
Em meio à insistente pergunta sobre o rock ter ou não morrido (e as divagações – inclusive nossas – sobre a utilidade desta pergunta), às vezes encontramos pelo caminho algumas bandas que parecem promover um respiro interessante para o estilo, mesmo sem precisar para isso levantar qualquer bandeira a respeito.
O trio britânico UNIVERSITY tem, além da irreverência latente nos títulos de suas músicas, aquele espírito do it yourself, conhecido por trazer à tona alguns dos nomes mais importantes do punk rock.
McCartney, It’ll Be OK, lançado em junho deste ano, é o primeiro álbum do grupo, precedido pelo EP Title Track, de 2023. O nome estranho, por sinal, não tem nada a ver com o beatle octagenário, e sim com um ruído de comunicação em uma conversa, em relação a uma frase presente na letra de GTA Online, “in my garden I’ll feel okay“.
Títulos inusitados não faltam na lista de faixas do álbum, aliás: o disco abre com Massive Twenty One Pilots Tattoo (inspirada numa discussão sobre qual seria a pior tatuagem do mundo), passa por Gorila Panic, Hustlers Metamorphosis e termina com a suíte History of Iron Maiden, dividida em parte 1 (de nove minutos) e 0.5 (mais dois minutos).
O som é punk e barulhento, mas tem uns momentos de calmaria e umas viagens instrumentais. Se a banda é do it yourself na essência, há que se dizer que o UNIVERSITY sabe o que está fazendo, e os três são músicos bastante precisos em seu modo de tocar.
McCartney, It’ll Be OK é caótico e barulhento, e talvez demore algumas audições para agradar quem não está habituado a esse caos. Não cabe aqui inferir se o trio é a salvação do rock (o rock precisaria ser salvo, afinal?). O que cabe é dizer que o UNIVERSITY fez sua lição de casa.
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