O melhor do Rage que não é o Against The Machine

Em Unity, os alemães (?) provaram que dá pra ser pesado, melodioso e também contestador.

Pauladas, pedradas e demais símbolos de violência sonora surgem sem dó aqui. E utilizando melodias dignas dos anos dourados de Desmond Child. Tudo culpa do Peter ‘Peavey’ Wagner, baixista e vocalista do Rage que conseguiu fazer refrões tão impressionantes quanto aqueles criados pelo songwriter filho de mãe cubana que amamos.

E isso aconteceu após uma mudança radical de line-up do Rage. Curiosamente, essa formação pode ser considerada a melhor tecnicamente em toda sua história. Peter “Peavey” Wagner encontrou parceria perfeita no guitarrista Victor Smolski e no fenomenal baterista Mike Terrana — que inclusive é um excelente perfil pra se seguir no Instagram.

Mesmo tendo origens alemãs, naquele momento a banda adquiria raízes multinacionais, com um russo e um estadunidense juntando-se ao líder germânico. E Unity chegou pra mostrar essa, com o perdão da tradução proposital, união.

Estávamos diante de uma banda coesa, entrosada, trazendo composições inspiradíssimas. Isso fica evidente nas melodias fortes e impactantes, em cada refrão fácil de decorar e, é claro, em todo o instrumental fora de série oferecido pelo trio durante as onze faixas. E o principal é que eles conseguem fazer algo acessível sem perder o peso em nenhum momento. 

Abrindo o disco, temos a impecável “All I Want”, perfeita para fazer o fã mais convicto se esgoelar, especialmente no refrão grandioso. A arrasadora “Insanity” segue a mesma linha, com o grupo caprichando na mistura de velocidade e peso. Na sequência, “Down”, que foi escolhida como single e tem aquela atmosfera mais soturna, digna das passagens mais icônicas do Rage. Um momento superior em “Dies Irae”, música que ganhou um coral arrepiante, comandado por Hansi Kürsch (Blind Guardian) e DC Cooper (ex-Royal Hunt), elevando a faixa a outro patamar de qualidade.

Outros destaques inevitáveis vão para as viciantes “Living My Dream” e “You Want it, You’ll Get it”, que se destacam, mais uma vez pelo refrão.

O disco se encerra com a faixa-título instrumental que faria muita banda de prog voltar a estudar pra tirar todos os arranjos desse trio virtuoso, praticamente um supergrupo.

Unity marcava o recomeço de uma banda que poucos anos antes estava com os dias contados. E agora, sobram plays!


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