Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 58

31  de Agosto  de 2020


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção. 


NOTÍCIAS

Bruno Leo Ribeiro

ORQUESTRANDO UM NOVO ÉPICO
O Rock pesado tem histórico de tentar misturar a música clássica com o Rock. Lá no final dos anos 60, mais precisamente em 1969, o Deep Purple fez uma apresentação no Royal Albert Hall em Londres tocando com a Royal Philarmonic Orchestra (veja aqui). Talvez eles foram os pioneiros nessa ideia de colocar uma orquestra junto com a banda. Depois de todos esses mais de 50 anos, isso virou até uma coisa comum. 

Talvez o que tenha chamado mais atenção dessa bela mistura, foi o Metallica em 1999. A banda convidou o condutor e arranjador Michael Kamen (que trabalhou com o Pink Floyd, Queen, Guns N’ Roses, além de trilhas de filmes e muito mais) pra criar os arranjos pra esse grande acontecimento e grande disco lançado em 1999. 

4 anos depois do lançamento do S&M (Symphony & Metallica), perdemos o Michael Kamen que lutava contra uma Esclerose Múltipla desde 1997 e faleceu de ataque cardíaco em 2003.

Pra comemorar 20° aniversário de lançamento do primeiro S&M, o Metallica resolveu repetir a dose juntando-se a Orquestra de San Francisco pra mais dois shows especiais em San Francisco pra lançar um super show. São mais de 20 músicas com mais de 2 horas e meia um repertório perfeito.

No ano que perdemos também o gênio Ennio Morricone, acaba que o disco lançado semana passada (box set com LPs, CDs e Blu Ray) é também uma homenagem a esse gênio da composição. O Metallica sempre abre seus shows com The Ecstasy of Gold do filme clássico The Good, the Bad and the Ugly.

Dos destaques, Anesthesia é um dos momento mais emocionantes do disco. Além de ser uma bela homenagem ao grande e eterno baixista Cliff Burton, que morreu num acidente de ônibus quando a banda estava em turnê pela Suécia em 1986, a música é lindamente interpretada pelo contrabaixista principal da Orquestra de San Francisco, o Scott Pingel. Mas vamos parar de falar e ouvir mais esse acontecimento que só prova que o Metallica é ainda sim, a maior banda de metal do planeta.

Ouça o S&M2 Aqui


Vinícius Cabral

OK BOOMER!
Recentemente Elton John criticou o Pop moderno, dizendo que “não está interessado em músicas feitas por um computador”. 

Bom, embora isso esteja acontecendo (e vocês podem ver um exemplar maravilhoso de música feita por um computador aqui), o Pop moderno na verdade é muito mais um conjunto de produtores, cantores e cantoras humanos soando como computadores – tá aí a PC Music pra não me deixar mentir. Temos também artistas que soam bem humanos (mesmo quando não “desligam” o autotune) e viscerais no topo das paradas. Grimes, Cardi B, Megan Thee Stallion, Taylor Swift, Dua Lipa, Lady Gaga … a lista é grande. E é um Pop, surpreendentemente, meio desconjuntado e “pesado”. 

Do pouco que ouvi do Chromatica, por exemplo, o novo da Gaga, achei pesadíssimos os beats e os tradicionais “peidos” de sintetizadores. O single novo da Cardi com a Megan, também, é outra pedrada: o baixo lá nas profundezas da terra, o beat “seco”, pesado. As letras, sempre uma cacetada. Nem vou falar das tradicionais experimentações da turma da PC Music, que já é pano demais pra essa manga aqui. Mas meu ponto é: o Pop moderno me parece estar em uma direção muito mais pesada, sombria e experimental do que, digamos, o … ROCK. É isso mesmo que vocês leram. 

É claro que computadores fazem arte, enquanto artistas fazem dinheiro. Sempre foi assim. Mas o Pop atual não me soa nada conformista, automatizado ou massificado – apesar das automatizações e da massificação. Soa até engraçado um cara sempre tão – ao menos aparentemente – moderno e transgressor, reclamar da cena atual. Acho que os vovôs nos anos 50 também não achavam que o nascente Rock era música “de verdade”, não é mesmo?

Tem hora que vale mandar um “OK Boomer!” e seguir em frente. 


Márcio Viana

O FUTURO É O PASSADO?
Há pouco tempo comentei no Twitter que estava impressionado com o fato de Bullet with Butterfly Wings, minha favorita do Smashing Pumpkins, ter completado 25 anos neste 2020 que luta para ser algo além da pandemia.

Eis que, após uma contagem regressiva que dava as pistas do que estava por vir, a banda de Billy Corgan lançou nesta semana dois singles novos, Cyr e The Colour of Love.

Ainda mais impressionante que a surpresa do lançamento é que o grupo, um dos grandes exemplos da sonoridade que dominou a estética do rock no meio dos anos 90 no pós-grunge, dá alguns passos atrás nestes dois singles, indo parar logo na década anterior, primeiro na dançante Cyr e depois na new wave The Colour of Love.

Me pergunto aqui, neste espaço que esta semana é dedicado a notícias, se o grupo de Billy Corgan, junto com seu companheiro frequente Jimmy Chamberlain e recentemente acrescido do retorno do velho parceiro James Iha (com a lamentável ausência da baixista D’arcy), ainda é notícia, mesmo com as novidades que emulam o antigo.

Me pergunto também se a tendência de reviver os 80’s é realmente uma tendência ou um esgotamento de ideias. Este ano já tivemos o Green Day investindo nesta fórmula.

Por enquanto, deixo aqui os sons e fico no aguardo do álbum cheio para tecer uma opinião. Ouçamos.

Ouça The Colour of Love aqui

Ouça Cyr aqui


Brunno Lopez

FAÇA O QUE VOCÊ PODE
Tempos difíceis se arrastam com a pandemia e observamos os artistas se tornarem ainda mais criativos nesse acontecimento histórico. São muitas produções acontecendo com o objetivo de mostrar o cenário atual e oferecer um conforto para o momento.

Um deles é o Bon Jovi, mais precisamente no vídeo novo de mais uma canção presente no álbum “2020” do grupo. Em “Do What You Can”, vemos Jon andando de máscara por vários pontos de New York enquanto passa uma mensagem de força e esperança para os moradores da cidade.

É um registro válido de uma banda experiente que sempre teve um viés de colaborar em ações humanitárias. Tantos heróis tem se mantido firmes nessa batalha e podemos enxergar um pouco desse reconhecimento durante o clipe.

“When you can’t do what you do
You do what you can”

Assista ao clipe aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana