Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS & VARIEDADES
Por Bruno Leo Ribeiro
ESPAÇOS NEGATIVOS
As teorias da conspiração sobre como a cantora Poppy surgiu na internet dariam facilmente um texto de 30 minutos só para detalhar tudo o que aconteceu. Ela começou postando covers no YouTube e, após se juntar ao diretor Titanic Sinclair, seu visual mudou completamente, e seus vídeos começaram a viralizar. Em 2017, lançou seu primeiro disco, Poppy.Computer, com uma sonoridade synth-pop e um estilo bubblegum pop bem característico. No ano seguinte, veio Am I a Girl?, que segue uma linha parecida, mas com um toque de Nu Metal no final do álbum.
Foi com o terceiro disco, I Disagree (2020), que ela realmente chamou minha atenção. O álbum tem uma pegada mais industrial e de metal moderno, com pelo menos quatro músicas incríveis: Concrete, I Disagree, Bloodmoney e Fill the Crown. Depois disso, tentei acompanhar a carreira da Poppy, mas nada do que ela lançou depois me conquistou. Pelo menos até… Sexta-feira passada, quando ela lançou Negative Spaces.
Dei play no álbum sem expectativa nenhuma, sem qualquer informação prévia. Fui às cegas. E não me arrependi. O disco começa com uma sequência de três faixas pesadas e modernas, com aquele toque de arena metal mais acessível. É como se os caras do Periphery resolvessem tocar com o Evanescence. Jordan Fish, produtor e ex-tecladista do Bring Me The Horizon, é o responsável pela produção do disco.
O álbum traz também algumas faixas de transição curtinhas e ótimas canções de industrial synth-pop, mas, no geral, é um disco de metal moderno. Em várias músicas, é quase uma homenagem explícita ao Nine Inch Nails.
É para esse caminho que o metal está indo? Se sim, estamos em boas mãos. Talvez eu esteja exagerando, mas Negative Spaces poderia ter tido o mesmo impacto em 2003 que Fallen, do Evanescence. Claro, o álbum tem um forte elemento pop na construção das melodias e estruturas, mas, sinceramente, qual é o problema com isso?
Negative Spaces é um disco que eu não esperava absolutamente nada, e agora estou aqui repensando a ordem dos meus álbuns favoritos de 2024. Obrigado, Poppy.
Por Vinícius Cabral
10/10
Na news de #271 o Márcio nos trouxe o duo (às vezes trio) de Austin-Texas-EUA, Being Dead. Esperei um tempo pra mencionar a banda de novo, mas chegou a hora. E serei bem menos comedido do que o meu amigo. Being Dead é a melhor banda em atividade neste 2024.
Eles estão com tudo, e seu som é daqueles que parece que eu sonhei um dia, acordei, e alguém tinha feito. Não é à toa. Em uma coluna recente da Pitchfork nas redes sociais (a famosa My Perfect 10, onde bandas e artistas revelam seus álbuns 10/10), o trio revela suas escolhas, bem previsíveis.
A baixista Nicole começa falando do álbum branco (os argumentos são perfeitos). Na sequência, Shmoofy, vocalista, guitarrista e baterista (ele e Falcon Bitch se alternam nos três instrumentos) solta a braba: The Raincoats, de The Raincoats (1979). Quem me acompanha aqui sabe que poucas edições atrás (#274) eu trouxe a obra-prima desconjuntada da banda inglesa. Bela escolha – “if you enjoy that kind of stuff“, como diz o cara. Para fechar, Falcon Bitch traz o mestre Daniel Johnston (a quem ela chama, simplesmente, DJ), com sua tape Songs Of Pain, de 1980. Não há nada mais que eu possa acrescentar.
Acho incrível que seja possível haver pessoas do outro lado do mundo com o gosto musical absolutamente igual ao seu.
10/10 para a Being Dead. E para as suas escolhas.
https://instagram.com/p/DCXfd6Vu4TR/
Por Brunno Lopez
NOVAMENTE, OS FESTIVAIS
Veio aí o lineup do Bangers Open Air dois mil e vinte e cinco e já se ouve lamentos aqui e ali por parte do público que, possivelmente, esperava nomes mais ‘grandiosos’.
Bem, isso abre uma discussão interessante que já começou a acontecer em relação aos grandes festivais e seus dinossauros eternos: será que sempre será preciso uma banda imortal que mal consegue segurar os instrumentos para fazer as pessoas se moverem?
Aparentemente sim.
De qualquer forma, se alguém ainda precisa de um motivo pra buscar entretenimento sonoro de qualidade, o BOA pode ser uma boa ideia pela excelente banda brasileira Maestrick.
Pode fazer a boa.
Por Márcio Viana
ABSOLUTE BEATLES
Precisamos de mais um documentário sobre os Beatles? Provavelmente não. Mas e se tiver a assinatura de Martin Scorsese?
Bom, é isso que oferece agora a Disney, e o trailer acaba de ser divulgado.
Produzido por Scorsese e realizado por David Tedeschi, o filme documenta a primeira visita dos Beatles aos Estados Unidos, em fevereiro de 1964, que culminou na explosão da “Beatlemania”. Beatles 64 conta com imagens inéditas e entrevistas de Paul McCartney e Ringo Starr, e estará disponível na plataforma Disney+ a partir do dia 29 de novembro.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana
