24 de Agosto de 2020
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Bruno Leo Ribeiro
LINHAS PARALELAS
Não querendo dar muito spoiler sobre o próximo Raio X que vou fazer, mas já dando, estou lendo a Biografia da Debbie Harry chamada Face It. Estou devorando o livro (já fica a recomendação) e junto da leitura, claro que a trilha sonora teria que ser Blondie.
Acho que pra quem ainda não entrou de cabeça na Blondie e quer expandir, melhor começar mesmo com o clássico dos clássicos (to gastando um disco clássico da newsletter pra falar dele aqui) o Parallel Lines.
Esse disco teve nada mais do que 6 Singles! É hit demais: “Picture This”, “I’m Gonna Love You Too”, “Hanging on the Telephone”, “Sunday Girl”, “One Way or Another” e o hit máximo que todo mundo do planeta conhece “Heart of Glass”.
A Blondie, que faz um New Wave misturando o clima do pop punk da época com Disco e até influências de reggae, foi uma das bandas mais importantes ali no final dos anos 70. Tanto em sonoridade, quanto pela presença da Debbie Harry.
Aqui em casa mesmo, a Debbie Harry é rainha máxima e minha filha Angela de 5 anos já tem camisa dela e já gosta de ouvir também.
Não tem muito mais o que falar desse disco além de ser um desses discos perfeitos que tem que ter uma cópia de vinil em casa e, que em breve, vai rolar um Raio X da Debbie Harry. Então já vão aí entrando no clima. Uma semana maravilhosa pra vocês.
Vinícius Cabral
O PÊSSEGO SANGRANTE. AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA
O Episódio dos Paralamas rendeu. Além de continuarmos em plena “ressaca” de pesquisa, ainda vendo conteúdos relacionados à longa história da banda, em alguns de nós brotou também um desejo de, como a banda brasileira, visitar nossos hermanos. Eu por exemplo parei na Argentina e não voltei mais.
Trouxe aqui semana passada um texto mais ou menos elaborado sobre o clássico de Spinetta, Artaud. Só de cutucar a obra desse gênio, aqui e ali, de vez em quando ele me acerta umas pedradas que entram em um loop inevitável. Desta vez indicarei só mais um petardo; a canção Durazno Sangrando do projeto de Spinetta posterior ao Pescado Rabioso – Invisible. Uma música que traduz um sentimento fortíssimo. Uma paixão que se cristaliza em poética, métrica e melodia. Um rock tão latino americano. Tão, tão … nosso! O rock argentino tem que ser estudado (e acho que já temos feito isso, a começar por este gênio incomparável).
Tem uns artistas que, realmente, tem mais obras primas que amigos.
Márcio Viana
SI NO CAMBIO DE CAMINO, NO VOY A LLEGAR MÁS
Eu faço minhas as palavras do colega Vinícius Cabral no texto acima, e ainda na esteira da ótima experiência de estudar a obra d’Os Paralamas do Sucesso, mergulhei (de novo) no rock argentino, não ainda como gostaria, mas revisitando algumas coisas que conheci de um jeito torto, que acabaram se tornando sons muito queridos nos meus plays.
Fato é que, para ficar no exemplo mais recente, me lembrei de procurar saber se havia lançamento de Edu Schmidt, cantor e multiinstrumentista de Buenos Aires, que foi integrante do Árbol, banda incrível que adicionava ao seu punk rock elementos inusitados, como o violino (tocado por Schmidt).
Conheci a música de Edu Schmidt pelo disco Chocho!, de 2014, daqueles discos de não pular faixa, de ser trilha de nossos trajetos de casa para o trabalho e vice-versa. Antes deste disco, ele já havia lançado El Silencio es Salud em 2009, três anos depois de sair da Árbol, e depois de Chocho! lançou Loco!. Agora, em 2020, ele volta a aparecer com Croto, puxado pelo belo single Felicidad.
Com todas essas opções, Chocho! continua sendo meu preferido do artista, principalmente pela faixa de abertura, Un Río, cujo clipe compartilho:
Brunno Lopez
IMPERECÍVEL
A palavra acima poderia fazer referência direta ao rock. E talvez tenha feito na época que foi utilizada como o nome de uma música dessa que foi uma das bandas mais importantes do pseudo-underground paulista, o Luxúria.
Incrível imaginar que o grupo da vocalista Meg Stock tenha experimentado os holofotes apenas entre 2006 e 2008, com clipes na MTV e até abrindo shows do Evanescence.
Foram vários singles explodindo, e o melhor de tudo, sem nenhum flerte pop pretensioso. Era o legítimo rock alernativo com letras bem construídas que pintavam a cena daquela década com as melhores cores possíveis.
É fato que a Meg seguiu compondo e lançando outros dois discos usando agora seu próprio nome ao invés de Luxúria – e o som é belíssimo – mas é prazeroso se debruçar com o que a banda construiu naquele período e o quanto poderia ter ido ainda mais longe.
“Entre você e eu ficou quase tudo intocado
Mesmo que a nossa casa caia de repente
Você vai continuar aqui intacto
Na minha vida, na minha cabeça confusa
A sua vida imprevisível
Deixou a nossa validade invisível
E o meu amor imperecível”
Esse refrão, passe o tempo que for, ainda ecoa como se fosse a primeira vez que escuto.
Já falamos sobre a morte ou não do rock.
O que posso dizer é que ele estava em plena saúde quando essa música tocava.
E que bom que, ao menos pra mim, foi a última música que ouvi em repeat na semana que passou.
Ouça o disco aqui
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana