
Antes que alguém venha pedir recontagem de votos ou questione a lisura das urnas eletrônicas musicais, é preciso reconhecer: o President já conquistou popularidade sem aparecer em nenhuma pesquisa de intenção de voto e fará seu primeiro comício cobrado com 100% de lotação.
Para se ter uma ideia, o debute do Kiss teve menos de dez pessoas. Para assistir ao nascimento do Eddie e todo o legado da Donzela de Ferro, apenas algumas dezenas. Red Hot Chili Peppers? Menos de 30 corajosos. E o Metallica Trash Venceu, exatas 75 pessoas.
Nenhum dos maiores nomes do rock/metal começou com sold out, aprovação de ‘mídia especializada’ e fila de fãs. Ou seja, se antes as pessoas precisavam conhecer as músicas para irem aos shows, hoje as pessoas estão indo ao show pra conhecer as músicas. Até porque, até agora, não temos nada além de “In The Name Of The Father” e “Fearless”.

Musicalmente falando, não é nada de novo ou revolucionário. Quem passou pelos anos 2000 pode até pensar que se trata de um Three Days Grace que se decepcionou com o catolicismo, incorporou todo o ódio tardio do nu metal, deu uma boa estudada em Breaking Benjamin, trouxe harmonias do pop punk e condensou num peso com double bass marcado e passagens eletrônicas entre os screams de indignação.
Pouco importa se é um spin-off do Sleep Token, uma reunião de super artistas cancelados querendo redenção sob máscaras eleitorais ou um produto secreto da mídia para questionar a própria realidade política do cenário mundial. O fato é que, artisticamente falando, não é simples começar um projeto e já tocar no Download Festival, por exemplo, junto com Green Day, Korn e o próprio Sleep Token.
Sob a cruz de Lorena, o grupo/projeto/partido corta caminho e já se faz ouvir antes de sabermos se tem algo a dizer além do que já disseram. Nos tempos atuais, talvez já seja o suficiente. As pessoas estão tão dispersas com muito de tudo que, um pouco de algo, já conquista o eleitorado.
Assista aos clipe de Fearless (ou jingle de campanha, se preferir):
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