Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 98

07 de junho  de 2021


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção. 


NOTÍCIAS & VARIEDADES

Por Bruno Leo Ribeiro

PORTAS SE ABRINDO

Marisa Monte anuncia o lançamento do disco chamado “Portas”, primeiro disco de inéditas em dez anos.

Pra mim, a Marisa Monte está no meu Top 3 cantoras e compositoras do Brasil. Não tem um disco dela que eu ache fraco. É pelo menos nota 6.5, principalmente no comecinho da carreira. O disco “Mais”, o “Verde, Anil, Amarelo, Cor-de-Rosa e Carvão” e o “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor” são discos impecáveis. 

Será que vem mais coisa maravilhosa por aí? Provavelmente sim!

A cantora e compositora postou nas redes sociais na última semana um vídeo dizendo: “Nada é melhor que o silêncio, para sentir, pensar e fazer música. No início do ano de 2020, eu tinha muitas músicas prontas e meu plano era, em maio, entrar no estúdio para começar a gravar um novo álbum. Seria o meu primeiro disco solo de inéditas em quase 10 anos. Mas, em março de 2020, aconteceu o que ninguém poderia imaginar. As portas se fecharam, a vida de todo mundo se encheu de incertezas e ficou difícil fazer planos. Foi quando um amigo meu me disse que a vida tem seu próprio GPS e que, toda vez que a gente perde uma oportunidade, começa logo a recalcular a rota em busca da próxima saída.”.

Mais detalhes e a data de lançamento, serão revelados em breve, mas em 29 de novembro, apareceram no banco de dados do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) alguns registros de músicas inéditas creditadas a Marisa Monte. As músicas registradas se chamam, “Grande Janela”, “Desta Feita” e “Meu Canto”, que é creditada a Marisa Monte junto com o Lulu Santos. 

Vamos aguardar mais um lançamento de uma das maiores cantoras e compositoras do Brasil. 🙂


Por Vinícius Cabral

CANÇÕES DO CLUBE DA ESQUINA POR: BOOGARINS

Já tem um tempo que isso aconteceu, mas foi bem legal, e o vídeo foi publicado recentemente no canal oficial do Multishow. A melhor banda indie do Brasil (infelizmente – ainda – não é a godofredo), os Boogarins, fizeram um show especial interpretando canções do contexto do Clube da Esquina. Melhor falar em “contexto” do que “movimento”, ou se referir exclusivamente ao álbum – que não resume o repertório dessa bela homenagem feita pela banda goiana. 

Quem me conhece sabe o quanto sou reticente em relação à covers, mas acho que essa apresentação foi quase absolutamente certeira. Digo, infelizmente, quase, porque em alguns momentos eles tropeçam – como em Amor de Índio, cantada pelo baixista Raphael Vaz: sua voz não segurou a onda não. 

No restante do show, só coisa linda. Destaco a bela versão de Um Girassol da Cor do Seu Cabelo e de Vento de Maio, uma das minhas favoritas do repertório do Lô Borges. É claro que o Dinho arrasa como sempre nos vocais (embora eu ainda reivindique que eu imito o melhor, modéstia às favas, kkkk…falta mostrar isso, né?!), e a banda dá um show nas versões modernas para clássicos imortais dessa verdadeira gangue mineira. Gangue que assaltou o Brasil e botou este Estado tão lindo no “mapa” da música popular do país, a partir do rock – e, sim, é sempre importante destacar isso. 

Veja aqui a apresentação 


Por Márcio Viana

PUNK’S STILL NOT DEAD

Se é verdade que é preciso ter cautela com o hype, também é preciso considerar que nomes como Thurston Moore, Hayley Williams, Bethany Consentino, Kathleen Hanna ou Karen O. não podem estar todos errados de uma só vez.

Dito isso, The Linda Lindas é um grupo sensacional. Formado por garotas com idades de 10 a 16 anos, o grupo viralizou nos últimos tempos com uma apresentação em uma biblioteca em que performaram sua canção Racist Sexist Boy, que surgiu após a baterista Mila, de 10 anos, ouvir de um coleguinha de escola que o pai havia recomendado que se mantivesse afastado de chineses – a garota disse que era chinesa, e o menino se afastou dela.

É impossível passar incólume pelo som da banda. Pode-se até não gostar da sonoridade punk das jovens, mas é inegável que o espírito do do it yourself está ali. Nas palavras de Kathleen Hanna, do Bikini Kill, a energia das garotas fez com que ela quisesse ter uma banda. Aí ela se lembrou de que tinha essa banda, e tocaria logo depois delas (o The Linda Lindas fez um show de abertura para o Bikini Kill em 2019). Thurston Moore, ex-Sonic Youth, classificou Racist Sexist Boy como música do ano. Exagero? Não sei. O que sei é que assisti à apresentação dezenas de vezes, e fazia tempo que meus olhos não marejavam com uma música.

Em tempos em que o rock (em especial o brasileiro) se aproxima tanto do conservadorismo – um contrassenso sem justificativa – é bom saber que o mundo tem salvação. Mais do que por minhas palavras, é mais fácil sacar o tamanho dessa revolução assistindo às apresentações do grupo: o famoso vídeo na biblioteca, que viralizou, e a apresentação do grupo no programa de Jimmy Kimmel.

Assista aqui a apresentação de Racist Sexist Boy na Biblioteca Pública de L.A.

Assista aqui The Linda Lindas no programa de Jimmy Kemmel


Por Brunno Lopez

A NOSTALGIA DA MELHOR DÉCADA EM DOIS MINUTOS E CINQUENTA E OITO SEGUNDOS

Viver nos anos 90 é a certeza de que o paraíso existiu. E quanto mais o tempo avança, mais parece que a felicidade genuína morava nessa década, com todas as suas características peculiares que nos arrancam sorrisos sempre que a revisitamos.

O We The Kings oferece um pouco dessa sensação em seu clipe mais recente, de uma música maravilhosa que inclusive já falei aqui, a chicletíssima porém viciante “No 1 Like You”.

Eles trouxeram aquela atmosfera cheia de clichês maravilhosos da época e é impossível não querer assistir tudo em looping.

Já perdi a conta de quantas vezes eu já tinha escutado a canção. E nesse momento, chegou a vez de fazer a mesma coisa com o videoclipe.

Talvez “No 1 Like You” se refira, poeticamente, a 1990.
E talvez 1990 seja o número de vezes que eu assisti até agora. 

Assista aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana