5 de Abril de 2021
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Por Bruno Leo Ribeiro
O TEMPLO DO CACHORRO
Alguma coisa sobre a tristeza do Grunge sempre me fascinou. Na época que surgiu, eu não entendia toda aquela dor. Talvez por eu ser inocente demais ou novo demais.
Quando ficamos adultos, temos filhos e paramos de ouvir Slayer no carro gritando pela cidade, paramos pra pensar sobre a morte de um jeito diferente. Quando você é novo, você fica fascinado com aquela coisa tão distante. Quando a coisa vai chegando perto, ficamos pensativos.
Hoje já consigo entender a dor do Alice in Chains, Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e muitas outras. Mas o Temple of The Dog me pega de um jeito diferente.
Depois de quase 4 anos sofrendo pela morte do Chris Cornell, finalmente tive coragem de dar play no disco do Temple of the Dog.
Esse projeto / superbanda é um tributo idealizado pelo Chris Cornell do Soundgarden em homenagem ao seu amigo Andrew Wood que havia morrido de overdose. Ele chamou o Matt Cameron, baterista do Soundgarden, e também os ex-integrantes da banda do Andrew, o Mother Love Bone. Dessa banda, veio o Jeff Ament no baixo e o Stone Gossard na guitarra. Pra completar, o Chris convidou o amigo Mike McCready. Quando o Andrew Wood morreu, o que se tornaria Pearl Jam estava testando vocalistas e um jovem lá de San Diego chamado Eddie Vedder foi o escolhido e assim o disco foi gravado. (Inclusive no dia 16 de Abril completa 30 anos).
O disco conta com músicas incríveis como Say Hello 2 Heaven e a linda maravilhosa, Hunger Strike (com talvez um dos melhores duetos dos últimos 30 anos com o Chris Cornell e o Eddie Vedder).
Apertei o play nessa última semana e fui diretamente teletransportado como um viajante do tempo para 1991.
Senti uma dor imensa de todos os lutos que passei durante esses anos perdendo o Kurt Cobain, Layne Staley e o Chris Cornell… Tudo isso resumido em um disco que não sei quando terei coragem de dar play de novo. Mas não vai demorar muito não. O disco é pura perfeição.
Por Vinícius Cabral
ESSE É O MELHOR MOMENTO DO INDIE DESDE OS ANOS 90
Qualquer semelhança com isso aqui, não é mera coincidência
É com essa declaração forte que eu passo pra deixar meus plays recentes, que têm me encantado profundamente: Dry Cleaning e Lost Girls. Dois discos sensacionais, que ainda merecem escrutínio.
Por ora, veja aqui um clipe sensacional de Dry Cleaning
Por Márcio Viana
A IMOBILIDADE FRENÉTICA DE MIKE PATTON
De todos os inúmeros projetos paralelos de Mike Patton (fora o Faith No More, é claro), talvez o que mais me agrada seja mesmo o Tomahawk. Não que os demais sejam ruins, mas ultimamente tenho equilibrado minha concentração com sons um pouco menos experimentais, e o grupo formado por Patton com Duane Denison (do The Jesus Lizard) na guitarra, John Stanier (ex- Helmet) na bateria e Trevor Dunn (companheiro do cantor no Mr. Bungle) no baixo, por mais que faça alguma experimentação, traz uma sonoridade que passeia pelo som pesado e o pop, e lembra muito a banda principal de Mike Patton.
Eis que, oito anos após o antecessor, Oddfellows, o Tomahawk lança agora Tonic Immobility, com 12 faixas, todas inéditas. Se você não conhece o som da banda, imagine um Faith No More um pouco mais alternativo e enxuto, sem os teclados. Uma percepção ao ouvir este álbum é que Mike Patton parece estar em sua melhor forma como cantor, promovendo grandes variações entre estilos vocais.
Por mais que a viagem aqui seja outra, é inevitável comparar mais uma vez: Dog Eat Dog, o primeiro single lançado, não faria feio dentro do repertório de Sol Invictus, o disco mais recente do Faith No More, de 2015.
Por Brunno Lopez
TÁ CAINDO ABÓBORA DO CÉU
E esse tipo de chuva é exatamente tudo o que eu estava esperando do Helloween. Afinal, esses caras não apenas definiram o que viria a ser o power metal, mas o redesenharam.
Além disso, conseguiram reunir praticamente todos os integrantes que já passaram pela banda para criar algo novo e, certamente, épico.
Skyfall é apenas um aperitivo para tudo o que o álbum promete entregar, mas já deu pra perceber que teremos um banquete farto servido pela banda mais espetacular da Alemanha.
Vale lembrar que as bateras desse disco foram gravadas no antigo kit do Ingo Schwichtenberg, o baterista original do grupo.
Só por isso já valia o play.
Mas quando se trata de Helloween, é sempre muito mais do que isso.
É hino atrás de hino.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana