28 de Setembro de 2020
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção.
NOTÍCIAS
Bruno Leo Ribeiro
GÊNIO DAS TRILHAS
Em 21 de Setembro tivemos mais uma edição do Emmys, o prêmio da televisão. Depois do Oscars, talvez seja um dos prêmios mais importantes da indústria do entretenimento nos Estados Unidos, mas não vamos falar de tapete vermelho, nem séries nem as gafes da edição, vamos falar de um gênio chamado Ludwig Göransson.
O Ludwig Göransson ganhou o Prêmio de Melhor Composição Musical pra Série que nos traz paz por causa do Baby Yoda, o The Mandalorian.
O prêmio de Melhor Composição Musical para uma Série Limitada, Filme ou Especial Original, foi pra trilha genial do Trent Reznor e do Atticus Ross para a série que todo mundo tem que assistir, Watchmen.
Pra quem não tá reconhecendo o Ludwig Göransson, ele ficou extremamente conhecido por seu trabalho com o Childish Gambino, levando para casa dois prêmios Grammy com “This Is America” em 2019. No mesmo ano, ele ainda ganhou o prêmio Grammy de Melhor trilha sonora para mídia visual com seu trabalho no Black Panther. Ele também ganhou o Oscar 2019 de Melhor Trilha Sonora Original para Pantera Negra.
Não é pouca coisa não. O cara é super versátil e mostra pra nova geração que não precisamos comparar os compositores de hoje em dia com o genial John Williams do passado. Estamos bem representados. Ele é simplesmente genial e suas trilhas serão lembradas em 30 anos assim como cantarolamos as trilhas de Star Wars e Indiana Jones.
Uma salva de palmas pro Ludwig Göransson. Alías, ele é da Suécia. Tem alguma coisa especial por lá como falamos no primeiro Geografia Musical.
Ouça a trilha que deu pra ele esse prêmio
Vinícius Cabral
COISINHAS REAIS – E OUTRAS BEM, BEM DESANIMADORAS
Tempos agitados, entre pandemia, generais, charlatonices e (algumas) coisinhas reais (e outras bem, bem desanimadoras).
Coisinha real #1: morreu nosso grande Gerson King Combo, um dos precursores da Black Music brasileira. Um personagem sensacional que conhecemos muito pouco (eu me incluo totalmente nessa, infelizmente). Famoso pelo hit absoluto Mandamentos Black, é um dos caras que quero pegar realmente pra ouvir e conhecer assim que tiver a oportunidade.
Coisinha real #2: o bipolar Kanye West mijou em um Grammy, vazou o contato de um executivo bilionário da Forbes, expôs seus contratos com a Universal e tentou realizar um levante contra a indústria musical. Eu prometi pra mim mesmo não comentar mais as sandices do Kanye enquanto ele não fizesse algo relevante, mas ele mijou em um Grammy, vazou o contato de um executivo bilionário da Forbes, expôs seus contratos com a Universal e tentou realizar um levante contra a indústria musical.
Coisinha desanimadora #1: Isso foi bem legal. Pena que já virou meme e não vai dar em nada.
Coisinha desanimadora #2: olhem o que virou a MTV. Essa semana teve a edição 2020 do MTV Miaw, que é basicamente uma adaptação brasileira do MTV Millennial Awards. O evento acontece no México desde 2013 e é uma premiação de … (Música? Artistas? Videoclipes? Shows?) noooope! As categorias são coisas do tipo: “Memeiro do Ano”, “Crush do Ano”, “Pet do Ano”, “Fandom do Ano”, “Ship do Ano” e por aí vai. As duas categorias mais surpreendentes na verdade são as: “Artista Musical” e “Clipe do Ano” (eles até falam um pouquinho de música, olha só!). Pra vocês terem ideia do tamanho da merda, o “artista” mais premiado nas 3 edições do evento no Brasil foi o Felipe Neto (nem sei quantos álbuns ele lançou .. se alguém aí conseguir me contar sou todo ouvidos).
É triste constatar que a outrora tão importante MTV virou apenas uma assessoria de marketing de celebridades de redes sociais. Uma espécie de Capricho distópica do novo milênio, pronta para ter festivais apresentados por robôs (ou por Manu Gavassi e Bruna Marquezine em cenários virtuais de videoconferência, whatever). Nessas horas dá vontade de fazer como o Kanye e mijar em uma premiação (só que eu, claro, não tenho uma premiação, então fica aqui minha revolta contida).
Márcio Viana
POWER QUARTETO
Talvez ainda seja o efeito do Especial Paralamas que fizemos, mas também me parece que 2020 tem sido um ano de destaque para a banda, mesmo impossibilitada de fazer shows, bem como todas as outras bandas do planeta que ainda têm um resquício de noção.
Ouvi um dia desses uma entrevista com João Barone em que ele falava que o próximo plano para a banda era uma nova turnê, mas com o repertório voltado aos clássicos do grupo. O que não falta é clássico, convenhamos.
Mas escrevo nesta newsletter para falar de outra coisa relacionada aos Paralamas: o documentário Os Quatro Paralamas, de Roberto Berliner, cineasta que acompanha a trajetória do grupo desde os primórdios. É o próprio diretor que dá o tom do filme desde o início, com um depoimento seu, falando sobre como a banda foi importante para ele, a ponto de ter sido o pivô até de seu casamento.
Mas a questão que o filme responde na verdade é outra: o power-trio é o que é porque é na verdade um quarteto, e é aí que entra o quarto paralama, o empresário do grupo desde sempre, Zé Fortes. Ele conta que estar com a banda o fez notar que ele não precisava ser talentoso na música para fazer parte do núcleo. A harmonia entre os quatro – algo inédito no cenário nacional (afinal, qual outra banda manteve o mesmo empresário desde o início?) – foi essencial na condução da carreira d’Os Paralamas do Sucesso do primeiro até o último disco.
É tocante, aliás, o momento em que, os quatro reunidos, o empresário conta que desistir nunca foi cogitado, mesmo no momento mais crítico, que foi o do acidente de ultraleve sofrido por Herbert Vianna.
É nesse momento então que a gente entende de onde vem a força do grupo. Nada estranho para alguém que carrega o sobrenome Fortes.
O documentário faz parte do festival de documentários É Tudo Verdade, e as sessões já aconteceram, mas o filme deve ser disponibilizado em breve.
Além de tudo, o documentário me trouxe a percepção de uma canção que havia me passado despercebida do disco mais recente do grupo, Sinais do Sim, a ótima Olha a Gente Aí.
Assista ao trailer de Os Quatro Paralamas aqui
Ouça a canção Olha a Gente Aí aqui
Brunno Lopez
2 AND A HALF DOGS
O trocadilho do título é uma tentativa certamente fracassada de dizer que setembro trouxe pra nós um lançamento com quase todos os integrantes do Winery Dogs, faltando apenas o deus do baixo Billy Sheehan.
Mas a verdade é que a música da qual estou falando não é uma inédita desse supergrupo maravilhoso. Porém, é preciso receber com grandiosidade qualquer trabalho que tenha Richie Kotzen e Mike Portnoy juntos.
Apreciem “Raise The Cain”, com Richie fazendo os vocais, as guitarras e o baixo.
A batera, como já foi falado, ficou por conta do ex-baterista do Dream Theater.
Espero que seja um flerte para o próximo disco do Winery Dogs.
Até lá, temos dois deles satisfazendo a saudade da banda.
Assista ao lyric vídeo aqui
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana