13 de dezembro de 2021
Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.
RECENT PLAYS
Por Bruno Leo Ribeiro
SE NÃO TEM NADA NOVO, BORA PRA 1996
O Oasis é aquela banda que ficou imensa, mas acho que vive mais da aura em volta da banda do que pelo que fez depois de 1998. Sem desmerecer quem curte os discos depois do Masterplan de 1998, pra mim, a banda não fez nada que tenha me emocionado. Parei ali depois do Masterplan.
O Masterplan foi lançado com as sobras do Definitely Maybe, What’s the Story e Be Here Now. Depois acho que a banda nem voltou pro estúdio em alguns anos. Nesse meio tempo do auge da banda, eles gravaram dois dias de show no famoso Live at Knebworth, que até dava pra ouvir em mp3 em algum momento ali nos anos 2000, mas com qualidade de mp3 de 50kbps. Tinha mais barulho do que música. Eu mesmo ouvi e apaguei os mp3 de tão ruins que eram.
Agora em 2021, com alguns tweets e rumores dos irmãos mais briguentos do rock, a banda “voltou” lançando com qualidade um álbum duplo nesse “the best of” ao vivo pros fãs ficarem felizes.
Eu dei play com preguiça e me surpreendi. É um registro muito bom e dá pra ver bem como era a banda ao vivo. O setlist nem se fala. Já tem Acquiesce que iria aparecer no Masterplan dois anos depois desses shows de 1996.
Eu que não fui ao Rock In Rio 2001 e vi apenas pela TV, acho que esse registro do Knebworth é melhor pra lembrar da fase que o Oasis era a maior banda de Rock do mundo. Pra quem curte a banda um pouco, dar esse play vai trazer boas memórias e na terceira música você já vai sair cantando pela casa todas as músicas. Pra quem já era fã é um belo presente de fim de ano pra um 2021 cheio de incertezas.
Como dizem por aí, recordar é viver. Vamos viver 1996 de novo.
Por Vinícius Cabral
O MEU BONDE É DO MAO COM O
[Letra de “pela boca” com Don L & Fabriccio] – Grifos por mim
[Verso 1: Don L]
tomei a cidade com meu bonde
colei de Audi blindado no rasante
cintura ignorante
pra quem me rotula de traficante
num sabe que o nome da 9 é Célia Sanchez
o corre é nossa nova guerra santa
trataram como nova facção (não)
tá mais pra uma nova Farc jão
é que os alemão são os que controlam o estado
banqueiros e bilionários
as rosas no cabo da AK, Frida Khalo
soldados no carro filmado (vai)
Vietnã style (disposição pai)
e dizem que somos perigosos
eles que mataram, escravizaram, torturaram na cela
e confinaram na favela (milhões nossos)
dеpois querem recontar a história
е me negar os fatos
eu prefiro recontar os corpos
pra gente medir o estrago
se quiseram me negar os fatos
imagina se iriam dividir os pratos
imagina se iriam dividir a plata
eu prefiro recontar os corpos
pra gente medir o estrago
pode até contar com o seu antecipado
[Pré-Refrão: Fabriccio]
minha brigada armada
hoje vai passar o rodo
pra limpar as área’
a gente cansou de avisar, mas é que cê não
cê não pode mais me dizer nada
cê num tem moral (pode me dizer nada)
ce num pode me dizer (me dizer nada)
simplesmente num tem moral pra me dizer nada
olha pra você
não vai ser você que vai me dizer nada
[Refrão]
vai morrer pela boca
vai morrer pela boca
vai morrer pela boca
vai morrer pela boca
[Verso 2: Don L]
vários irmãos morreram pela boca
mas não como caguete pela boca
de M16 mesmo pela boca
trinta e três assinado sem acordo
nós é chave no baile com as cachorras
mas sempre cadeado pela boca
de SUV blindada no comboio
caveirão já tomado no apoio
eles querem difamar Don L
eles querem que eu morra pela boca
num vão pôr o que eu não disse na minha boca
se tiver com minha 9 na boca
bora porra (fala agora porra)
hoje eles que morrem pela boca
que se foda seus dólares na bolsa
suas empresas agora são do povo
suas terras são floresta de novo
suas mansões, escolas
seus soldados mortos pelos nossos
quero ver cê falar com o gogó na forca agora
[Pré-Refrão: Fabriccio]
minha brigada armada
hoje vai passar o rodo
pra limpar as área’
a gente cansou de avisar, mas é que cê não
cê não pode mais me dizer nada
cê num tem moral (pode me dizer nada)
ce num pode me dizer (me dizer nada)
simplesmente num tem moral pra me dizer nada
olha pra você
não vai ser você que vai me dizer nada
Por Márcio Viana
ELE ESTÁ TENTANDO (E CONSEGUINDO)
Eu não deveria ficar surpreso, mas fiquei: não tem praticamente nenhum veículo de mídia musical no Brasil falando sobre I be trying, disco de Cedric Burnside lançado em junho deste ano, o que é uma pena. Filho e neto de lendas do blues do Mississipi, Burnside comprova neste álbum que o fruto não cai longe do pé, e entrega um clássico instantâneo. Além das guitarras e voz, o músico ainda toca bateria em metade do disco, além de contar com integrantes de bandas como Black Crowes e Alabama Shakes em algumas faixas.
Além do blues, é possível notar em Burnside alguma influência da soul music, especialmente na faixa que encerra o álbum, Love You Forever, daquelas pra gente ouvir com um copo de bebida numa das mãos e um lenço na outra.
Admito que o blues tem sido minha música de conforto nos últimos meses, e é legal poder ter um disco lançado este ano entre os discos preferidos no estilo.
Por Brunno Lopez
PRESENTE DE NATAL SUL-AMERICANO
Enquanto o disco completo do Counterline não chega, já é possível sentir toda a atmosfera AOR neste debute com previsão de sair no apagar das luzes de 2021.
“The One” é o single do vindouro One e impressiona pela sonoridade tradicional do estilo que consagrou as bandas do gênero glam, hair e demais vertentes deste universo tão prolífero e ainda muito explorado mesmo em contextos contemporâneos.
A faixa é uma balada que afaga a alma cansada de mais um ano turbulento, desejando que as coisas fiquem um pouco menos desesperadoras no próximo ano.
Um Hard Rock colombiano pra ninguém Bogotá defeito.
É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.
Abraços do nosso time!
Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana