Newsletter Vol. 286

Na última newsletter do ano, nosso time abre a pauta livre pra destacar as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, algum texto livre, curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.  


NOTÍCIAS & VARIEDADES


Por Bruno Leo Ribeiro

QUE VENHA 2025

Estou escrevendo esse texto em 4563 de dezembro. Parece que o ano não passou. Mesmo agora, na sexta-feira do ano, parece que ainda faltam 74 dias pra acabar. Quando isso acontecer (mais conhecido como depois de amanhã), as minhas expectativas musicais vão zerar. É um novo começo.

O que mais gostei de 2024, o próximo ou todos os outros anos, não vão tirar isso de mim. E eu adoro ter essa divisão. A minha promessa de começar na academia no próximo ano é sempre relacionada à música. “Vou compor mais músicas. Escutarei os discos com mais calma. Vou desacelerar. Vou pular música sim” e por aí vai. Todo ano alguma promessa, e pouquíssimas eu consigo seguir 100%. E tá tudo bem.

Lembro que já comentaram em algum lugar que nosso gosto é formado ainda adolescente e é muito difícil quebrar isso. Eu sou a prova viva de que a gente pode mudar de gosto sim. Dá pra ser metaleiro Tr00zeira com 15 anos e, anos depois, ter praticamente a discografia da Taylor Swift comprada em vinil e ouvir sempre. Desde que começamos esse podcast em 2018, eu mudei tanto. Vocês não têm ideia.

E queria fazer esse texto pra agradecer a todos vocês por assinarem e por ouvirem nosso podcast. Hoje considero que a minha versão de hoje é uma versão melhor de ouvinte de música do que em 2018 e, certamente, em 2025 serei melhor que hoje. Sempre tentando ver o que tem de legal, expandindo meus gostos e ideias pré-existentes e me deixando levar pela emoção. Se eu gosto, eu gosto.

Bora ver o que vai me emocionar em 2025. Seguem alguns artistas e bandas que já confirmaram que vão lançar disco em 2025:

Franz Ferdinand, FKA Twigs, Mogwai, The Weeknd, Manic Street Preachers, Tremonti, Dream Theater, Jinjer, Squid, Doves, Lacuna Coil, Killswitch Engage, Architects, Tate McRae, Panda Bear, Lady Gaga, Spiritbox, Coheed and Cambria e Lana Del Rey.

Alguns ainda com rumores ou sem data fechada de lançamento:

Blondie, Charlie Puth, ASAP Rocky, Bullet for My Valentine, Helloween, Kesha, Steven Wilson e Brian Wilson.

Nos falamos ano que vem. Ou melhor… semana que vem :).

Beijos no coração, boas festas e caprichem nas playlists da festa da família e amigos.


Por Vinícius Cabral

NÃO LANCEM DISCOS EM 2025

Se você tem mais de 30 anos e nunca teve um destes, eu não sei o que te dizer

Escrevo esse texto imbuído de espírito natalino. Mentira. Eu odeio natal. Gosto de ano novo porque é uma oportunidade que se abre para que você prometa ser menos idiota no ano que se inicia. Eu sempre prometo isso, mas raramente consigo. Divagações à parte, me conecto com o querido Bruno Leo apenas para construir uma “crônica do nada”. Que seria melhor lida com as vozes de Jerry Seinfeld e George Constanza.


Não lancem discos em 2025*. Não há a menor necessidade disso. Se você pensa que o que você quer dizer é importante, pergunte-se: importante pra quem? Pense duas vezes. Será que já não existem discos demais no mundo? Em pleno século XXI, se você somar a quantidade de discos que existem desde que o fonograma foi inventado, é provável que precisemos gastar as vidas inteiras dos 8 bilhões de habitantes do planeta terra, cada um ouvindo uma porção ínfima de todo esse universo de discos, até esgotá-los. Você já parou pra pensar nisso? 

Quando a gente conseguia contar os discos que a gente tinha (na época que a gente efetivamente tinha alguma coisa) já era coisa demais. Para aqueles de nós que ainda possuem músicas em meios físicos, olhem ao redor, pelas suas estantes. Eu olhei aqui, fiz um cálculo rápido e me assustei, porque percebi que teria que passar os próximos 2 anos sentado em casa sem fazer nada só para ouvir tudo o que eu tenho em CD, K7 e vinil. Se contar o que eu tenho em minhas bibliotecas virtuais, aí fudeu. Esse número sobe para 5, 10 anos. Não é uma tarefa razoável essa de ouvir discos. Então está decidido: vocês não lançam mais nada novo, que aí resolvemos esse problema. Sem álbuns novos para comprar e ouvir, eu posso dedicar o meu tempo às coisas realmente importantes. Trabalhar, cuidar dos filhos, da casa, estudar para o doutorado, etc etc. 

Combinado?

Combinado?

*Como regras existem para serem quebradas, eu quebrarei esta com muito afinco. O godofredo summer começará já em fevereiro. Foda-se. 

Mas é sério gente. Não lancem discos em 2025. 


Por Márcio Viana

2025 É LOGO ALI

Estou cansado. Como disse em alguns episódios, estou em crise enquanto ouvinte, e logo depois de gravar o episódio de melhores do ano, parei de ouvir música.

É claro que eu reafirmo todas as escolhas que fiz, algumas coisas mudarão de ordem na preferência, mas, para além do recesso no meu trabalho, eu precisei dar um tempo para oxigenar os ouvidos, e por conta disso, acho que vou precisar de mais tempo para digerir os lançamentos de 2024, o que vai de encontro com o apelo do Vinícius Cabral aí em cima.

Para 2025, eu desejo não precisar ficar trocando de plataforma de streaming (a plataforma perfeita é a que não me faz ficar lembrando que ela existe a cada play), desejo encontrar boas curadorias (pra poder continuar fazendo boas curadorias por aqui também) e desejo que haja pelo menos 20 bons discos pra gente ouvir e classificar em listas.

Para você que nos lê toda semana, desejo um 2025 repleto de músicas que te façam feliz. Abraços e nos vemos logo ali!


Por Brunno Lopez

ANO NOVO, VIDA VELHA

Resoluções de ano novo em alta resolução demandam apreciação e contemplação. As urgências que esperem por nossa atenção, pois, mais do que ouvir, queremos e precisamos escutar

Sejamos teimosos e teimosas pra enxergar as camadas dos sons que nos aparecerem. Tempo tem a ver com música, independente se for 4/4 ou 7/8. Vamos dar a ela o sentido que merece, o da audição. 

Desacelerar pra acelerar o coração. Que as canções sejam um compromisso cultural sem a batalha de telas paralelas. Cada informação dentro daquela faixa sonora será percebida e absorvida. Vamos sentir, vamos dar forma pra uma conexão legítima que justifica o artista e o ouvinte. 

Assim poderemos sorrir e chorar com os olhos fechados e os ouvidos abertos. 
Que 2025 seja o futuro do passado ou o passado do futuro. Que tenha a percepção analógica das emoções.