Newsletter Vol. 110

30 de agosto  de 2021


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção. 


NOTÍCIAS & VARIEDADES

Por Bruno Leo Ribeiro

TATUADORA, MAS CANTA DIREITINHO

Quando eu vi que a famosa tatuadora Kat Von D ia lançar um disco eu pensei, “Pra quê meu Senhor?!”. A Kat já se mostrou super competente explorando outros caminhos na vida além das tatuagens lindíssimas que ela faz. Ela criou cosméticos sem testes em animais com qualidade incrível e preços razoáveis (*Confirmado pela minha esposa que tem os produtos e sempre falou muito bem!). Mas será que ela também teria algum tipo de competência pra gravar um disco?

Eu dei play no disco da Kat Von D na sexta feira assim que saiu. Respirei fundo e dei play quase fazendo careta. Minha reação foi basicamente assim:

“Hum… sintetizadores meio dark. Interessante. Hum…Não é ruim. Olha… Gostei do clima meio Post Rock. Pô ela canta direitinho! Nossa que música legal! Gente! Eu preciso postar isso no Twitter! Caraca que disco legal!”.

Pois então. A Kat Von D fez um disco que eu realmente mordi a língua. É claro que a gente sempre vai ficar meio assim de ouvir um disco de uma personalidade, celebridade, tipo a tragédia desse delírio coletivo que é a Juliette cantando com o Wesley Safadão.

Não lembro de cabeça de algum caso recente de uma celebridade ou influencer, que se aventurou na música e fez um disco tão interessante.

O disco Love Made Me Do It, é um disco que sim, parece que foi feito por amor à música. Ela fez um disco meio Post Rock, meio Darksynth, meio Rock triste. Eu gostei bastante. O disco terminou e dei play de novo pra eu ter certeza que eu não tava delirando. Não estava. O disco da Kat Von D foi uma agradável surpresa nesse mundo de delírios coletivos por causa de personalidades.

Ouça aqui o Love Made Me Do It


Por Vinícius Cabral

VADE RETRO SATANÁS

Já circulou pelo grupo de apoiadores, por indicação do infalível Marcelo, mas segue o registro para a posteridade: Bruxas Exorcistas é uma das melhores notícias musicais do ano. 

Trata-se de um supergrupo formado só por mulheres sensacionais do rock brasileiro: Apolonia Alexandrina (anvil FX), Camila Costa, Érika Martins (ex-Penélope, Autoramas), Luísa Matsushita (Lovefoxxx, CSS), Maria Paraguaya (Escambau e Banda Cigarras) e Virginie Boutaud (Metrô). Como debut, o grupo lançou o single Vade Retro Satanás, com direito a videoclipe, pelo selo Maxilar (do Gabriel Thomaz, Autoramas). 

O grupo conta para a revista Balaclava que a canção é uma resposta a toda desgraça que o Brasil vive hoje. A canção partiu da brilhante Virginie, certamente uma das compositoras mais incríveis (e subestimadas) da história do rock brasileiro, e reflete a gama de texturas sonoras que parece sempre encantar a artista (mas que também se conecta com identidades das demais participantes); trata-se de um punk desconstruído, meio eletrônico, meio quebrado, com um loop central hipnotizante. Um projeto que merece toda a nossa atenção. 

Em tempo: quando esse texto já estava pronto, tive notícia do falecimento de Paulo Rafael, guitarrista do grupo psicodélico pernambucano Ave Sangria. Além de ter integrado o fantástico (e infelizmente desconhecido) grupo, Paulo tocou por 40 anos com Alceu Valença, participou de bandas e produziu gente como Ramalho, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Lobão e, como se não bastasse, ainda é creditado pelo arranjo antológico de Vaca Profana, na versão de Gal Costa (música de Caetano Veloso). Parece nota de rodapé, mas não se enganem: Paulo, e seu Ave Sangria, são importantes demais para não abordarmos mais e mais vezes por aqui, e em episódios especiais. Fica prometida a pauta. 

Assista o videoclipe de Vade Retro Satanás aqui


Por Márcio Viana

O SUBSTITUTO

Uma das principais notícias da última semana foi certamente a do falecimento do lendário Charlie Watts, baterista dos Rolling Stones, aos 80 anos. Dono de uma elegância ímpar e um estilo de tocar que sempre foi referência entre músicos, Watts já estaria afastado dos palcos, esperava-se que temporariamente, para um tratamento de saúde.

Para dar início à nova tour, intitulada No Filter, a banda recrutou Steve Jordan, músico respeitadíssimo, que anota em suas colaborações a participação em bandas de programas como Saturday Night Live e Late with David Letterman, além de ter tocado com os Blues Brothers e mais recentemente com John Mayer, num trio junto com Pino Paladino (atual baixista do The Who e também substituto de uma lenda, John Entwistle).

Para além destas referência, Jordan foi baterista do X-pensive Winos, banda de apoio de Keith Richards em sua carreira-solo. O baterista substituiu também Charlie Watts em 2004, quando o stone se submeteu a um tratamento de um câncer, felizmente à época bem sucedido.

Com a morte de Watts, chegou-se a especular se a turnê seria mantida, o que foi confirmado pela banda, garantindo que esta será agora uma celebração.

Ainda que seja inevitável uma diferença considerável no modo de tocar, vale apontar que Jordan foi a melhor escolha para a função, já que o próprio Watts endossava a opção por ele. Separei então algumas apresentações do baterista para termos uma ideia do que vem por aí.

Veja aqui Steve Jordan com Bernie Worrell

Veja aqui Steve Jordan com John Mayer e Pino Paladino


Por Brunno Lopez

A RAIVA VIROU QUARTETO

Os alemães do Rage sempre foram um trio de muito respeito no metal. No comando das baquetas e da palheta, sempre estiveram músicos de altíssimo gabarito para acompanhar as cordas do baixo e também as vocais de Peavy Wagner.

No próximo dia 17 de setembro, teremos a impressão de forma completa com o álbum que chegará nas plataformas digitais, o Resurrection Day.

No primeiro vídeo com a nova formação, já podemos ver uma química sendo formada, algo que não é tão simples de acontecer com bandas que já carregam uma grande história e precisam adaptar seus integrantes à filosofia da banda sem perder a essência e, ao mesmo tempo, trazendo um frescor de novidade.

Que Stefan Weber, Jean Bormann e Vassilios Maniatopoulos continuem fluídos e criando novos hinos ao lado do bom e velho Peavy.

Assista aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana