The Cold Stares aquece corações com blues inflamável

The Southern, Pt.2 moderniza o estilo em tom de elegância e energia sem perder o charme clássico do blues-rock tradicional

Esqueça os dispositivos de percurso, a segurança dos destinos digitais e permita que o som te leve. No máximo, faça aquela revisão de 15 itens no seu veículo e o resto é pura música alta e contemplação de paisagem. Essa é a imagem que The Southern, Pt.2 desenha na mente assim que começa a tocar. Com beleza, arranjos energéticos e a levada deliciosa que o tempo não envelhece, The Cold Stares prova que a simplicidade executada em altíssimo nível tem uma beleza irresistível. Possivelmente, a imagem que o mundo precise mais olhar ultimamente.

Bandas do passado olhariam pra esse material com orgulho, tirando a poeira de seus ombros cansados e levantando para aplaudir Chris Tapp em sua sequência de canções de abraçar a estrada e a companhia. Ao lado de Brian Mullins e Bryce Klueh, eles aproveitam a semente do blues pra criar variações profundas e autênticas dentro do estilo, gerando uma árvore imponente de rock clássico, com pegada sulista e desenhos atuais para o gênero.

De “Little More Rope” até “Mighty High”, a viagem é saborosa, como se estivéssemos nos servindo de um pequeno rodízio feito com ingredientes raros de Cream e ZZ Top. É bom gosto, bom som, bom tudo. Dá até para capturar nuances de Led Zeppelin aqui e ali, o que, por si só, já enriquece qualquer tipo de obra musical.

Eles só param pra respirar (ofegantes) na linda e sensual “Hurting Side Of Love”, abusando da pegada lenta e confessional que toda banda com base no blues e os dois pés no soul precisa ter. Uma balada de gala, vestida para matar de inveja quem só consegue compor rasos 3 minutinhos de mela-cueca.

No fim da viagem, a certeza é de que todos vão querer passar no posto mais próximo e encher o tanque para uma parte 3.


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