Safiras? Esmeraldas? Diamantes? Joya Marleen mostra que a música pop (?) ainda pode ser valiosa

'the wind is picking up' é o debute que faz 2025 aplaudir uma jovem joia suíça.


Ela se equilibra num avião de papel enquanto os violinos de last dance tremulam quase setentistas. Mas estamos 50 anos adiantados e as vinte e duas primaveras da cantora ousam roubar um pedaço dessa estética, colocar roupas novas e inspirar pistas de dança em horário comercial.

O timbre de Joya Marleen amarra as gerações com um nó forte o suficiente para prender qualquer um ao longo das nove faixas. Uma aula de contemporaneidade capaz de colocar asteriscos na proposta de pop que cria. Muito possivelmente por ser algo maior que o rótulo comercial confortável que o gênero sugere.

A ganhadora de 4 Swiss Music Awards conhece os próprios poderes e escolhe quando utilizar os níveis mais altos. Quem pensou atravessar ileso pela sorridente i think i’m in love, a catastrófica-colorida end of the world e a atmosférica-confessional theremin, acaba entregue ao dedilhado no violão de nylon seguido pela quase rouca Joya na transcendentemente linda oxigen. Se o mundo precisa respirar, todo o 02 está distribuído aqui, no quinto ato.

Agora, se existe algo que faz de the wind is picking up um álbum poderoso em suas misturas sutis de influências, é difficult. Mesmo nas métricas obrigatórias para a fabricação de um hit, ela vai além. Em dois minutos e trinta e seis segundos, a srta. Marleen sabe que conquistou o mundo da mesma forma que os chocolates de seu país.

Ao fim de lights on, a única certeza que podemos ter é estamos ricos com essa Joya.


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