9 de Setembro de 2019
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Bruno Leo Ribeiro
2019 TÁ DEMAIS!
Fazia tempo que eu não ficava tão feliz (e confuso) com um ano tão bom na música. Nesse segundo semestre do ano, muita coisa tem sido lançada e cada dia que passa minha lista pro episódio de melhores de 2019 fica mais complicada. Vou dar uma pincelada rápida no que andei ouvindo nas últimas semanas e dar destaque a um desses.
Andrei ouvindo o disco novo da Lana Del Rey (que nunca achei que fosse curtir hahaha), ouvi o novo single da banda de metal progressivo da Noruega chamada “Circus Maximus” e claro, o novo disco do Post Malone.
Sobre o “Hollywood’s Bleeding”, que quero dar um destaque. Já falamos que o Post Malone é um roqueiro que usa beats de Trap pra fazer música melancólica em cima. Então acho que nesse disco ficou mais evidente que ele na verdade tá fazendo Rock, só que as batidas são de Trap music. Além da participação surpreendente de ninguém menos que o cavaleiro das trevas, Ozzy, ainda conta com muitos convidados incríveis como a SZA. É um disco pra colocar e nem sentir que terminou. Ele passa e você nem vê. Fica aí a dica pra ouvir durante o dia e apenas sentir. Um excelente disco, que bem provavelmente vai entrar na minha lista de top 10. Veremos o que vem por aí :).
Vinícius Cabral
SONIC (FUCKING) YOUTH
Pra ser bem sincero, meu recent play inclui um lançamento aí que eu vou precisar de um tempo pra digerir, mas que vai dar o que falar. Entre uma pausa saudável pra refrescar, em pleno domingão, o algoritmo do YouTube me recomendou uma música do Sonic Youth que eu não ouvia a tempos. Foi o suficiente para me introduzir em uma espiral de singles e clipes maravilhosos dessa densa, prolífica e, porquê não dizer, estrutural banda Nova Iorquina. Para os “iniciados” em Rock Alternativo, essa é uma daquelas bandas que constituem verdadeiros “pilares”, e sobre as quais, curiosamente, pouco se debate, sendo bem comuns diálogos como: “Putz, e aquela do Washing Machine, hem?”, “Nó…pois é. Porra…nem fala”.
É isso. E pouco se fala, diante de uma obra extensa, com 15 álbuns de estúdio, vários EPs, Singles e Compilações, apenas se admira. Apesar de ser alucinado com a sonoridade noise-alternativa, mesclando sempre uma orquestra de guitarras dissonantes e o baixo marcado, pontual, com melodias inesperadamente inspiradas em meio a essa “massa” sonora aparentemente difusa (uma das assinaturas da banda, certamente), eu não sou sequer um dos fãs mais fundamentalistas. Acho os primeiros discos da banda (até 1987) extremamente experimentais e, mesmo os da fase mais “acessível”, consumo com moderação. É uma obra irregular, com discos impecáveis alternados com outros cheios de canções longas e devaneios noise bem específicos. Mas há algo em Sonic Youth, bem de difícil captar em poucas linhas, aliás, que transcende a reflexão crítica, e entra no campo da arte.
Em um “mini-mini-Raio X”, criei uma playlist (link abaixo) para aqueles que, como muitos amigos meus, até já ouviram falar da banda, mas nunca conseguiram “entrar” devidamente no universo dela. É uma pincelada bem superficial pela discografia, que traz alguns dos melhores singles e outras canções até menos conhecidas, mas que acho que resumem bem a “natureza” desse grupo fundamental. Espero que gostem!
Márcio Viana
LIVRE
Passou pelos meus ouvidos e ecoou pelo final de semana inteiro o novo disco de Iggy Pop. Se há um adjetivo que se encaixa perfeitamente a Iggy, este adjetivo é “livre”. E é bem essa liberdade que se pode esperar de Free, seu novo álbum, lançado nesta sexta-feira, 06 de setembro. Depois de uma bem sucedida turnê de promoção do álbum Post Pop Depression, produzido por Josh Homme e gravado com membros do Queens of The Stone Age e Arctic Monkeys, o cantor volta com um álbum de estúdio com repertório mais variado, levando sua voz grave a sons mais voltados ao jazz e ao pop, mas passeando também pelo rock, é claro.
É um grito por liberdade que só a voz de Iggy Pop sabe entoar.
O maior destaque do álbum fica por conta da provocativa James Bond, mas Loves Missing e Glow in The Dark também empolgam.
Brunno Lopez
DO PROG À BAD
Este provavelmente está sendo o ano em que me tornei mais gentil para receber novas experiências musicais. O resultado até agora é animador por várias razões. Porém, vou focar em apenas dois exemplos totalmente opostos mas igualmente brilhantes.
Num repeat que chega a ser preocupante, a canção “Dignity”, da irretocável banda de metal progressivo Opeth (não se assustem se eu falar deles nas próximas news até o fim do ano, pois está impossível ignorar a magnitude deste novo trabalho que sequer saiu por completo!).
Parece que cada nota, cada arranjo, cada expressão sonora foi colocada meticulosamente ali, acariciando os ouvidos em seus seis minutos e trinta e cinco minutos de duração. E contemplação.
Do outro lado, um artista que consegue criar músicas tristes capazes de nos fazer sorrir de tanto chorar. Ou chorar de tanto sorrir. Ouse colocar aí o single “Living in Lighting”, do City And Colour e experimente a imersão deliciosa e ridiculamente bonita dessa canção. Letras que fazem seu coração bater ao contrário e seu cérebro desejar tomar escolhas diferentes.
Fica difícil descrever a brutalidade emocional que esse som carrega, mas recomendo que vocês se deixem acertar em cheio por ele. Mesmo.
Ouça aqui o single Living in Lighting
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana