidir
A composição é um ritual
Que se deixa perverter
Mas não demore que eu também quero ouvir
(Todo mundo quer ouvir)
Ouça aqui a playlist Beatlesongs
Por Brunno Lopez
BLACKTOP MOJO É MESMO TOP
E se essa análise for feita pelos singles que antecedem o álbum completo previsto para sair no próximo dia 13 de agosto, o negócio fica mais top ainda.
Este será o quarto disco da banda que desempenha um competente papel carregando a bandeira pesada do rock que tremula com influências de blues. Falando nisso, o lançamento “Wicked Woman” traz um pouco dessa fonte em seu estado cristalino, evidentemente misturado com outros elementos que criaram a consistência e a identidade que a banda vem construindo em sua breve história.
A canção sozinha já poderia tranquilamente fazer com que todos tenham excelentes expectativas sobre as 11 faixas vindouras.
Top a gente já sabe que já é.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana