Newsletter- Silêncio no Estúdio Vol. 153

27 de junho de 2022


Bom dia, boa tarde e boa noite queridos leitores / ouvintes do Silêncio no Estúdio. Na newsletter desta semana nosso time fuça seus apps de streaming e suas discotecas (físicas) especiais para revelar o que anda nos plays recentes, embalando seus dias. São dicas especialíssimas que revelam os gostos pessoais do grupo e reforçam toda a diversidade apresentada semanalmente em nosso podcast.  


RECENT PLAYS

Por Bruno Leo Ribeiro

FANDOM É FANDOM

Um dos discos mais legais do ano foi lançado na sexta-feira passada. O Vaxis II: A Window of the Walking Mind, novo disco do Coheed And Cambria, não me decepcionou, como eles nunca me decepcionaram.

Talvez esse seja o disco mais versátil da banda, que conta com suas melodias de vocal quase emo, com instrumental de rock progressivo e transições criativas. Nesse disco temos até um Synth Rock, coisa que a banda nunca testou.

Gostei demais da variação das músicas em seus temas e conceito de cada canção. Ainda não consegui parar pra ouvir com tanta calma, mas na segunda audição eu já estava rendido, vendido e completamente apaixonado.

Coheed and Cambria é daquelas bandas que eu sempre vou usar o meu tempo pra falar bem. E não poderia ser diferente com o Vaxis II.

Destaque pras músicas “Comatose”, “A Disappearing Act” e “Rise, Naianasha (Cut the Cord)”. Por essas 3 músicas o disco já vale, mas todas tem seu charme e beleza. Ouça e vire fã da banda assim como eu sou. Preciso de amigos pra falar bem deles. 🙂

Ouça aqui o Vaxis II


Por Vinícius Cabral

AS VEIAS (E PLAYLISTS) ABERTAS

Simón Campusano, da banda Niños del Cerro, literalmente no meio da galera em show da banda chilena

Meu giro recente pela América Latina e pela China tem dado muito pano pra manga. Para começar a organizar a história, abri uma playlist (linkada abaixo) para destacar as principais descobertas. Meu foco é, inicialmente, lançamentos deste ano. Ou seja, muitas bandas que estou descobrindo, com lindos trabalhos lançados em outros anos, estão de fora por um recorte específico. Aos poucos vou compartilhando as maiores pérolas desta pesquisa, que não tem data para acabar. 

Por ora, vocês ouvirão na playlist uma variedade de artistas, quase sempre identificados com um indie mais “tradicional”, que segue vivo (e muito forte) pela América Latina, Brasil e China. Mas tem espaço na lista também para experiências mais híbridas. É o caso das artistas argentinas Flor Saban e Emilia Salúm, que fazem o mais próximo de uma espécie de hyperpop latino. Aliás, ambas lançaram discos inteiros bem interessantes em 2022. Saban inclusive rasga autotunes super criativos em canções como Gugl Maps, em um EP super instigante que tem espaço até para um cover hiper honesto de Plateado sobre Plateado (do mestre Charly García). 

O resto da lista segue em um contexto mais roqueiro mesmo, e vai desde as maravilhosas chinesas FAZI, Absolute Purity (já indicadas aqui) e Today ‘s Production, até os grandes destaques indie latinos que tenho encontrado. Deste universo, temos as interessantes peruanas Juan Gris, Suerte Campeón e Kinder, as chilenas Magnolia Nojutsu e Niños del Cerro, e por aí vai. Aliás, esta última (Niños del Cerro) é uma das maiores descobertas de toda essa pesquisa. Seu disco de 2018, Lance, é um dos melhores discos da última década que eu ouvi, e certamente será matéria de um texto específico por aqui-  isso sem contar no último EP dos caras, que faz um esquenta destrutivo para o próximo álbum, que sai no segundo semestre. O México está representado com Los Doggers e Girl Ultra (que me parece bem mais pop, mas que tem alguns destaques interessantes). 

Até aqui, estão na playlist bandas de Argentina, Brasil, China, Chile, Peru, Uruguai e México. É claro que trata-se de um trabalho em construção, e que falta tempo para aprofundar em tudo. Quanto ao Brasil, que é sempre um capítulo à parte, por enquanto só joguei na playlist o que realmente me tirou do chão até aqui – claro que há muito mais a ser explorado. A playlist segue “viva” para ir adicionando tudo o que for me chamando atenção. 

E, claro, estou super aberto às dicas de vocês!  

Ouça “sul global 22” aqui


Por Márcio Viana

UMA TRILHA PARA SAIR DO CAOS

Quem acompanha os trabalhos de Jair Naves desde o Ludovic, já sabe mais ou menos o que pode esperar a cada disco novo do artista: vocais e harmonias que vão além das estruturas tradicionais e letras em um tom confessional com muita riqueza poética.

Em Ofuscante a Beleza Que Eu Vejo não é diferente. A começar por Meu Calabouço (Tão Precioso É o Novo Dia), possivelmente a música que melhor representa o nó na garganta que tem sido constante nestes últimos quatro anos vivendo esta realidade do Brasil e do mundo.

O processo de composição, por força da pandemia, acabou por ser mais solitário, e Jair Naves contou em entrevistas que começou a aprender a tocar piano para preencher este tempo em isolamento, o que obviamente influenciou nos arranjos. Tanto que a faixa de abertura é levada somente por piano e voz, já iniciando como um soco com a constatação de que “tende a piorar antes de melhorar” e em seguida refletindo sobre a incapacidade de perdoar quem nos jogou no caos.

Continuam a surgir os títulos inspirados e inspiradores, como Morre um Apaziguador / Nasce um Saqueador e seu reverso, ou Irrompe (É quase um milagre que você exista) e as alternâncias entre melodia e spoken words.

Para quem tem um animal de estimação, vale o alerta de gatilho: Breu é uma canção pesada e emocionante sobre Fred, o cachorro do artista e sua condição (você vai entender logo no começo da faixa, mas garanta um lenço por perto).

Ainda que o álbum caminhe todo o tempo pela constatação de tempos difíceis que ainda custarão a passar, é também um disco esperançoso que nos convida a dar um passo à frente. É preciso seguir. Vamos juntos.

Ouça Ofuscante a Beleza que Eu Vejo


Por Brunno Lopez

SHINEDOWN VENDO A LUZ DO DIA

Faixas otimistas costumam ser piegas, principalmente no período em que estamos. É difícil parecer verdadeiro quando todos estão escrevendo sobre a mesma coisa, muitas vezes de forma puramente protocolar.

Ainda assim, nesse cenário tão nublado e carregado de incertezas, o Shinedown faz valer o nome da banda e traz uma canção brilhante. “Daylight” é aquela balada que traz mais do que momentos de reflexão com seu piano pulsante e convidativo. Ela te carrega numa dualidade interessante entre franzir a testa e abrir um sorriso.
Quando os vocais dobram após o refrão, percebemos que estamos ouvindo a música certa, na hora certa.

Por mais que as pessoas tenham se acostumado com temporadas chuvosas, ver a luz do dia é revigorante.

O disco sai no mês que vem, mas parece que o sol nasceu antes.

Ouça aqui


É isso pessoal! Espero que tenham gostado dos nossos comentários e dicas.  

Abraços do nosso time!

Bruno Leo Ribeiro, Vinicius Cabral, Brunno Lopez e Márcio Viana