8 de Junho de 2020
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS
Bruno Leo Ribeiro
MELHOR MÚSICA DO MUNDO DE CASA
Que eu acho “God Only Knows” do Beach Boys a melhor música escrita de todos os tempos, não é segredo. É dessas músicas que consigo escutar em loop durante o dia inteiro (e acredite, já fiz isso várias vezes).
Na última quinta feira, o Brian Wilson se apresentou tocando “God Only Knows” e “Love and Mercy” durante o #PlayAtHome do Late Show do Stephen Colbert.
Em março, ele participou da série da Rolling Stone ”In My Room,” onde tocou versões no piano de “Do It Again” e “Love and Mercy”, do Beach Boys. Nos últimos meses, também há um rumor que ele pode se reunir com a atual formação dos Beach Boys para uma turnê de 60 anos. Imagina! 🙂
Veja aqui o Brian Wilson tocando a melhor música do mundo 🙂
Vinícius Cabral
GIRO DE LANÇAMENTOS
Em meio à quarentena o que mais tem rolado – mais do que “babados”, certamente – são os lançamentos, talvez na esteira da ideia de “ah, tá todo mundo em casa, vamo lançar!” – até Lady Gaga renasceu das cinzas pra lansa as suas brabas. Mas a verdade é que o “estar todo mundo em casa” não tem sido responsável por saltos na audiência online. As análises de dados mostram que o comportamento se diluiu. Se antes haviam “picos” de audiência em intervalos de trabalho e nos fins de semana, agora todo dia é domingo nos streamings. Não tem necessariamente mais gente dando play nas coisas diuturnamente, mas com certeza tem mais artista lançando disco do que é possível acompanhar.
Na minha “fila” pra trazer destaques aqui nas semanas da seção “Lançamentos” já tem pelo menos 3 (ouvidos e analisados com cuidado). No mais, resta o acúmulo, então vou de listinha dos “discos que preciso ouvir” dos últimos meses:
Deerhoof – banda indie que amo e lançou ontem um álbum cheio depois de um bom tempo;
Lady Gaga – ainda não entrei no universo do Chromatica, mas já me encantei pela estética e pela recepção;
Medhane – ansioso pelo disco do rapper nova iorquino que conheço pouco mas já admiro pacas;
The 1975 – dizem que tá braboooo;
Yung Lean – dizem que tá fraco, maaaaas;
Charli XCX – esse foi disco “de quarentena” … a identidade tá maravilhosa e o single também. Ansioso pelo trampo completo;
Hayley Williams – essa dispensa apresentações, mas exige um play;
Blake Mills – disco do guitarrista e produtor … esse é um dos que quero aprofundar (obra prima);
KeiyaA – discão de uma produtora/cantora estreante incrível;
NNAMDÏ – rapper e produtor de Chicago … tô louco pra ouvir;
Yves Tumor – puta disco do enigmático cantor/produtor (vale aprofundar também);
Waxahatchee – disco promissor também da cantora/compositora indie;
Lyra Pramuk – o que mais chama atenção nesse disco é que não há instrumento tocado … todos os sons que se ouvem são produzidos pela própria voz da artista americana. No mínimo interessante;
Fica aí um pequeno cardápio!
Márcio Viana
VIDAS NEGRAS IMPORTAM. ALGUMAS ATITUDES MOSTRAM QUEM SE IMPORTA
Em meio a todos os atos e movimentos em protesto à violência policial e racismo, que culminou nos Estados Unidos no assassinato de um homem negro, George Floyd, por asfixia, em uma abordagem truculenta de um policial branco, algumas corporações resolveram demonstrar apoio à causa. O Spotify, por exemplo, adotou algumas ações integradas ao movimento Blackout Tuesday, como por exemplo a inserção de uma faixa de silêncio de 8 minutos e 46 segundos em playlists e podcasts selecionados. Esse foi o tempo que Floyd aguentou o joelho do policial Derek Chauvin sobre o seu pescoço. Um tanto complexo, mas é algo.
Ainda que eu ache louvável a atitude de se dar visibilidade à causa, queria mesmo falar aqui de uma outra ação, de uma plataforma menor, mas que me parece bem mais efetiva: o Bandcamp anunciou que por 24 horas em 19 de junho, o site doará 100% da sua quota de vendas para o Fundo de Defesa Legal da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), uma das mais antigas e mais influentes instituições a favor dos direitos civis de uma minoria (principalmente de negros) nos Estados Unidos. O site também alocará 30.000 dólares adicionais por ano “em parceria com organizações que lutam pela justiça racial e criam oportunidades para pessoas de cor”. Busquei a declaração do Bandcamp e publico aqui uma versão traduzida do comunicado:
Fique com o Bandcamp para apoiar a justiça racial, a igualdade e a mudança
Os recentes assassinatos de George Floyd, Tony McDade, Sean Reed, Breonna Taylor, Ahmaud Arbery e a contínua violência sancionada pelo Estado contra os negros nos EUA e no mundo são tragédias horríveis. Estamos com aqueles que exigem justiça, igualdade e mudança e pessoas de cor em todos os lugares que vivem com racismo todos os dias, incluindo muitos de nossos colegas de trabalho, artistas e fãs na comunidade Bandcamp.
Assim, no próximo 19 de Junho, para qualquer compra que você fizer no Bandcamp, estaremos doando 100% da nossa quota de vendas para o NAACP Legal Defense Fund, uma organização nacional que tem uma longa história de promover efetivamente a justiça racial e as mudanças por meio de litígios, advocacia e educação pública. Também estamos alocando 30.000 dólares adicionais por ano para parcerias com organizações que lutam pela justiça racial e criam oportunidades para pessoas de cor.
O momento atual faz parte de um sistema de opressão estrutural de longa data, difundido e consolidado, e o progresso real requer um compromisso sustentado e sincero com a mudança e a justiça racial política, social e econômica. Continuaremos a promover a diversidade e a oportunidade através da nossa missão de apoiar os artistas, os produtos que construímos para capacitá-los, quem promovemos através do Bandcamp Daily, nossos relacionamentos com artistas e organizações locais através do nosso espaço em Oakland, como operamos como uma equipe , e quem e como contratamos.
Além disso, incentivamos todos na comunidade Bandcamp a procurar maneiras de apoiar a igualdade racial em sua própria comunidade local e, como empresa, continuaremos a procurar mais oportunidades para apoiar a justiça, igualdade e mudança racial.
Para audição, deixo aqui uma postagem do Bandcamp com uma indicação do site, o disco O Som Psicodélico de LCV, de Luiz Carlos Vinhas.
Ouça O Som Psicoldélico de LCV aqui
Brunno Lopez
VIRANDO A PÁGINA
A notícia de hoje é um cover de uma canção originalmente gravada em 1973 por um sujeito chamado Bob Seger. E olhem, essa versão de 2020 está com uma qualidade tão belíssima quanto a que eu conheci, presente lá no fatídico Garage Inc, do Metallica.
Mas antes de falar qual o grupo que a gravou dessa vez, vou deixar aqui uma curiosidade breve:
A letra dessa música fala basicamente sobre a vida de um rockstar vivendo na estrada e se ela não existisse, Jon Bon Jovi e Richie Sambora não teriam escrito Wanted Dead or Alive pois esta foi a maior inspiração da dupla de New Jersey para compor um dos maiores clássicos do grupo.
Talvez nós não saibamos exatamente como será a vida dos rockstars e suas turnês depois que a pandemia for embora, mas o fato é que o Shallow Side resolveu contribuir artisticamente criando uma roupagem acústica para esse som. Meu otimismo espera que eles possam apresentar em breve o resultado em shows vindouros.
Afinal, assim como a própria música diz, “There I go, turn the page”
Essa página vai ser pesada pra virar, mas ainda temos muito pra escrever.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana