Newsletter – Silêncio no Estúdio Vol. 102

05 de julho  de 2021


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana, nosso time destaca as principais notícias, curiosidades, acontecimentos relevantes e/ou inusitados do mundo da música ou, simplesmente, alguma curiosidade ou indicação. Claro que, cada um à sua maneira, e abordando sempre o universo musical de sua predileção. 


NOTÍCIAS & VARIEDADES

Por Bruno Leo Ribeiro

JUBILEU DE UM CAFÉ DA MANHÃ JAPONÊS

Completamos 50% de 2021 e pude fazer uma mini retrospectiva do que me encantou nesse ano até agora. Muitos discos excelentes foram lançados. Tivemos discos que adorei da  St. Vincent, Wolf Alive, SHINee, Nervosa, Gojira, The Black Keys e muitos outros discos estão tocando em loop nos meus ouvidos. Alguns mais do que outros.

Um dos mais tocados e que mais me surpreendeu foi o da banda Indie chamada Japanese Breakfast. A banda, formada em 2013, é liderada pela diretora, compositora e musicista Norte Americana-Coreana Michelle Zauner.

O disco desse ano chamado Jubilee é o terceiro lançamento de estúdio da banda. É um disco cheio de variedades dentro do indie, do pop e do rock alternativo. É desses discos super gostosos de ouvir num dia que a gente precisa de conforto. E 2021 parece que nunca vai acabar, assim como 2020.

O Jubilee é um disco sobre alegria. Suas nuances e melodias nos levam pra um lugar bom. É um disco que funciona muito bem como uma obra completa. Não tem grandes hits que se destacam. Acho que as músicas funcionam bem mais quando tocadas em sequência do que largadas soltas em um playlist qualquer.

Talvez não seja o melhor disco do ano na minha lista de final de ano, mas com certeza o lugarzinho entre os 5 melhores ele já garantiu. Esse tem que ouvir e lembrar que o conforto vem de lugares que a gente nem conhecia. Ainda bem que a curiosidade me fez dar play nessa banda que não conhecia antes.

Isso pode acontecer com você também. Ouçam o Jubilee. 🙂

Ouça aqui o Japanese Breakfast


Por Vinícius Cabral

QUE DISCO LEGAL, haha LOL

A melhor novidade musical do ano pra mim é o disco I Know I’m Funny haha, da Faye Webster

A artista em si não é uma novidade tão grande assim. Já lançou três álbuns, ainda que precocemente, e sem a consistência estética que apresenta neste quarto trabalho – possivelmente seu ticket definitivo para voos artísticos mais sólidos.  

Em 41 minutos, a jovem artista, de apenas 23 anos, se apresenta com ares de veterana. Parece dominar totalmente a estética alt-folk que permeia o disco, com uma maturidade lírica e melódica que não aparece em qualquer esquina por aí. E digo alt-folk com muitos pés atrás, totalmente na falta de uma definição mais precisa. Em seus melhores momentos, como na faixa de abertura Better Distractions ou na faixa título, I Know I’m Funny haha, o disco evoca uma larga gama de clássicos, da altura de um Todd Rundgren, e de contemporâneos, como Kurt Vile, Courtney Barnett e Sharon Van Etten

O espírito jovial (ainda que extremamente maduro) da estética de Faye fica marcado no clipe sensacional da faixa título, onde a cantora-compositora aparece, por exemplo, assinando CDs e LPs e brincando com um de seus iô-iôs (que parecem ser uma de suas marcas registradas). 

Que Faye é talentosa muita gente já sabia. Mas que ela era capaz de um disco assim tão bom, tão cedo, acho que poucos acreditavam. 

Mas ela era. 

Ouça I Know I’m Funny haha aqui


Por Márcio Viana

A FORÇA DA GRANA QUE ERGUE E DESTRÓI COISAS BELAS

Uma das principais notícias da última semana dá conta da vitória conquistada por Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá na disputa com a Legião Urbana Produções Artísticas, comandada por Giuliano Manfredini, herdeiro do espólio de seu pai, Renato Russo. Com a decisão da quarta turma do STJ, a dupla fica livre para citar o nome da banda em suas apresentações, como vinha fazendo em shows comemorativos nos últimos anos. Justa a decisão, já que os integrantes dividiam igualitariamente o direito de serem parte da banda, ainda que o cantor fosse a figura central e principal compositor.

Depois dessa decisão, e ainda que entenda os integrantes, que consolidaram a presença de André Frateschi como vocalista, além de outros músicos no apoio, eu no lugar deles deixaria de lado o nome, seguiria em frente com o repertório da banda e mais algumas coisas novas. Talvez usasse o nome ironicamente, do tipo nomear a turnê como “Podemos usar o nome Legião Urbana, mas não vamos”.

De outro lado, li uma notícia mencionando que os remanescentes do Soundgarden estariam reunidos preparando um novo álbum. Numa situação semelhante, eles teriam repertório gravado ainda com Chris Cornell, mas enfrentam uma disputa com a viúva do cantor pelo direito de lançá-lo.

Já o repertório no qual estariam trabalhando seria algo totalmente novo. Me parece muito louvável que o trio Kim Thayil, Ben Shepherd e Matt Cameron queira continuar tocando junto, com algum deles assumindo os vocais ou chamando um novo cantor. Mas, a se confirmarem os rumores, a banda deve lançar o trabalho com um novo nome – Nude Dragons (sacaram o anagrama com Soundgarden?). Já há até um perfil oficial no Instagram com este nome

O que se espera em todos os casos – estes e outros – é que o que quer que seja feito, seja pela arte, e não pelo lucro. Nem sempre dá pra garantir.

Ouça aqui “Been Away Too Long” do Soundgarden

Ouça aqui “L’Age D’Or” da Legião Urbana


Por Brunno Lopez

MESTRE DA PORRA TODA

Apesar de não ser um lançamento apenas de Jorn Lande, só a presença dele já faz com que o novo single do Martin Simson mereça carregar toda a imponência que o vocalista norueguês leva em suas gravações.

“Master of All” chegou no último dia 2 de julho esquentando o inverno com um metal imponente e melodioso. Além de Jorn, o projeto que se chama Martin Simson’s Destroyer Of Death, também tem um reforço renomado nas baquetas: o baterista Anders Johansson, conhecido por seus trabalhos com Manowar, Hammerfall e Stratovarius.

Com músicos desse gabarito, o vindouro álbum completo já estimula as melhores expectativas do mundo, ainda mais para essa cena tão peculiar. Por enquanto, já podemos ficar confortáveis com o resultado dessa canção que faz juz ao seu título.

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana